O que são microesferas de plástico e por que elas estão sendo banidas?
Rio de Janeiro é o primeiro estado brasileiro a adotar essa tendência para reduzir poluição
atualizado
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O Rio de Janeiro deu mais um passo na direção da ecologia. O governo sancionou uma lei proibindo, em todo o estado, microesferas de plástico. Em 18 meses, empresas que continuarem com as partículas em seus produtos vão sofrer penalizações e multas.
O material é comumente usado em produtos de higiene e beleza, como pastas de dentes e esfoliantes. A microesfera de plástico não é absorvida pelo corpo, o problema está na contaminação da água. Ao tomar banho, as partículas vão para o sistema fluvial.
Por não serem biodegradáveis ou filtráveis, elas não ficam contidas no tratamento de esgoto e vão parar na água potável e nos mares. Uma pesquisa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) fez o link entre a presença das microesferas de plástico e mortalidade de animais marinhos.
Na pele, as partículas não fazem mal, segundo a farmacêutica Andrea Guarezi. A preocupação da especialista é o que acontece quando ingerimos as microesferas. “A Organização Mundial de Saúde (OMS) fez um teste com 250 garrafas de água de 11 marcas líderes do mercado mundial, incluindo brasileiras, e havia micropartículas de plástico em 93% delas. E, como ainda não há estudos sobre o assunto, não é possível afirmar quais os potenciais riscos da presença de plástico na água que bebemos”, ressalta.
Para evitar comprar produtos com pedaços de plástico, Andrea recomenda esquivar-se de itens com os nomes polyethylene ou polypropylene nos rótulos e dar preferência a cosméticos naturais. O site Beat the Microbead lista quais marcas já se livraram do componente, como Dove, Natura e Colgate, e mostra as que ainda utilizam as microesferas.