Arquiteto Rodrigo Scheel ganha prêmio com peça que homenageia Brasília
A cadeira, batizada com o nome da capital, foi celebrada no A’ Design Award & Competition, mais importante premiação do gênero
atualizado
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Brasília foi homenageada no A’ Design Award & Competition, a premiação mais importante do gênero no mundo. A capital, que já foi reconhecida pelo potencial artístico como cidade criativa da Unesco, batizou o primeiro móvel assinado pelo arquiteto chileno Rodrigo Scheel. Uma cadeira, condecorada com um dos títulos mais cobiçados do evento, o Golden Design Award, em cerimônia realizada em Milão, na Itália.
Com vários elementos que sugerem uma relação entre o móvel e a cidade que lhe deu nome, Brasília foi inspirada, na verdade, nas características de sua matéria-prima. “Ao trabalhar com madeira maciça, a riqueza visual do objeto aparece à medida que você esculpe a peça. É um processo não contínuo”, explica.
Assim, as curvas que fazem referências à obra de Niemeyer foram acidentais. “O projeto tem uma característica modernista que inspirou a concepção dos prédios da capital, mas a intenção era extrair o melhor da madeira e trabalhar a função do móvel em si”.
A cadeira ainda é um protótipo, mas deve chegar ao mercado em pouco tempo. Depois de incluir sua obra entre as mais conceituadas do mundo, o arquiteto estuda a melhor alternativa para fabricá-la. E adianta: já possui marcas interessadas em colocá-la à venda.
Entre as opções para tornar o projeto realidade, ele sonha com a montagem de sua própria linha de produção. “Quando você assume um lugar no processo, aprende sobre o material e abre outras portas.”
Primeira peça
A decisão de dar à sua obra o mesmo nome que Juscelino Kubitscheck usou para sua foi uma maneira de homenagear a cidade, onde o chileno constituiu sua família. Ele chegou há 11 anos para conhecer o resultado da experiência urbanística de conceber uma cidade do zero e resolveu ficar quando conheceu a esposa, com quem se casou e teve um filho.
Seguiu a profissão de arquiteto até descobrir, durante a recente crise econômica, mais um talento: desenhar peças de décor. “O ritmo de trabalho diminuiu e aproveitei para me dedicar a outras coisas. Criei a cadeira para um projeto, gostei do resultado e inscrevi no prêmio. Foi um ótimo começo”, relata.
Agora, ele planeja dar continuidade à carreira e às descobertas. “Tenho planos de aprimorar o projeto e apresentar derivações da peça”, conta.