Papinhas prometem ensinar comportamento “de homem” para bebês
Produtos fazem parte da campanha de uma ONG norte-americana para que pais reflitam sobre padrões de gênero ensinados aos pequenos
atualizado
Compartilhar notícia
Que tal uma papinha “anti-gay” de uva para ensinar seu filho a “virar homem”? Ou uma de cenoura para que ele não chore, afinal, “emoções são para menininhas”? Ou uma de pepino para meninas aprenderem a esconder o colo? Os produtos vendidos pela “Gender Baby Foods” parecem absurdos. E são. A iniciativa de “brincadeirinha” é de uma ONG norte-americana, a Anxiety and Depression Association of America, para chamar a atenção para o quão errado pode ser incentivar certos conceitos e comportamentos aos pequenos.
Meninos deveriam ser meninos. Meninas deveriam ser meninas. Gender Baby Foods tem tornado isso possível pelas últimas centenas de anos. Alimentar seu bebê com os ingredientes certos é o primeiro passo para atingir a perfeição de gênero.
Além das listadas acima, as opções incluem “sabores” para que as meninas se lembrem que beleza vale mais que inteligência, para que “ajam como uma lady” e para que os meninos aprendam a brigar e saibam que precisam falar primeiro em uma discussão.
Depois da apresentação, o site pergunta: “Você realmente daria isso a seu filho”?
“Pesquisas concluíram que forçar crianças a aderir ao que a sociedade considera ‘masculino’ ou ‘feminino’ pode ser prejudicial para sua saúde mental. De fato, a constante pressão para manter o dia a dia deles dentro das normas de gênero da sociedade resulta em estresse, ansiedade, insegurança e baixa autoestima, tanto para meninos quanto para meninas. Mas gênero não é natural ou biológico. Gênero é algo construído por nós”, diz o texto do site.
A moral da história é que crianças imitam os comportamentos do adultos, que muitas vezes pensam que atitudes de gênero são impossíveis de mudar. “Parem de alimentar estereótipos de gênero para seus filhos. Comecem a alimentá-los com abertura e discussão e deixe que eles moldem suas próprias atitudes sobre o que significa ser homem ou mulher”, conclui.