Psicólogo explica por que desabafo de João, do BBB21, não é “mimimi”
Para profissional, ouvir comentários como os proferidos por Rodolffo pode trazer danos mentais graves
atualizado
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Na noite dessa segunda-feira (5/4), o Big Brother Brasil foi marcado pelo desabafo comovente de João Luiz. No jogo da discórdia, o participante do reality revelou que ficou chateado com um comentário feito por Rodolffo, no qual o sertanejo comparou seu cabelo black power a uma peruca de homem das cavernas, item que fazia parte do Castigo do Monstro.
A fala potente do professor, feita às lágrimas, reverberou nas redes sociais e mostrou os danos psicológicos de quem já vivenciou algum episódio de racismo, mesmo quando quem está do outro lado diz que o gesto “não foi intencional”.
Além de fazer o comentário polêmico, Rodolffo revoltou os moradores da casa ao repetir que o cabelo de João “parecia mesmo” com a peruca no programa ao vivo. Pouco depois da fala, Camilla de Lucas tentou explicar por quais razões as sentenças do cantor eram tão prejudiciais. Ele, porém, prosseguiu afirmando que não teria agido por maldade.
Para o psicólogo Alexander Bez, especialista em Relacionamentos pela Universidade de Miami, ao contrário do que muitos usuários defenderam na internet, esse tipo de comportamento não deve ser encarado como “mimimi”, uma vez que causa danos irreversíveis em que escuta.
“A mente de quem passa por esse tipo de situação deve ser extremamente trabalhada para que a pessoa não sofra as consequências psicológicas dos conflitos e das tão desproporcionais depreciações mentais as quais as vítimas sofrem”, explica.
Segundo ele, é necessário cuidado e acolhimento para que esse tipo de situação não desperte transtorno de estresse pós-traumático, nem episódios recorrentes de ansiedade ou depressão.
Na casa, João foi abraçado pelos colegas de confinamento. Na visão do especialista, além de um pedido de desculpas, seria preciso que Rodolffo se atentasse à qualidade e intensidade do que fala, sobretudo pelo poder que tem de influenciar outras pessoas.
“Qualquer comentário tem que ser bem pensado antes de ser dito, especialmente pelas condições emotivas reais as quais o racismo provoca”, finaliza.