Pai fez apelo na internet para filha jogar videogame sem ser assediada

O assédio a mulheres, em jogos virtuais, ainda é uma realidade no Brasil. Com apenas 10 anos de idade, Iris Helena Benfica dos Reis já sofreu a violência em partidas de Overwatch – um jogo eletrônico multiplayer de tiros.

A menina e o pai, Eros Reis, descobriram que lidar com o machismo da comunidade de games não é fácil. Reis comprou o jogo para a filha, que havia gostado muito do Overwatch. “Depois de alguns dias, notei que ela estava entristecida e jogando com o volume baixo”, relatou.

Após investigar, ele notou que algumas crianças estavam proferindo palavras ofensivas e desrespeitosas à menina. Imediatamente ele pediu para que ela saísse da partida.

“Eu expliquei que existem pessoas que gostam de ofender as outras para se sentirem mais poderosas ou extravasar algo que estão passando. Falei que é errado e sempre que ela encontrasse pessoas assim, saísse da partida e me avisasse imediatamente”, disse. Além disso, ele precisou também apagar mensagens enviadas ao perfil de sua filha, que chegavam até a pedir fotos da garota.

Ele considera que a filha joga bem e percebe que tem crianças que não gostam de perder para uma menina. Em um dos vídeos que gravou para o YouTube, Iris até ganhou a jogada da partida com a heroína Mercy.

Ao perceber a situação, Eros entrou em um grupo do Facebook reservado para quem curte Overwatch e fez um apelo à comunidade do jogo.

O pedido do pai viralizou e deu resultado. A menina voltou a jogar tranquilamente e utiliza o sistema de voz com microfone no game.

Como agradecimento, a garota até fez um desenho para os usuários da comunidade, com a seguinte mensagem escrita:

“Queridos amigos, gostaria de agradecer à Overwatch Brasil por este dia espetacular que nunca vou esquecer. Ganhei muitos amigos e muita diversão. Amo todos vocês. Iris”