Só no passinho: aulas de dança com coreografia voltam à moda
Não se assuste se, durante o Carnaval, os bloquinhos e as festas virarem verdadeiros bailes sincronizados
atualizado
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Durante uma noite comum no Karaokê Casanova, no Setor Hoteleiro Norte, o responsável pela organização da cantoria para o show. “Pessoal, é a hora do Fit Dance!”. As pessoas se levantam e seguem para a frente da televisão na qual antes passavam as letras das músicas. Agora, é a vez da coreografia de Vai Malandra. Homens e mulheres se posicionam em seus lugares para copiar os passos dos professores do YouTube. Na verdade, todos já parecem saber o que fazer – e, de fato, sabem.
Se você achou que a época das dancinhas sincronizadas tinha ficado nos anos 1980 (vide Thriller, de Michael Jackson), pense novamente. Agora, a moda é o Fit Dance, o Burn Dance e o Dance Clip. Portanto, não se assuste se encontrar um balé sincronizado no meio do Carnaval ou abrindo multidões em eventos de música pop.
A maioria das celebridades brasileiras já se rendeu às danças como forma de exercício: é fácil encontrar pela internet registros de Juliana Paes, Giovanna Ewbank, Yasmin Brunet e até Bela Gil e o marido mostrando o rebolado. Anitta já gravou um vídeo para ensinar a coreografia de seu último hit, e Ivete Sangalo fez até parceria com o Fit Dance para divulgar sua faixa nova, No Groove.
Até algumas blogueiras de moda estrangeiras estão se rendendo, como Danielle Bernstein, do We Wore What. A americana aproveita a conta de looks do dia, no Instagram, para postar vídeos dançando hip-hop, avisar sobre streaming das aulas e onde os seguidores podem se inscrever para participar das turmas em Nova York.Em Brasília, a prática também é popular. A maioria das academias da cidade já oferece aulas (sempre lotadas). Algumas são ministradas por professores formados pelo Fit Dance, outras por mestres que criaram seus próprios métodos e coreografias. Para quem ainda tem um pouco de vergonha de tentar as danças em público, o YouTube oferece os vídeos passo a passo para aprender no conforto do seu lar.
Bruno Mendes, um dos principais professores de dança da cidade, conta que a febre tem muito a ver com a mudança no estilo musical das aulas. Se antes eram todas ligadas ao axé baiano, hoje, os ritmos são bem mais ecléticos. “Ficava muito restrito a quem gostava do gênero. Depois disso, veio a zumba. Fiz até um curso em Miami, mas a música latina ainda não era tanto a nossa realidade. Foi quando comecei a colocar funk e sertanejo, ritmos mais brasileiros, para atingir um público maior”, lembra.
O reaparecimento dos videoclipes com coreografia (vide Single Ladies, de Beyoncé, Metralhadora, das Vingadoras, Bang, de Anitta) também ajudou a alimentar a volta das aulas. “As pessoas começaram a associar a música à dança”, explica o professor. Nessa época, surgiram os canais com vídeos que ensinavam os passos, e se iniciou um movimento de tentar aprender em casa. “Foi um pontapé inicial para quebrar a vergonha”, conta Bruno.
E o fato de as aulas serem, de quebra, uma ótima maneira de queimar calorias, ajudou no sucesso meteórico da modalidade. Não é só uma turma de dança. É uma atividade física. “Quando comecei a assimilar a aula com um gasto calórico elevado, bombou”.
Os professores famosos
Alguns professores fizeram fama com as coreografias no YouTube. Eles são requisitados pelas celebridades e seguem com aulas lotadas de alunos atentos a cada passo. Conheça alguns dos mais célebres.
Justin Neto: O paraibano se formou em educação física e se mudou para o Rio de Janeiro, onde mora hoje. Justin ganhou um concurso promovendo aulas de danças com músicas da Broadway e ficou famoso de verdade quando foi procurado por Grazi Massafera para a ensinar a dançar Bang, de Anitta. As alunas-celebridades foram se multiplicando e, hoje, o professor tem turmas com Cleo Pires, Fernanda Souza, Yasmin Brunet e Bela Gil, por exemplo.
Daniel Saboya: Dono de um canal no YouTube com quase 10 milhões de inscritos, o professor de educação física e coreógrafo não só ensina a dançar músicas atuais, mas também hits clássicos, como Segure o Tchan e Ragatanga. É um dos profissionais mais conhecidos e costuma fazer movimentos mais simples.
Bruno Mendes: O brasiliense é policial e criador do método Burn Dance. Bruno é um dos professores mais requisitados de Brasília e, além de usar as coreografias das músicas pop nas aulas, utiliza a experiência para aumentar a intensidade e, logo, a perda de gordura.
Portal Fit Dance: O portal Fit Dance tem quase 7 milhões de seguidores no YouTube. O site é rápido ao postar coreografias das principais músicas do momento e oferece cursos de instrutores de dança, que podem dar aulas Brasil afora (a maioria das turmas presenciais acaba sendo ensinada por professores do método). Vários artistas já estiveram no estúdio para gravar coreografias de suas músicas. Além do canal principal, existe também o FitDance Kids, com instrutoras mirins direcionadas ao público infantil.
Onde praticar
Quase todas as academias da cidade já têm turmas de dança (podem aparecer na programação como Ritmos, Fit Dance, Burn Dance, etc.), e algumas das maiores contam com sessões sempre cheias. No site do Fit Dance, é possível encontrar todos os professores cadastrados para dar aula em Brasília – confira aqui.
Bodytech: O professor Bruno Mendes é o responsável por algumas das aulas coreografadas da academia. Lá, a modalidade se chama Dance Mix. Com unidades no Sudoeste, na Asa Norte, no Lago Sul e no Lago Norte, a empresa também recebe Justin Neto quando ele vem a Brasília para dar aulas.
Smart Fit: A aula faz muito sucesso, e as turmas estão cheias de alunos – inclusive idosos. A iluminação é diferenciada, e os ritmos variam de acordo com a demanda dos presentes. As unidades de Brasília que oferecem as lições são Asa Norte 1, Guará 3, Águas Claras 4, Ceilândia JK, Vicente Pires e Sobradinho.
Vasco Neto: Tem aulas de Fit Dance nas unidades da 111, 204 e 215 Norte. A academia explica em seu site que os movimentos têm base em ritmos como axé, funk, forró e sertanejo suingue. O principal objetivo é trazer alegria e diversão para os alunos.
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