Artista de Brasília cria peças com técnica que viralizou no Instagram
O tufting usa uma espécie de pistola para criar tapetes e tapeçarias únicas de lã. Bru Zanatta conheceu técnica pelo Instagram
atualizado
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Durante a pandemia de Covid-19, com o fechamento do comércio e o isolamento social para evitar a circulação do coronavírus, foi necessário encontrar algo para preencher as muitas horas dentro de casa. A advogada Bru Zanatta, de 34 anos, como a maioria da população mundial, gastou tempo nas redes sociais. Até que uma ideia mudou sua rotina.
Bru sempre foi interessada por artes plásticas e ilustrações. Ela chegou a fazer inúmeros cursos, que iam de colagem e estamparia até máscaras em látex, e é conhecida entre os amigos pelas fantasias de Carnaval e cosplays que desenvolve.
Por isso, muito do que aparecia nas sugestões do seu Instagram era ligado ao mundo das artes. Foi assim que ela conheceu o tufting, uma técnica têxtil definida basicamente pela inserção de lã em uma base de tecido com o uso de uma ferramenta semelhante a uma pistola.
Inicialmente, o tufting foi usado para produzir tapetes coloridos, mas também pode fabricar peças de parede. Bru se interessou pela arte durante a pandemia, importou o material, que não está à venda no Brasil, e começou a testar.
“Assisti vários vídeos, a maioria em inglês, o que dificulta um pouco para quem não fala a língua. Descobri que existem dois tipos de pistola, e escolhi a que insere a lã no tecido e corta ela do outro lado, em um método chamado cut“, conta. A outra opção é o loop, que dá um lacinho do outro lado do bastidor.
Inicialmente, a advogada teve dificuldade com os bastidores, que não são fáceis de encontrar em grandes tamanhos, e decidiu improvisar, criando a própria base para a arte. Depois, foi necessário adequar os tecidos, já que a lã que se usa para fazer o ponto russo, técnica semelhante mas realizada à mão, não funcionava muito bem com a tufting gun. Bru perguntou para outras pessoas na internet, e encontrou uma alternativa brasileira.
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“Eu decidi fazer tapeçarias para parede, com formas diferentes para agregar textura. Tento também usar outras técnicas além da tufting gun, como o próprio ponto russo, que dá um aspecto diferente. As possibilidades são muitas”, explica. O tamanho e tipo do fio também influenciam no resultado final.
Como as referências iniciais dos artistas que seguia no Instagram, Bru conta que gosta de brincar com elementos de arte pop, design gráfico e combinação de cores. O que começou como hobbie foi crescendo, e a advogada decidiu levar o trabalho adiante, profissionalizando e vendendo as peças que cria.
Bru gostou dos desafios do tufting — o processo é lento, a pistola é pesada e requer paciência para ser alimentada com a lã — mas quando dá certo, o resultado é muito satisfatório. “Isso me motivou a continuar e a querer transformar o tufting na minha marca”, diz.
Para quem se interessou, as peças são vendidas pelo Instagram e os preços variam conforme o tamanho, material e técnicas usadas na produção.