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Psicóloga explica como se livrar do “dedo podre” de uma vez por todas

O Metrópoles conversou com a psicóloga Sarah Thayne sobre o que é e como acabar com o “dedo podre”, que leva a relações ruins

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Dedo podre
1 de 1 Dedo podre - Foto: null

Quem tem o dedo podre, sabe bem… Algumas pessoas já sentiram que entram em relacionamentos com pessoas parecidas, com os mesmos defeitos e que trazem os mesmos problemas para a relação. Se você se encaixa nesse perfil, saiba que a psicologia tem uma explicação para esse comportamento.

De acordo com a psicóloga e especialista em terapia cognitivo-comportamental Sarah Thayne, o problema, em geral, começa em casa. “Os padrões amorosos repetitivos são consequências do tipo de criação que tivemos. Isso significa que a maneira como a nossa família nos apresenta o amor é um fator decisivo na maneira como lidaremos com esse sentimento ao longo da vida”, contou a expert.

“Se você é de uma família muito rígida, é possível que você crie crenças de ‘desvalor’ e, como meio de compensar essa percepção de si, torne-se uma pessoa muito autocrítica e perfeccionista. Ao mesmo tempo, se você vem de uma família sem muitos limites, você cria crenças de desamparo, e a forma que o nosso cérebro arranja de lidar com isso é por meio da autorresponsabilidade exacerbada, ou seja, acredita que se você não tomar a frente, ninguém tomará”, exemplifica.

Ela continua: “Já se você é de uma família dominadora e é constantemente reprimida, é provável que tenha crenças de inadequação e de que não merece ser amada, criando crenças de desamor”.

Rotina tóxica

Para além da herança familiar, a especialista pontua que continuar a escolher relações com padrões comportamentais semelhantes tem a ver com a necessidade do ser humano de repetir o mesmo hábito, algo “mais confortável” para o cérebro. “Nós somos criaturas de hábitos. Gostamos de rotinas e comportamentos familiares, mesmo quando eles nos perturbam. Então, nós os repetimos”.

A psicóloga explica que atitudes reconhecidas frequentes são repetidas em looping para que o cérebro gaste menos energia e mantenha-se estável. Já a parte psicológica está ligada à necessidade de poder, mas também sobrevivência.

“A pessoa acredita que, em algum momento, ela terá controle sobre a situação e conseguirá transformá-la em algo bom. Só que, muitas vezes, o resultado não é esse”, elucida, sobre o padrão negativo.

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Tudo começa na cabeça

Com uma relação familiar conturbada e o cérebro pronto para sempre se envolver em relacionamentos tóxicos, uma “chavinha” contraditória é ligada. “De alguma forma, você passa a acreditar que o que as pessoas dizem a seu respeito é verdade e que você está fadada a relações ruins”, diz Thayne.

“Se temos uma crença de ‘desvalor’, de se sentir inferior, tendemos a entrar em relacionamentos que nos façam sentir desse jeito. Afinal, em algum nível, acreditamos que isso é verdade”, pontua Sarah. A psicóloga enfatiza, então, que é essencial olhar para dentro para entender o porquê de ter dado errado, já que era uma relação diferente das anteriores.

Ela frisa que esse momento de conflito consigo mesmo provavelmente não será fácil, porque pode mostrar que nem tudo depende do outro. “Tendemos a culpar os outros sobre os nossos problemas, mas muitos deles podem sim ser causados por nós mesmos, e não tem nada de errado em admitir isso”, esclarece.

“Vai se tratar, garota…”

Se as suas relações terminam sempre da mesma forma, cabe a reflexão sobre sua parcela de responsabilidade. Com isso, a autopunição costuma vir à tona quando os desfechos dos relacionamentos são sempre os mesmo. “É como se fosse uma eterna confirmação de que o problema está em nós. Com o sofrimento presente, a repetição de padrões comportamentais negativos também impede a vivência de experiências diferentes e positivas”, complementa.

Ou seja: o seu cérebro não consegue mudar a forma de resposta diante de uma determinada situação (normalmente ruim), o que gera um ciclo vicioso negativo. O pior: muitas vezes, tudo isso acontece de forma inconsciente.

“Ficamos tão imersos em traumas e feridas passadas que não damos abertura para olhar por outro prisma, nos direcionando sempre para o mesmo lugar e nos aprisionando emocionalmente. Esses comportamentos também acabam por afastar pessoas que seriam realmente boas para a gente.”

Reconhecer essas construções negativas dentro de si pode ser um caminho solitário e extremamente complicado de trilhar, como enfatiza a especialista. Por isso, ao começar a abrir os olhos para essas situações de conflito interno, é essencial saber que está tudo bem se você pedir apoio.

“Muitas vezes, a gente reconhece que algo não está bem, mas não conseguimos agir de outro jeito. Por isso, é importante saber a hora de pedir ajuda à um profissional qualificado. O psicólogo seria o profissional ideal para auxiliar nessa caminhada”, finaliza.

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