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Violência contra a mulher aumentou em 2021. Veja onde encontrar ajuda

Ao Metrópoles, fundadora do movimento Me Too Brasil fala sobre a importância do acolhimento às vítimas desse tipo de crime

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A group of women hold 'me too' placards
1 de 1 A group of women hold 'me too' placards - Foto: istock

“O abusador era meu professor de história e, no início, parecia uma figura amiga e paterna”. Histórias como essas são comuns e ecoam nos quatro cantos do Brasil todos os dias. Mais exatamente, a cada oito minutos – dado equivalente aos 66.123 estupros registrados no país em 2019, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

Nessa quinta-feira (9/12), um levantamento divulgado pelo Senado Federal indicou aumento de 9% na incidência de crimes sexuais contra a mulher este ano.

Os números chocam e a subnotificação, ainda mais. A estimativa é que o número divulgado represente apenas 10% da realidade, ou seja, é possível que mais de 600 mil estupros aconteçam por ano no Brasil. Na maioria das vezes, a vítima se sente constrangida e prefere não falar. Em outros casos, é reprimida pelo próprio Estado ao buscar por Justiça, e acaba desistindo.

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Ele foi o pivô do Me Too, movimento que ficou amplamente conhecido no mundo em 2017
No Brasil, foi criado em 2020
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Tarana Burke fundou o Me Too nos Estados Unidos em 2006

Divulgação/Me Too Brasil
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Ele foi o pivô do Me Too, movimento que ficou amplamente conhecido no mundo em 2017

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No Brasil, foi criado em 2020

Divulgação/Me Too Brasil

De acordo com pesquisa feita no estado de São Paulo, 73% delas não denunciam por medo, 31% têm vergonha de se expor e 15% não confiam na justiça ou na aplicação das leis. Situações como essas foram as motivadoras para a criação do movimento Me Too Brasil.

Resposta contra o assédio

O movimento, fundado em 2006 pela ativista Tarana Burke, ganhou reconhecimento mundial em 2017. Na época, a atriz Alyssa Milano, na intuito de mostrar apoio às vítimas do produtor hollywoodiano Harvey Weinstein, pediu para que todas as mulheres que já tinham sido vítimas de algum tipo de violência sexual usassem a tag #metoo no Twitter para se pronunciar.

Em poucos dias, milhares de menções foram feitas com a tag na rede social. Entre os relatos, havia histórias de homens e mulheres do mundo inteiro.

Me Too Brasil

No Brasil, o movimento surgiu em 2020 em um cenário audiovisual muito parecido. Em entrevista ao Metrópoles, a fundadora do Me Too Brasil, Marina Ganzarolli, conta que durante o processo de denúncia de 16 mulheres contra um diretor de filmes, ela viu a necessidade de uma instituição 100% centrada no acolhimento da vítima de violência sexual.

“Existia ajuda para a criança vítima de violência em geral, para a mulher vítima de violência em geral, mas nada que fosse especificamente voltado para o abuso sexual. Depois, tive contato com grandes movimentos desse tipo em outros países como a Rainn [Rape, Abuse and Incest National Network, sigla em inglês para rede de apoio à vítima de estupro, abuso e incesto] nos Estados Unidos, que tem um trabalho superinteressante, e quis trazer esse tipo de apoio para o Brasil”, disse.

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Com o objetivo de dar voz e visibilidade aos milhares de relatos de abuso sexual silenciados e oferecer suporte para estas vítimas, o Me Too Brasil foi fundado em setembro de 2020. Em um ano de trabalho, o movimento recebeu 151 denúncias, cujo 74 vítimas procuraram por acolhimento e ajuda para lidar com a agressão e 77 procuraram a instituição para desabafar.

“Muitos relatos aconteceram há 30 anos e, para a vítima, não faz mais sentido denunciar. Mas ela quer contar sua história para inspirar outras mulheres a não se calarem em situações recentes”, Marina Ganzarolli, fundadora do Me Too Brasil.

Dessas 74 que procuraram por acolhimento na rede, 68 casos resultaram em encaminhamentos para rede de proteção de seu estado. Além disso, entre os relatos, 12% eram contra meninos e em 20% dos abusos contra menores, a mãe foi acusada de alienação parental – ou seja, quando não procura por maneiras de interromper o ciclo do crime.

Veja a entrevista completa de Marina Ganzarolli ao Metrópoles:

Onde procurar ajuda
  • Me Too Brasil
    Site: https://metoobrasil.org.br/novo/preciso-de-ajuda 
    Instagram: https: @brasilmetoo
  • Justiceiras
    Site: https://justiceiras.org.br/
    Instagram: @justiceirasoficial
  • Instituto Como Contar
    Site: https://www.comocontar.org/
    Instagram: @comocontar
    Telefone: (11) 98182-2259
  • Casa da Mulher Brasileira – Brasília
    Endereço: CNM 1, Bloco I, Lote 3– Ceilândia, Brasília – DF, 72215-110 (link Google Maps)
    Telefones:  (61) 3371-2897 [Portaria] / (61) 3373-7864 [Recepção] / (61) 3373-1120 [Balcão]
  • Centro Integrado 18 de Maio (suspeitas de casos envolvendo crianças e adolescentes vítimas de violência sexual)
    EQS 307/308 (Asa Sul)
    Telefones: (61) 3391-1043 / (61) 98314-0636
  • Núcleos do Pró-Vítima (Voltado para vítimas de qualquer situação de violência)CEILÂNDIA
    End.: Shopping Popular de Ceilândia – Espaço na Hora
    (61) 2104-1480
    (61) 99245-5207

    GUARÁ
    End.: Lúcio Costa QELC Alpendre dos Jovens – Lúcio Costa
    (61) 99276-3453PARANOÁ
    End.: Quadra 05, Conjunto 03, Área Especial D – Parque de Obras
    (61) 99173-2281

    PLANALTINA
    End.: Fórum Desembargador Lúcio Batista Arantes, 1º Andar, Salas 111/114
    (61) 3103-2405/ 99276-5279

    SEDE
    End.: Estação Rodoferroviária, Ala Norte, Sala 04 – Brasília/DF
    (61) 2104-4288
    (61) 2104- 4289

    TAGUATINGA
    End.: Administração Regional de Taguatinga – Espaço da Mulher – Praça do Relógio
    (61) 99168-0556

    Site: https://www.sejus.df.gov.br/pro-vitima/

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