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Pet terapia. Cachorros visitam pacientes do Hospital de Apoio

A interação terapêutica com cachorros tem transformado o clima do centro de saúde, que oferece cuidados paliativos a pessoas com doenças graves

atualizado

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Matheus Oliveira/ Agência Saúde
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1 de 1 28924399224_fc17d6e981_z - Foto: Matheus Oliveira/ Agência Saúde

Deitado na cama do hospital, José (nome fictício) encara o teto. Nos olhos, o reflexo do corpo cansado e doente há meses. Ele respira com dificuldade e quase nunca sorri ou fala. O quarto onde José está internado fica no Hospital de Apoio, na Asa Norte. As quintas-feiras costumam ser momentos de alívio nessa rotina. É quando os animais do projeto de pet terapia visitam pacientes.

Os corredores do centro de saúde ganharam mais vida desde que a iniciativa começou, há quase 3 meses. Cachorros vão aos quartos das pessoas para momentos de carinho e interação. José senta-se na cama para receber o labrador Enzo. Suas mãos enrugadas acariciam o pelo do animal e logo um sorriso se abre. “Ele é tão bonzinho e comportado”, fala, com dificuldade. Depois dali, Enzo vai alegrar os quartos ao lado.
Matheus Oliveira/ Agência Saúde

Os voluntários que fazem parte da ação são os tutores dos cachorros. Os animais passam por uma avaliação de saúde rígida, tudo para garantir o bem estar deles mesmos e dos humanos. São 60 pessoas envolvidas na ação, coordenada pela veterinária Nayara Brea.

Ainda não consolidamos os dados, mas os pacientes têm abraçado o projeto com muito carinho. Muitos recebem alta e reclamam porque não vão ver mais os cachorros. Aqueles que continuam no hospital contam que o melhor dia da semana é a quinta-feira – quando recebem a visita dos pets

Nayara Brea

A visita dos cachorrinhos leva cerca de 15 minutos. É o suficiente para fazer a diferença. Os pacientes podem fazer carinho e brincar com os amigos caninos. Além do cuidado paliativo, o hospital também oferece apoio a pessoas em recuperação de doenças ou de sequelas após acidentes.

Felipe Menezes / Metrópoles

 

“Esses dias, a esposa de um rapaz chorava muito. O marido dela estava em coma e não reagia aos estímulos das visitas. Após o contato com os cachorros, ele esboçou um sorriso. Isso a deixou tão feliz. Ela nos contou que voltou a acreditar que o esposo estava aqui e que, de alguma forma, estava lutando”, completou Nayara.

Esse tipo de tratamento é conhecido como pet terapia ou Terapia Assistida por Animais (TAA). Além dos cães, outros animais como coelhos e tartarugas também podem participar.

Matheus Oliveira/ Agência Saúde
A equipe de voluntários que criou o projeto com os cachorrinhos que fazem a alegria dos pacientes

O fonoaudiólogo André Pessoa é um dos profissionais que compõem a equipe médica voluntária no projeto. Ele explica que a terapia com animais faz parte de um processo do HAB que tem o intuito de oferecer tratamentos cada vez mais humanizados aos pacientes.

Felipe Menezes / Metrópoles
Millie alegra um paciente

“A Pet Terapia proporciona um momento de convivência e experiência sensorial para os pacientes em reabilitação. O objetivo deste tratamento é oferecer mais conforto e acolhimento, porque quando se sentem mais felizes o resultado do tratamento é mais positivo e rápido”, diz André.

Matheus Oliveira/ Agência Saúde
A veterinária Nayara e a cadelinha Millie

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