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Site feminista publica críticas de cinema feitas por mulheres

Intitulada Verberenas, a página foi criada há mais de um ano por um grupo de alunas formadas em audiovisual na Universidade de Brasília (UnB)

atualizado

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Felipe Menezes/Metrópoles
Verberenas
1 de 1 Verberenas - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

Em 1930, Cléo de Verberena fez história. Ela foi a primeira mulher a dirigir um filme no Brasil: “O mistério do dominó preto”. Dois anos mais tarde, o voto feminino era assegurado no país durante o primeiro governo do então presidente Getúlio Vargas. O nome da cineasta, além de estampar a memória do cinema brasileiro, hoje, batiza um site, fundado por quatro mulheres formadas em audiovisual na Universidade de Brasília (UnB), que vem se popularizando no debate do feminismo.

“(…) Antes mesmo de podermos votar, já fazíamos cinema. Cleo de Verberena foi a primeira diretora brasileira e está longe de ser a última. Este é um espaço para, sobre e inspirado por mulheres.”

Cansadas de ler críticas cinematográficas feitas por homens sobre produções majoritariamente produzidas por homens, Amanda Devulsky, 25 anos, Carol Lucena, 26, Glênis Cardoso, 24 e Letícia Bispo, 26, decidiram criar um espaço colaborativo de análise de películas. O foco principal do Verberenas é debater filmes dirigidos por mulheres, mas o grupo também coloca em pauta blockbusters hollywoodianos sob um olhar diferente daquele compartilhado pela grande massa dos críticos brasileiros.

Felipe Menezes/Metrópoles
Amanda Devulsky, Glênis Cardoso, Letícia Bispo e Carol Lucena

 

“A gente não é formada em crítica. Estudamos cinema e, por isso, pensamos no mercado e nos termos técnicos. Nossa percepção é bem distinta”, explicou Amanda. Atualmente, a página conta com 17 parceiras que se revezam na criação de textos, vídeos para o YouTube e postagens no Facebook. Na última sexta-feira (23/9), o site atingiu mil curtidas na rede social de Mark Zuckerberg.

Aos poucos, o coletivo – que se descobriu no grupo de discussões “minas audiovisual UnB”, em 2014 –, vem ganhando reconhecimento. Após publicarem uma análise do filme “Mate-me por favor”, a diretora do longa-metragem, Anita Rocha da Silveira – aposta no cinema de gênero –, divulgou o texto em sua página pessoal no Facebook e revelou estar emocionada com a publicação.

Reprodução/Facebook

 

As integrantes do Verberenas brincam que a crítica “O vazio e a penetração: Mate-me por favor” foi o grande viral do site. “Por meio desse texto conseguimos atingir pessoas que não imaginávamos”, contou Amanda, autora da resenha.

O site nos conectou a muitas outras pessoas e percebemos que o nosso debate não é isolado. Tem muitas minas contestando as curadorias e as premiações. Criamos uma rede e estamos intensificando esse movimento chamado por algumas pessoas de Primavera Feminista

Letícia Bispo

Entusiastas do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, as criadoras da página comentaram e analisaram algumas as produções da 49ª edição. Elas entrevistaram as diretoras de dois filmes exibidos no primeiro dia do evento: “Câmara de Espelhos”, de Dea Ferraz; e “Precisamos Falar do Assédio”, de Paula Sacchetta. O resultado do encontro foi publicado no Facebook do grupo.

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