Cúrcuma x açafrão: qual o melhor tempero para a saúde? Tire a dúvida
No vasto leque de opções, há quem coloque a cúrcuma e o açafrão na mesma prateleira — e eis um equívoco; descubra a diferença
atualizado
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As especiarias desempenham funções benéficas não apenas na culinária, como também no bem-estar (não à toa, foram alvo de expedições na época das grandes navegações).
Elas não apenas saborizam, aromatizam e colorem os pratos como também agregam antioxidantes e desempenham efeito anti-inflamatório no organismo.
No vasto leque de opções, há quem coloque a cúrcuma e o açafrão na mesma prateleira — e eis um equívoco. Tratam-se de temperos diferentes. A Curcuma longa L. ficou popularmente conhecida como açafrão-da-terra e, justamente por isso, acabou gerando uma confusão com o açafrão, que, na verdade, vem de flores.
A confusão se deve principalmente por terem cores vibrantes parecidas. A cúrcuma é um rizoma, ou seja, dá debaixo da terra, tal qual o gengibre. O açafrão, por sua vez, é o estigma da flor, que fica bem no miolo. No sul da Ásia, a cúrcuma é amplamente utilizada, principalmente na produção do curry; já as populações do mediterrâneo utilizam o açafrão nas famosas paellas, prato típico da Espanha.
A riqueza da cúrcuma está principalmente na substância que a compõe, a curcumina, responsável pela cor amarelo-ouro e que é “melhor amiga” da saúde. Controle da resistência insulínica e melhora da função hepática, além de controle dos níveis do colesterol, são alguns dos efeitos positivos do consumo.
Indivíduos que sofrem de artrite irão se beneficiar da ingestão da cúrcuma, pois ela reduz os marcadores inflamatórios. Para usufruir dessas benesses, é necessário se atentar a forma e concentração, já que os produtos que encontramos a granel em lojas tradicionais costumam ser a raiz seca e moída, com apenas 3% do seu peso representando os princípios ativos que nos interessam.
A fim de desfrutar de benefícios expressivos, é preciso selecionar produtos concentrados, no qual a indústria consegue obter até 95% do seu peso em curcuminas (o princípio ativo), resultando em um consumo bem menor por dia.
Por ajudar na redução da inflamação, a substância ainda pode ajudar indiretamente no processo de emagrecimento, turbinando a perda de peso saudável.
E quanto ao açafrão?
O açafrão, por sua vez, chega a ser quase uma iguaria e com um custo muito alto, já que são necessárias 75 mil flores para obter 1kg de alimento. Logo, apesar dos benefícios, pode ser inviável incluir a especiaria na dieta.
Seria preciso consumir 1g de açafrão diariamente para desfrutar dos benefícios, fato inviável para muita gente.
Já quanto ao valor nutricional, destaque para a presença de antioxidantes e carotenóides. Estudos revelaram aplicações amplas, como redução de quadros depressivos — devido à ação ansiolítica e relaxante —, efeito neuroprotetor, melhora da memória e até uso para pacientes com demência e chances de Alzheimer.
No emagrecimento, consumir 90 mg duas vezes ao dia gerou redução do peso e do desejo de comer doces. Esses benefícios ainda foram somados a melhora da resistência à insulina e aumento da captação de gorduras.
(*) Thaiz Brito é nutricionista pós-graduanda em Nutrição Esportiva Clínica