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Wesley Messias: brasiliense projeta bailarinos do DF para o mundo

Aos 40 anos, Wesley Messias é mencionado em grande parte dos currículos de dançarinos e coreógrafos renomados que surgiram na capital

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Wesley Messias
1 de 1 Wesley Messias - Foto: Jacqueline Lisboa/Esp. Metrópoles

Durante muito tempo, a vocação brasiliense para lançar talentos para o Brasil e para o mundo parecia não contemplar os profissionais de dança. Mesmo sendo berço de uma leva considerável de músicos e atores, por exemplo, a capital projetou poucos dançarinos e coreógrafos ao estrelato. Um cenário que tem mudado, em parte pelo trabalho do coreógrafo Wesley Messias.

Aos 40 anos de idade, ele se orgulha de ter dedicado metade da vida à arte de ensinar as pessoas a movimentarem o corpo e, com o aprendizado, alçarem vôos altos. Apesar dele mesmo ter construído uma trajetória marcada por vários êxitos, seu maior orgulho é ser mencionado no currículo de profissionais requisitados no país, como o também brasiliense Flávio Verne, responsável pelas coreografias de Pablo Vittar e Luísa Sonza.

No segmento, o nome de Wesley Messias tem o peso de uma escola renomada. Parte considerável dos artistas da cidade que ascenderam no meio artístico passaram por suas mãos. Basta uma pesquisa no Google para comprovar.

“Preparei muitos artistas e bailarinos da cidade. Pessoas que, hoje, integram grandes companhias, têm uma carreira internacional ou foram contratados por músicos famosos. Fico feliz de saber que minha condução os despertou para essa paixão”, diz.

Aprendendo e ensinando

Para o professor, a maior realização possível é estar em sala de aula. Criado no Guará, região administrativa do Distrito Federal, em uma época em que smartphones ainda eram utopia e ninguém imaginava que o Youtube se tornaria uma das maiores aliadas de artistas e consumidores de cultura, seu sonho era estudar fora do país.

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Atualmente ele se divide entre Brasília e São Paulo e toca projetos profissionais nas duas capitais
O coreógrafo tem mais de 20 anos dedicados à dança e aos alunos
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Wesley Messias é mencionado em grande parte dos currículos de bailarinos brasilienses que alcançaram projeção nacional e internacional

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Atualmente ele se divide entre Brasília e São Paulo e toca projetos profissionais nas duas capitais

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O coreógrafo tem mais de 20 anos dedicados à dança e aos alunos

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O objetivo era ampliar os gêneros de performance, que tiveram grande influência do street dance, ragga e break.

“Trabalhava com uma coreógrafa que ia bastante pra Nova York e sempre trazia novidades. Economizei e, em 2016, consegui ir para estudar inglês e participar de vários workshops com coreógrafos da Broadway. Depois disso, nunca mais parei de viajar. Voltei aos EUA muitas vezes, viajei pelo mundo coreografando e atualmente me divido entre Brasília e São Paulo, onde o mercado é maior”, resume.

De volta ao Brasil, ele começou a ganhar destaque entre os artistas. “Criei e ensaiei Aviões do Forró, Lucas Lucco, Gustavo Miotto e Felipe Araújo”, elenca alguns trabalhos. 

No momento,  o ensaiador está na capital e dirige o  Street Cadeirante, composto por dançarinas cadeirantes. “Tivemos oportunidade de integrar o corpo de dança de artistas como Iza, em show realizado em Brasília”, pontua Wesley.  Além do projeto, ele é responsável pela Tribo Companhia de Dança, escola com 20 anos de tradição em dança urbana no DF.

Já na Terra da Garoa, Wesley se dedica a treinar modelos com seu próprio método de passarela e coreografar artistas em ascensão. Entre os trabalhos que têm se dedicado estão os clipes de Francinne,  conhecida pelos hits dançantes e por parcerias de sucesso com Wanessa Camargo e Gretchen; e as coreografias oficiais do grupo BFF Girls, que acaba de lançar seu primeiro longa-metragem.

“Não consigo separar minha vida da dança, são duas coisas tão interligadas. Gosto de fazer as pessoas dançarem, se expressarem e se conectarem por essa energia. Sempre digo que não dança não é para quem quer ser famoso, é para quem quer se expressar.”

Para ele, a importância da dança na sua vida e de seus alunos pode ser resumida em uma sentença. “Dance, conte uma história sem dizer uma palavra e no final escute quantas almas escutaram a sua prece. Essa é minha frase pra quem se movimenta, canta, desenha. O que eu digo e insisto para as pessoas hoje é: faça a sua arte”.

De volta às “coreôs”

Como o coreógrafo brasiliense destacou, não é preciso ser famoso para sair dançando por aí e aprender os passos da sua música preferida.

Na década de 1990, várias girls e boy bands inspiravam fãs a se movimentarem em festas ou em frente ao espelho. Uma tendência influenciada por ícones pops como Michael Jackson e Madonna, que arrastaram multidões em shows icônicos, marcados também pelo desempenho corporal no palco.

O movimento voltou a ganhar força inspirado em artistas da atualidade. De Beyoncé, com Single Ladies, a Anitta, com seu Show das Poderosas. “Há pouco tempo, as pessoas não sabiam o que era um coreógrafo. Agora, todo mundo quer gravar um vídeo dançando. A internet ajudou a popularizar a dança”, avalia Wesley.

Um cenário favorável para quem sempre quis explorar esse tipo de atividade. “Tenho pais de alunos que colocaram o filho na aula de dança para eles próprios realizarem um desejo que ficou guardado. Dou bronca e digo: vai dançar  você e ser feliz, pare de projetar e faça”.

Benefícios

A popularização das coreografias teve impacto também no segmento fitness. Não à toa, o Fit Dance tem virado febre nas academias brasileiras e se transformado em uma arma poderosa de marketing para os artistas. Até mesmo produtos com a assinatura de Wesley, como Tum Tum, que coreografou para Francinne, precisam considerar esse espaço.

Na opinião de especialistas, além da realização pessoal, as várias modalidades possíveis da dança faz com que alguns minutos se dedicando à atividade tenha o peso de um exercício completo. Além, claro, de ser uma boa forma de chegar arrasando nos bloquinhos e festas de Carnaval.

“É uma modalidade lúdica, praticada na maioria das vezes em grupo e sem o estereótipo de ‘estou fazendo exercícios’. Isso proporciona uma maior adesão e continuidade da atividade. Ou seja, a pessoa consegue se manter mais tempo ativo. As chances de sedentarismo caem drasticamente”, afirma o especialista em fisiologia do exercício Pedro Guimarães.

Dançar uma hora por dia, segundo o profissional, pode trazer vários benefícios para a saúde.

“A recomendação mundial da OMS é de 150min semanais de atividade leve ou moderada, ou 75min semanais de atividade intensa. Nesse caso, tanto faz quantas vezes por semana será distribuído esse tempo. Cumprindo isso, você já reduz o risco de sofrer um ataque cardíaco, controla as taxas de açúcar no sangue e o peso, além de ganhar em qualidade de vida.  Escolher uma modalidade que você goste sempre será a melhor opção”, acrescenta.

 

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