Natal solidário: conheça ações no DF para ajudar quem precisa
Inspirados pelo Natal, projetos brasilienses arrecadam doações e se preparam para levar alegria a locais e pessoas que precisam
atualizado
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Falta pouco mais de um mês para o Natal, mas muitos brasilienses já se deixaram inspirar pela atmosfera de solidariedade característica deste período. Para além dos encontros familiares e das confraternizações entre amigos, há quem aproveite a época para reunir pessoas com vínculos que extrapolam laços de sangue ou de afeto, que se mantém pelo desejo de proporcionar um fim de ano melhor para outras pessoas.
O objetivo pode ser atingido de várias formas: patrocinando sonhos descritos em cartinhas para o Papai Noel; costurando, com as próprias mãos, estojos para o início do ano letivo da garotada; ou trabalhando na arrecadação de roupas e alimentos para quem precisa.
Os meios podem ser distintos, porém, quase sempre, a recompensa é igual. Atos de carinho, involuntariamente, tem como resposta sorrisos, abraços e o sentimento único de mudar o dia — e, às vezes, a vida — de alguém.
Nem um ano “particularmente cansativo” como 2019 desanimou grupos de voluntários. Pelo contrário. Eles parecem estar mais conscientes do papel que têm, e seguem firmes com o compromisso que fizeram.
Estojos do Bem
É o caso das costureiras do projeto Estojo do Bem, que se dedicam a confeccionar e arrecadar materiais escolares para crianças atendidas por instituições do DF.
O projeto começou há três anos, quando a idealizadora Márcia Valle fez um curso de costura criativa e decidiu colocar o aprendizado em prática, produzindo estojos para doação. Inspirada por um projeto que conheceu na África, pediu ajuda à professora de costura, Luciana Jaber, para confeccioná-los em grande escala e, depois, doar a quem precisa.
No primeiro ano, a turma fabricou 300 estojos para uma instituição brasiliense, superando a meta de 70 pensada anteriormente. No segundo, com ajuda de alunas de Luciana, doaram mais 1.500.
Em 2019, ainda em dúvida sobre como conseguirão “rechear” os itens com canetas, lápis, borrachas e apontadores, o grupo planeja produzir e entregar três mil unidades, só em Brasília.
“Este ano, participamos de uma feira e aproveitamos para divulgar a iniciativa. A partir daí, costureiras de várias partes do País decidiram levar o projeto para suas cidades. Já existe Estojos do Bem em Recife, São Paulo, Aracaju, Goiânia, Rio de Janeiro, Salvador…. E a ideia é expandir. É um projeto feito com muito amor”, explica Luciana.
Para viabilizar a meta, a dupla de costureiras agendou um mutirão para confeccionar os materiais no dia 27 de novembro e criou uma vaquinha on-line. Toda ajuda é bem-vinda. Entretanto, o maior desafio do projeto é arrecadar os materiais.
“Conseguimos movimentar uma quantia significativa na feira, mas ainda temos muito trabalho pela frente”, admite a professora de costura. Quem quiser ajudar pode entrar em contato pela página do projeto no Instagram.
Galera solidária
“Juntamos o grupo da galera — os mais jovens da família, tios, tias, todo mundo. Éramos umas 20 pessoas. Hoje, somos uns 100”, resume a professora Suely Brasil. Desde 2015, ela une o prazer pessoal de proporcionar momentos especiais para alunos de escolas públicas com a satisfação de conduzir um projeto social ao lado de sua família.
Meses antes do Natal, eles se dedicam a encontrar uma escola com alunos necessitados, contabilizar a quantidade de doações necessárias e buscar padrinhos dispostos a realizar o desejo de crianças como Dalton, do 5º ano. “Queria pedir um tênis”, escreveu em uma das cartinhas recebidas pelo projeto.
Após um dia inteiro de festa — com lanche, brinquedos infláveis e brincadeiras —, também preparada pelo grupo, os presentes chegam de surpresa, e em grande estilo.
Os “papais noeis” desembarcam em motocicletas, graças a uma parceria que o grupo fez com motoclubes locais. “As crianças começam a gritar, se abraçar. É muito emocionante”, classifica Suely.
Os laços sanguíneos não são mais o único elo do grupo. Em apenas em três anos, a turma inicial atraiu outras dezenas de benfeitores no DF, para sorte das crianças atendidas. Graças a quantidade de envolvidos, será possível contemplar duas escolas com o projeto em 2019.
“Vamos fazer uma ação em Santo Antônio do Descoberto. A escola que selecionamos tinha apenas 650 crianças. Mas decidimos incluir uma segunda instituição porque, ainda bem, temos condições de atender mais pessoas”, comemora Suely.
Ao todo, a ação de Natal deve presentear cerca de mil estudantes. Eles estão confiantes, mesmo que ainda não tenham conseguido todo o material necessário para a ação.
Quem quiser e puder colaborar apadrinhando uma criança, organizando a festa ou doando itens para o lanche da criançada pode entrar em contato com Suely pelo telefone 99915-4202.
Laços da Alegria
Há oito anos, cerca de 20 amigos se juntaram, angariaram alguns acessórios e decidiram dedicar o tempo livre para levar um pouco de alegria para hospitais, asilos, creches e orfanatos. Sem formação na área de saúde, mas com muita disposição para ouvir, acolher e provocar risadas em pessoas que passam por alguma situação de vulnerabilidade, o projeto conta, hoje, com cerca de mil voluntários.
Juntos, eles se revezam para fazer visitas semanais a hospitais da rede pública do DF, ir quinzenalmente a outras instituições e atender todas as cidades.
Para o Natal, planejam uma ação na Estrutural, com doação de roupas e brinquedos. E esperam ter mais sucesso que no ano passado, em que os donativos recebidos não foram suficientes para atender a demanda da ONG.
“Este ano, optamos por roupas. Acreditamos que é uma forma mais segura de garantir que o nosso objetivo seja atendido”, pontuou Layla Lira Barretos, uma das coordenadoras.
O organização não tem fins lucrativos nem vínculos políticos, ideológicos ou religiosos. O que os une, de fato, é o desejo de compartilhar alegria com pessoas que, como afirma Laya, “só precisam de atenção”.
“O sentimento que fica é de gratidão. Entramos uma pessoa na visita e saímos completamente transformados. É uma lição mútua, dos pacientes e das pessoas atendidas, assim como dos voluntários”, completa a diretora de comunicação do grupo, Nayara Silva de Sousa.
HELLO HELLO! ? olha o tanto de sorrisos!!!! ?❤️❤️nosso fim de semana foi assim:
Posted by Laços da Alegria on Monday, November 26, 2018
Terço dos jornalistas
Acostumados a registrar o outro lado da história, um grupo de jornalistas do Distrito Federal também decidiu fazer sua parte e unir forças em prol dos que precisam. A ideia inicial era apenas reunir alguns colegas de profissão para rezarem juntos o terço católico.
Porém, não demorou até o grupo aumentar. Assim como se cresceu também os objetivos do começo do projeto.
“Percebemos que muitos amigos das redações estavam adoecendo: com ansiedade, síndrome do pânico, dificuldades de dormir”, pontua a jornalista Gabriella Julie, sobre o que considera ser reflexo do desgaste da profissão. “Encontramos uma forma de compartilhar nossa fé e viver um ambiente mais sadio”, acrescenta.
A iniciativa conta com jornalistas de diferentes veículos de comunicação do DF e ações para orgulhar a categoria. A próxima será na Estrutural, uma das cidades mais pobres do DF. Juntos, eles adotaram cerca de 50 cartinhas ao Papai Noel. Pedidos simples de atender, mas que farão muita diferença no Natal dos pequenos moradores da região.
Força-tarefa na cozinha do Páprica
Na cozinha do Páprica Burger, rede de hamburguerias presente no Plano Piloto e em Águas Claras, direção e funcionários também vão se unir para uma ação de Natal. O empreendimento costuma realizar algumas ações ao longo do ano.
Neste Natal, repetirão o gesto de 2018, e distribuir hambúrgueres para creches e pessoas em situação de rua.
“Já doamos 500 hambúrgueres. Ainda estamos nos organizando para este ano, pensando em como fazer, mas queremos repetir a ação. O objetivo é compartilhar um pouco dessa experiência para pessoas que, às vezes, não têm acesso de comer um produto com qualidade, fresquinho, feito com amor e carinho”, pontua Bruna Pietro.
Posted by Páprica Burger on Sunday, September 16, 2018