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Vicky Tavares, da Vida Positiva, vende farofinha para ajudar ONG

A casa de apoio fica na 711 sul e atende crianças e jovens carentes com HIV positivo. Você pode ajudá-los comendo uma farofinha deliciosa

atualizado

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Giovanna Bembom/Metrópoles
Brasília (DF), 19/10/2016Farofinha Solidária – Vovis GoumertLocal: Asa SulFoto: Giovanna Bembom/Metrópoles
1 de 1 Brasília (DF), 19/10/2016Farofinha Solidária – Vovis GoumertLocal: Asa SulFoto: Giovanna Bembom/Metrópoles - Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles

No potinho transparente, a etiqueta vermelha traz escrito de branco “Vovó Gourmet” e descreve os ingredientes da farofinha: farinha, manteiga e cebola. O principal ingrediente, porém, não foi citado, o amor.

A “vovó” em questão é Vicky Tavares, fundadora da ONG Instituto Vida Positiva, que atende crianças e adolescentes que convivem com HIV-Aids. A instituição nasceu há 10 anos, quando Vicky teve contato com pessoas que sofriam com complicações da doença. Ao perceber a falta do tratamento mais humanitário, resolveu ajudar e mergulhou de cabeça na causa.

A casa de apoio fica na 711 sul e atende crianças e jovens de7 a 22 anos. Dessas, 17 crianças recebem assistência integral e nove moram na ONG. Os jovens têm alimentação completa, banho, remédios, são matriculados em escolas e frequentam aulas de esportes. Além disso, 134 famílias registradas recebem ajuda.

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Lanche positivo, entregue nos hospitais para os pacientes que precisam medir carga viral

O trabalho da organização vai além dos portões da instituição. Um deles é o lanche positivo, montado e distribuído gratuitamente aos pacientes atendidos pela coleta de sangue para medição da carga viral em alguns hospitais públicos.

Grande parte da renda da instituição vem da “farofinha solidária”, que muita gente diz ser a melhor da cidade. Com o lucro são feitos os lanches. Cada kit possui dois biscoitos e um suco. Eles são montados por voluntários aos sábados e entregues nos hospitais no início da semana.

 

O público da ONG são pobres que vivem com HIV. Recebo feedback dos servidores dos hospitais e eles confirmam: se não tivesse o lanche, eles não iriam fazer o tratamento. Às vezes é a única refeição do dia. A doença é moral, as crianças são tímidas e tem vergonha do pessoal. O melhor dos tratamentos é o respeito.

Vicky Tavares
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Vovó Vicky preparando a famosa farofinha

Pensando em maneiras de gerar uma renda extra para a ONG, Vicky perguntou aos familiares o que eles mais gostavam de comer quando ela cozinhava. Foi um dos filhos que disse “ninguém faz uma farofa igual à sua”. O lucro de uma farofinha de 500g compra um kit.

“A ideia da farofa é mostrar para os jovens que atendemos que no mundo real nada vem fácil e, por isso, não poderiam viver apenas de doações. Experimentei farofas do Rio, São Paulo e ninguém tinha uma igual à minha”, diz vovó Vicky, rindo.

Hoje são mais de 20 sabores. Entre eles: churrasco, castanha-de-caju, batata palha, pimenta, banana, Doritos e chocolate. Entre as mais vendidas, a tradicional está primeiro lugar, seguida da torresminho e castanha-do-pará empatadas.

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... em seguida, voluntários etiquetam e colocam a data de fabricação...
... ela são separadas por tamanho e sabor...
... e estão prontas para serem vendidas.
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Produção da farofinha solidária começa na cozinha...

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... em seguida, voluntários etiquetam e colocam a data de fabricação...

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... ela são separadas por tamanho e sabor...

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... e estão prontas para serem vendidas.

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O pote de 500g custa R$ 25, o de 250g sai por R$ 15 e o de 140g por R$ 10. Por semana, a ONG produz 50 Kgs de farofa e se tiver evento a produção é maior. Tem até delivery de farofa, ligando para 99942-8940.

Sempre me coloco no lugar do outro. Todos deveríamos fazer isso e, quem sabe assim, o preconceito contra as pessoas que vivem com HIV acabaria. Não é fácil, mas sofro de forma esperançosa. Sonho todo mundo tem, esse aqui é o meu.

Renda e despesas da farofa solidária

O maior gasto atual da ONG é a mão de obra. Apesar de muitos serviços serem feitos por voluntários, são 11 funcionários registrados, custando encargos sociais. Além das contas de água, luz e aluguel. O tratamento dentário das crianças também é particular, muitas usam aparelho.

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Quem tem HIV positivo busca o almoço, após procedimento em um hospital atendido pela ONG

Vicky também deixa “vale almoço” nos hospitais. Muitas pessoas que precisam fazer exames não têm dinheiro para se alimentar após o procedimento e pegam um desses tickets.

Depois, seguem para a casa de apoio da ONG  e recebem uma refeição. São entregues de 25 a 30 almoços por semana.

O Vida Positiva também faz doação de leite materno às mães soropositivas, já que elas não podem amamentar, pois poderiam infectar os filhos.

O lucro da farofinha ajuda a pagar todas essas contas e a dar continuidade aos projetos. O novo plano da vovó Vicky é ter uma cozinha industrial para aumentar a produção da bendita farofa.

Como ajudar:
Vovó Gourmet no Facebook

Delivery
99942-8940

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