Pole dance foi reconhecido como esporte e pode aparecer nas Olimpíadas
Para a professora da prática Damiana Rodrigues, a atividade exige concentração e aptidão física
atualizado
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O pole dance é mais do que mulheres jovens caminhando lenta e sedutoramente ao redor de um poste. A modalidade mistura dança, esporte, forma de expressão, autoestima e contato com o próprio corpo. Apesar do preconceito, a atividade tornou-se, em outubro, modalidade esportiva.
O reconhecimento oficial foi promovido pela Gaisf (Global Association of International Sports Federation). Para o órgão, o pole combina dança e acrobacias em uma atividade que requer muita dedicação mental e física, além de força e extrema flexibilidade.
“O que classifica o pole como esporte é a existência de normas e regulamento de arbitragem específicos para a modalidade”, explica Damiana Rodrigues, professora da atividade e fundadora do Divas Pole Studio.
Mesmo com o aparente avanço, isso não transforma a prática, automaticamente, em um esporte olímpico. Ainda há outras organizações internacionais que precisam reconhecer a atividade. No Brasil, por exemplo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em julgamento recente, negou o status de esporte ao pole dance. Segundo a corte, para ministrar aulas da atividade, classificada apenas como dança, não é necessário um profissional de Educação Física.
Damiana conheceu o pole dance em 2007 através de um filme. Ela pesquisou onde fazer aulas e não achou nenhum instrutor em Brasília. A dançarina de salão participou de um workshop sobre a modalidade, se inscreveu e se apaixonou. “Comprei uma barra e comecei a praticar sozinha. Consegui todas as certificações para ser professora de pole, montei o estúdio em 2010 e comecei a dar aula”, relembra.
A barra é seu parceiro para dançar, independentemente de ser balé clássico, jazz, contemporâneo ou tango. A ideia é usar os movimentos em função da história que você deseja contar
Damiana Rodrigues
Para a treinadora, que já atuou como árbitra em competições, a ânsia de reconhecer o pole como esporte parte de distinguir a modalidade de sua origem. “A atividade veio de casas de striptease. As dançarinas logo perceberam os benefícios físicos da atividade e outras mulheres quiseram aprender. Várias pessoas começaram a explorar a barra e desenvolveram movimentos novos. Essas raízes geram preconceito até hoje”, avalia.
Na lista de alunas, há advogadas, contadoras e diplomatas. Damiana revela ter sido vítima de “piadas” por conta de seu trabalho, mas sempre rebate os comentários afirmando que o pole é sua carreira e algo sério: “Exige muita dedicação, técnica, habilidade e condicionamento físico”.
Independentemente de ser praticado como dança ou esporte, o pole oferece benefícios: força nos braços, definição muscular do abdômen e da coxa. Como toda atividade física, a prática colabora com a saúde mental. “As mulheres se sentem muito empoderadas e bonitas, a autoestima sobe demais”, comenta.
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