Triste e exausta? Saiba como identificar se você sofre de burnout materno
O termo “Mommy Burnout” caracteriza o estresse crônico do cuidado com os filhos, que encontrou seu pico na pandemia de coronavírus
atualizado
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Ser mãe é padecer no paraíso, cravou o poeta Coelho Neto. Ultimamente, a missão, que já era árdua, se tornou ainda mais difícil. Desde que teve início a pandemia de coronavírus, os casos de estresse crônico entre mulheres aumentaram consideravelmente. As razões estão ligadas, sobretudo, à carga mental, e à difícil realidade de “equilibrar os pratinhos” entre cuidados com os filhos, com a casa e com a carreira.
Para esse cansaço extremo foi criado o termo “Mommy Burnout”, quando a tristeza, a exaustão e o estresse viram algo crônico.
No campo profissional, essa condição apareceu pela primeira vez na década de 1970. Agora, porém, ganha força no âmbito pessoal e materno.
“O foco na maternidade iniciou-se há 10 anos pela psicóloga belga Moïra Mikolajczak, que constatou que o nível de estresse era semelhante ao vivenciado pelo ambiente de trabalho, com potenciais repercussões psicológicas”, explica o psiquiatra Alisson Marques Teixeira.
“Com advento da pandemia, essas mães vivenciaram dias ainda mais difíceis, pois muitas vezes as atividades foram associadas ao trabalho remoto, home schooling, cuidados cotidianos… O isolamento reduziu ainda mais a rede de apoio que é tão importante nessa fase, pois não se podia ter contato com avós, tios e outras pessoas de suporte”, salienta.
Lavar roupas enquanto termina uma demanda do chefe. Dar banho e ficar de olho no almoço, enquanto aguarda o começo de uma reunião. Fazer o lanche entre um e-mail e outro. Levar no parquinho? Quase uma operação de guerra para manter a criança segura.
Em dias em que tudo parece fora de lugar, sobretudo com o aumento de casos de Covid-19 e incertezas como a falta de uma vacina e a volta para as escolas, mães se veem repletas de dor e dúvidas. Como identificar, então, o que é um cansaço normal do burnout?
Veja alguns sinais de alerta:
- Exaustão física e emocional;
- Tristeza, ansiedade ou apatia;
- Taquicardia;
- Esquecimento;
- Brigas com o/a companheiro/a;
- Falta de interesse combinada com uma irritação maior que o normal no que se refere aos filhos.
Para evitar que a situação chegue em pontos críticos, a primeira medida é fazer uma autoavaliação e entender a importância de ter ajuda – tanto dos familiares quanto de um profissional.
“Reconhecer essas demandas, sobrecarga e distribuir as atividades são de extrema importância. É bastante relevante, também, tentar manter o autocuidado, como atividade física, uma visita ao salão de beleza e momentos (seguros) de socialização”, enumera o expert.
Ative sua rede de apoio e não se sinta fraca por precisar de suporte. E lembre-se: por mais difícil que seja essa fase, ela irá passar.