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Programação Neurolinguística promete ajudar adeptos a alcançar metas

Metodologia, apelidada de PNL, tem sido usada por concurseiros, pessoas que querem emagrecer ou apenas por quem busca autoconhecimento

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Nada é orgânico, tudo é programado, já cantarolava a Pitty no seu rádio nos idos de 2003. Aparentemente, quem diria, ela tinha razão. Pelo menos segundo os adeptos da Programação Neurolinguística, até o que você fala, como pensa e a forma como se comunica são programados pelo cérebro – e você nem percebe.

Criada há mais de 40 anos nos Estados Unidos e com mais de 20 de história no Brasil, a apelidada “PNL” começa a ganhar cada vez mais adeptos com a promessa de “reprogramar” o seu sistema. Nas redes sociais, onde ela tem se espalhado, quem abraça a técnica jura que ela serve aos mais variados objetivos, de secar a barriga à subir na carreira. Tudo mais ou menos com o poder da mente. Questão de prática, eles dizem.

Os cursos e treinamentos para a metodologia – como ainda não tem comprovação científica, não é considerada ciência – falam em coisas como “alterar a percepção do mundo”, “ressignificar comportamentos”, “melhoria da comunicação” e “identificação de lideranças”. Só fica difícil explicar como justamente porque a PNL usa um conjunto de técnicas de áreas diversas. Não é psicologia, nem matemática, nem neurologia, mas tem um pouco de cada coisa.

“A ‘programação’ seria a parte das nossas rotinas, nossos padrões de comportamento”, tenta explicar Bento Augusto, presidente e fundador do Instituto Você, um dos mais conhecidos no Brasil quando se fala em PNL. “O ‘neuro’ são as emoções e os sentimentos. E a ‘linguística’ diz respeito à nossa comunicação verbal e não-verbal. É sobre as informações que nosso cérebro têm que influenciam a forma como agimos. Quando uma pessoa te estende a mão, você estende a mão também porque você aprendeu assim”.

“Quando você passa por uma situação pela primeira vez, você reage de uma forma e seu cérebro guarda aquilo no sistema, na forma de um filtro. Quando a situação se repete, o seu cérebro acessa aquela informação e repete a mesma reação. Assim, as pessoas começam a ter comportamentos repetitivos por causa desses filtros que elas criam ao longo da vida”, complementa Fernanda Palácios, diretora comercial da Sociedade Brasileira de PNL.

Se alguém grita com você, aquilo te causa uma reação, você se irrita e automaticamente grita de volta.

Fernanda Palácios, diretora comercial da SBPNL

As técnicas da PNL, então, serviriam para que o praticante conheça e “refaça” os caminhos do cérebro para que os resultados sejam diferentes. “Por exemplo, você tem uma crença de que quando fala mais alto, tem um resultado melhor. Mas, às vezes, no treinamento descobre que quando você fala mais alto na verdade algumas pessoas se afastam porque você transmite arrogância ou insensibilidade”, exemplifica Augusto. O mesmo vale para as tais “crenças” que viram obstáculos no escritório, na hora de fazer dieta ou de passar em uma prova de concurso.

Pane no sistema?
Para entender como funciona a tal reprogramação, vale buscar a história da PNL. A metodologia foi criada por dois estudantes, um de psicologia e um de linguística, que decidiram investigar por que alguns terapeutas tinham tanto sucesso em seus atendimentos. Para isso, eles passaram, literalmente, a “imitar” o que eles faziam.

A técnica foi chamada de “modelagem” e é usada até hoje em treinamentos. “Às vezes você pergunta para uma pessoa bem sucedida como ela faz para conseguir e nem ela sabe responder. Por isso a modelagem, para que a gente possa entender o comportamento dela e desenvolver a partir daí um modelo nosso”, explica Fernanda.

Partindo daí, a PNL parte do princípio que se alguém consegue fazer alguma coisa, todos conseguem. “A Programação neurolinguística foca na excelência, ajuda a atingir os resultados que a pessoa espera na vida, seja profissional ou pessoal. E por ser uma metodologia, e não uma ferramenta, pode ser usada em qualquer âmbito da vida”, defende.

E tudo bem se você nem sabe muito bem o que quer da vida. “Tem gente que chega nos treinamentos buscando melhorar os relacionamentos, por exemplo, e descobre que na verdade o problema dela é outro. Ele te ajuda a ter visão de futuro e traçar objetivos. Olhar para o estado atual e para o desejado”, continua a especialista. O treinamento mais básico, para iniciantes no assunto, dura 12 dias.

Onde praticar:
Instituto Você (treinamentos em Brasília)

Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística (em São Paulo)

Academia Brasileira de Programação Neurolinguística (em São Paulo)

O que ler:
Não sabe nada sobre o assunto, mas quer saber? A pedido da reportagem, os especialistas consultados recomendaram algumas leituras para quem quer se aventurar pela PNL:

Manual da Programação Neurolinguística
Autor: Joseph O’Connor
Editora Qualitymark
R$ 55

 

 

 

A estrutura da magia
Richard Bandler
Editora LTC
R$ 137

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