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Siren: saiba quem é a grafiteira que colore as ruas do DF

Por trás de trabalhos fortes, com cores vivas e design feminino, está a brasiliense Camilla, de 21 anos

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Mulher em escada
1 de 1 Mulher em escada - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Você pode não conhecê-la pelo nome, mas com certeza já viu os grafites de Siren. Talvez em alguma parede da W3 Sul, em uma parada de ônibus da EPTG, em um espaço da CasaCor ou, quem sabe, até mesmo em Belém (PA) ou São Paulo (SP).

Por trás das obras e do nome místico está Camilla, de 21 anos. A jovem brasiliense é conhecida pelo trabalho igualmente delicado e forte. Apesar de a carreira ter poucos anos, ela já alcançou grandes marcos. A artista é um dos maiores nomes do grafite no DF e seu trabalho tem ganhado o resto do país.

Formada em design gráfico, Camilla nasceu e cresceu em Brasília. Desde criança ela é apaixonada por desenhar. “Não consigo nem lembrar de uma época da minha vida na qual não rabiscava”, conta. Quando mais nova, tentava copiar os personagens animados que via na televisão.

A artista tentou fazer curso de desenho, mas não gostou da técnica ensinada. Aos 16 anos, ela descobriu o grafite. “Foi bem naquele momento de começar a prestar vestibular, e as pessoas perguntavam qual seria minha profissão. Achei importante ter uma faculdade, fiz design e trabalhei por um período na área, só o suficiente para comprar materiais, tintas e sprays.”

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A grafiteira é uma das mais conhecidas do DF
O resultado provisório foi publicado nesta quinta
A paleta de cor e o traço tornam o trabalho dela reconhecível
A jovem gosta de retratar mulheres fortes e poderosas
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Cada grafiteiro selecionado fará sua intervenção artística de tema livre

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A grafiteira é uma das mais conhecidas do DF

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O resultado provisório foi publicado nesta quinta

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A paleta de cor e o traço tornam o trabalho dela reconhecível

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A jovem gosta de retratar mulheres fortes e poderosas

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Siren começou a grafitar aos 16 anos

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E tem evoluído sua técnica desde então

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O sonho dela é pintar um mural no Japão

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O nome da assinatura vem da ideia de serenidade

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Os pedidos por grafites de Siren foram progredindo com o tempo, o que deu tranquilidade para a família e mostrou ser possível viver da arte. “Sempre fui muito responsável e independente. Isso ajudou meus pais a confiarem no que faço”, afirma. Para assinar as obras, Camilla se tornou Siren. “Veio da ideia de serenidade e sereia. Tento deixar o significado do nome no visual”, diz.

Além dos grafites estampando diversos pontos da capital, Siren também produz ilustrações digitais, costuras, pinturas, gravuras e adesivos corporativos e para ela mesma vender. O desenho da jovem é requisitado também dentro de apartamentos de Brasília e ela já pintou de cozinhas a quartos. Uma técnica que ela ainda deseja aprender é esculpir.

Quando desenho, fica mais para mim e nas minhas pastas. Mas o grafite eu solto, abandono na rua e não é mais um trabalho só meu. Nunca fico 100% satisfeita com o resultado, mas levo essa vontade de melhorar para os próximos projetos

Siren

Independentemente de qual superfície ou técnica Siren usa, as artes são facilmente reconhecidas pelos traços, cores e temas, o que é a intenção da artista. “Gosto de retratar o feminino ligado à natureza. Acredito nessa conexão entre força, resiliência, e beleza, apesar das feridas.”

O caderno de desenhos de Siren é composto também de esboços de animais e homens, mas na rua sua preferência é representar personagens femininas fortes com olhar e feições poderosas. Sobre seu processo criativo ela revela que, na hora de pintar, tem uma imagem mental de como vai distribuir cada parte e faz todo o trabalho à mão livre. “Faço alguns rascunhos e, às vezes, até tiro foto de alguma parte do meu corpo para ver como devia reproduzir no grafite aquela posição”, ri.

Apesar da paixão pela cena urbana, Siren reconhece os lados negativos de trabalhar nela. “A rua é muito hostil com mulheres, rola bastante assédio. Uma vez fui pintar em uma tesourinha, um cara parou o carro e me chamou de todos os nomes. Outra vez passei e homens bêbados ficaram me chamando”, conta. Por essas questões machistas, ela acredita que os colegas de profissão têm uma vantagem.

“É muito mais fácil um cara ocupar o holofote, porque ele consegue pintar mais na rua e tem essa liberdade. Ele não tem medo de ser vigiado, não precisa ficar olhando para os lados o tempo todo, não tem que parar o trabalho”, comenta. Se não fosse por tanto preconceito e burocracia, a jovem acha que o DF seria mais colorido com arte urbana. “Para pintar de forma legalizada, você precisa de autorização e é um processo longo. A maioria dos trabalhos na rua não é feito dessa forma.”

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Os sonhos para o futuro envolvem conseguir quebrar algumas barreiras, incluindo as papeladas necessárias para grafitar em Brasília. “Adoro pintar as caixas de energia no meio das quadras residenciais do Plano Piloto e sou apaixonada pelas fachadas dos prédios das 400 Sul. Seria incrível colorir uma delas. O problema é que Brasília quase toda é tombada.”

Além disso, ela tem planos de viajar e conhecer profissionais da área de outras cidades e países para aprender mais. “Acho sensacional ver cidades famosas pela arte de rua, como Berlim, mas meu sonho é visitar o Japão. Minha meta é fazer um mural grande, por lá. Seria a maior realização”, fala de forma despretensiosa.

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