Três anos após primeiro filho, 25% dos casamentos terminam em divórcio
Aproximadamente dois terços dos casais relatam queda na qualidade da relação nesse período
atualizado
Compartilhar notícia
Normalmente, o primeiro filho de um casal é muito esperado. Entretanto, a chegada do primogênito pode ser um dos maiores desafios para os pais, pois gera mudanças significativas na vida a dois e nem todos se sentem preparados para essas transformações.
É isso que mostra um estudo do Relationship Research Institute, com sede em Seattle, nos Estados Unidos. Segundo a pesquisa, aproximadamente dois terços dos casais relatam queda na qualidade da relação depois de três anos do nascimento do bebê. Após cinco anos, 25% dos casamentos terminam em divórcio.
Segundo Marina Simas de Lima, terapeuta de casais e cofundadora do Instituto do Casal, os problemas surgem devido às idealizações e expectativas em relação ao casamento e ao bebê “perfeito”. Isso se soma à falta de preparação emocional para essa nova fase do ciclo vital.
“Em geral, o casal costuma fazer muitos planos para o nascimento da criança, pensam em todos os detalhes, como decoração do quarto, enxoval, tipo de parto, amamentação. Entretanto, se esquecem de pensar em como esse filho irá impactar na relação a dois e se há estrutura emocional para lidar com as mudanças”, diz Marina.
Na pesquisa feita pelo Instituto do Casal, no final de 2016, muitos pares relataram que a chegada dos filhos impactou significativamente na vida sexual. A maior dedicação aos filhos que à vida a dois apareceu em 4º lugar no ranking dos fatores que mais interferem na satisfação conjugal.
De acordo com Denise Miranda de Figueiredo, terapeuta de casais e cofundadora do Instituto do Casal, a chegada de um bebê muda a dinâmica da relação.
“Depois de um filho surgem novos papéis na dinâmica familiar: o de pai e o de mãe. Mas isso não significa que os outros papéis devem ser deixados de lado. Muito pelo contrário, é necessário aprender a desempenhar de forma equilibrada todos eles. Esse é o maior desafio”, comenta Denise.
De acordo com Denise, os primeiros anos podem ser mais difíceis e esse casal precisará de muito diálogo e inteligência emocional para superar as transformações que um filho impõe na vida a dois. Entretanto, criar uma criança é um projeto em comum que pode fortalecer o casal, desde que ambos contribuam para que isso dê certo.
O lado positivo
E por falar em projeto em comum, a pesquisa feita pelo Relationship Research Institute mostrou também o lado bom da maternidade e da paternidade. Isso porque os casais que permaneceram juntos criaram um “propósito em comum”.
As psicólogas afirmam que a cumplicidade, a empatia e a compreensão são essenciais. No entanto, é importante retomar a vida a dois assim que possível. De acordo com elas, ter momentos a sós, sem o bebê, aproxima e conecta o casal.