A casa do futuro: confira 5 tendências para 2020 e transforme seu lar
Na semana em que veio a Brasília, o diretor da Casacor, Pedro Ariel Santana, destrinchou novidades para 2020 ao Metrópoles
atualizado
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Se o assunto em pauta são tendências em arquitetura e decoração, um nome desponta no cenário nacional: Pedro Ariel Santana, o “todo-poderoso” diretor de relacionamento e conteúdo da Casacor. Na última semana, o arquiteto esteve em Brasília em ocasião do lançamento do seu quarto livro, A Grande Beleza 3.
A obra é um compilado de imagens colhidas por ele. A série de photobooks inspira. Entra na lista de leituras indispensáveis não apenas a quem trabalha no segmento, mas a quem tem aspiração pelo belo. Andanças em torno da temática são comuns ao profissional que já esteve nas mais importantes feiras de design do mundo.
Sem pressa, Pedro não se deslumbra com modismos, mas lança o olhar sobre comportamentos que mudam a sociedade. Ao Metrópoles, elenca novidades que devem predominar nos lares no próximo ano.
Para o profissional, questões cruciais como sustentabilidade e afetividade serão a tônica de um ambiente que se proponha a abraçar o que há de mais moderno.
Veja outras características que devem guiar profissionais e público nos próximos meses:
Lixo zero
Em 2019, a Casacor escolheu o tema Planeta Casa para reger os 45 ambientes. Segundo Pedro Ariel, a escolha envolve três pilares: tecnologia, sustentabilidade e afetividade. “Desafiamos os profissionais a usarem a tecnologia dentro de seus projetos no sentido de ajudar o meio ambiente”, conta.
“A construção tradicional, como é feita no Brasil, gera muitos resíduos e desperdício de matéria-prima, de gesso a tijolos. No evento, conseguimos bons resultados na destinação correta desses resíduos”, diz Pedro Ariel.
Para repetir esse gesto, a preocupação deve começar antes de a casa ser erguida. É possível fazer o mesmo em outras obras. “Existem algumas instituições e oficinas de triagem que aceitam e reaproveitam resíduos da construção, como revestimentos e concreto”, recomenda.
Design minimalista
Além de implementar medidas sustentáveis desde a elaboração do projeto, outra tônica para os próximos meses é o consumo consciente. Curiosamente, design minimalista como o escandinavo continuará em alta não somente pelo que representa, mas por ir ao encontro da máxima “menos é mais”.
“Iremos optar por menos produtos em uma decoração. Isso é o inconsciente coletivo. São questões da nossa era. Deixou de ser uma tendência, e virou um paradigma. Consumir menos também faz parte disso, e a decoração está ficando mais minimalista, menos palaciana, menos carregada. É natural”, explica Ariel. Para o arquiteto, é um caminho sem volta.
Ele acredita que a geração millennial é menos egoísta e tem uma preocupação genuína com o reúso e o reaproveitamento de móveis e objetos, garimpando peças em brechós e fazendo valer a economia circular.
Afeto no lar
Na mesma medida em que permite incontáveis facilidades no cotidiano, a tecnologia pode trazer, também, a falta de noção de pertencimento. “Ele tende a nivelar todas as culturas”, diz Pedro Ariel.
Para não deixar a residência fria, o arquiteto sugere que as pessoas se cerquem de elementos que remetem às próprias raízes.
“A solução é o que chamamos de pilar da afetividade. Tenha ao redor coisas que te tragam de volta as suas origens, como objetos artesanais e arte popular. Além de ser feito manualmente, são elementos que trazem ‘calor’”, acredita.
Casa (ainda) viva
No ano passado, a temática da Casacor foi Casa Viva. Embora tenha sido proposta um ano atrás, continuará vigente a ideia de ambientes com muito verde.
“Ter plantas resgata aquela atmosfera de casa familiar, assim como conseguir mobiliário vintage”, aponta. “Animais, como gatos e cachorros, também ajudam”, ensina.
Em busca da simplicidade perdida
Embora não queira dar spoiler, Ariel acredita que a simplicidade pode ser o norte da mostra em 2021 – e, consequentemente, do setor como um todo.
“São escolhas de arquitetos e designers que aliam a redução do impacto ambiental a técnicas ancestrais, além de soluções regionais de arquitetura”, conta.
“O Lounge Bar da Casacor Brasília, para citar um exemplo, tem tudo a ver com o que estou estudando para o próximo ano. A textura remete à casa antiga, à passagem do tempo, ao campo…”, pondera.
A filosofia wabi sabi também continuará forte. “Ela defende o que é simples, aceita as imperfeições e as marcas do tempo nas paredes”, finaliza.