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Psicóloga explica como acolher pessoas que estão vivendo um luto

Principal desafio é saber se colocar à disposição sem tentar diminuir ou solucionar a tristeza do outro

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1 de 1 Mulher chorando olhando pro telefone - Foto: FreePik

Lidar com o luto, de modo geral, não é fácil. Quem já teve de consolar alguém próximo sabe que, muitas vezes, as palavras somem e um abraço apertado se torna a melhor forma de demonstrar apoio. Mas, diante das restrições impostas pelo isolamento social, em que esse gesto também se tornou arriscado, como acolher tantas pessoas que estão vivendo uma experiência de luto causada pelo coronavírus?

A essa altura, em que o Brasil já soma mais de 70 mil mortos por Covid-19, é difícil não ter um conhecido que passou pela doença ou perdeu um ente querido para ela. Nessas situações, é normal querer ajudar. O problema é que muita gente não sabe como.

De acordo com a psicóloga Adriana Souza, a melhor forma de acolher um amigo que vive uma situação de luto é se colocar à disposição para escutá-lo, diferenciando apoio de “resolução de problema”.

“É normal ficar ansioso, querer levantar o astral da pessoa. Mas a tristeza é saudável e parte natural desse processo. Por isso, escutar o que o outro sente, evitando apresentar soluções para a tristeza, é fundamental”, explica a especialista.

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Ela recomenda que, ao conversar com uma pessoa enlutada, falas como “vai ficar tudo bem” ou “pelo menos você tem isso ou aquilo” sejam substituídas por “eu entendo sua tristeza”, “realmente é um momento difícil”, e “estou aqui para você”.

“É um momento difícil, em que exercitar a empatia e o acolhimento tende a ser mais efetivo do que tentar diminuir ou resolver a tristeza do outro”.

Adriana Souza, psicóloga humanista

O suporte pode ser concedido a distância, por telefone ou troca de mensagens. “O importante é escutar. As pessoas tendem a achar que é um ato pequeno, mas a escuta ativa é poderosíssima. Quando dedicamos nosso tempo a alguém, essa pessoa se sente amada, atendida e mais disposta a compartilhar sua vivência”, diz a profissional.

Nessas horas, ajudas práticas também são bem-vindas. “Se oferecer para solucionar alguma questão burocrática, que esteja ao seu alcance, também é válido. O luto consome muito da energia das pessoas e essa, certamente, é uma excelente forma de ajudar”, conclui.

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