Natal ao ar livre: saiba como decorar a casa e curtir a ceia com segurança
Especialistas indicam como diminuir os riscos de contrair a Covid-19 e manter a magia típica da data
atualizado
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Não é novidade que a pandemia do novo coronavírus mudou a forma de conviver da sociedade nos quatro cantos do planeta. Máscaras de proteção facial, álcool em gel e distanciamento social entraram para a rotina das pessoas, e assim devem permanecer até que a Covid-19 seja erradicada de maneira definitiva. Por esse motivo, a celebração natalina deste ano deve ser diferente dos anos anteriores.
Sem abraços e com a ausência de entes queridos, o ideal é manter os cuidados e preferir ambientes ao ar livre. Segundo a equipe do Independent Sage, grupo de cientistas do Reino Unido, o formato perfeito pede encontros em locais a céu aberto, tendo em vista que é mais fácil manter a distância de mais de 1,5m entre as pessoas.
“Independentemente de saber se a mistura doméstica é possível ou não, devemos desenvolver formas de celebrar que mantenham a nós mesmos, nossas famílias e nossa comunidade mais seguros”, escreveu a equipe em um documento publicado em novembro.
Assim, varandas, quintais e jardins são melhores e mais indicados do que a sala de estar ou de jantar das residências. Mas, independentemente do local escolhido, é preciso que haja um espaço destinado à higienização constante das mãos, por exemplo.
A personal organizer Valéria Albernaz explica que o recomendável é que o combo álcool em gel e máscaras estejam na recepção e espalhados pela casa. Outro conselho: “Divida o horário de chegada para que não haja uma aglomeração logo no início.”
O “cantinho” da higienização deve contar com mesas ou cabideiros, para que o convidado possa apoiar objetos pessoais, máscaras de proteção e álcool em gel. Também deve ter álcool 70% ou um produto específico para limpeza dos sapatos.
Ao Metrópoles, a personal mostrou, detalhadamente, como montar o espaço.
Assista:
Décor funcional
Para não perder o brilho do Natal, o ideal é apostar na decoração e pensar nos mínimos detalhes. A especialista em projeto de interiores residenciais e comerciais Márcia Figueiredo explica que, com os devidos cuidados, dá para manter a festa no quintal ou na varanda, mesmo em dias de chuva.
Por isso, o ideal é alugar tendas e preferir materiais sintéticos, tendo em vista que não são afetados pelas variações climáticas e por aplicações de álcool.
Segundo a expert, o décor externo pode ser feito com base em três itens, mesclados conforme os gostos dos moradores. São eles: bolhas transparentes de plástico, velas de parafina e fitas aramadas. Com os artigos decorativos em mãos, é hora de abusar da criatividade e criar um ambiente natalino e mágico.
“As bolas servem para envolver outras, feitas de materiais mais sensíveis. O plástico pode ser limpo frequentemente, sem estragar, e mantém a beleza da decoração à vista”, explica Márcia.
As velas mantêm a luminosidade característica do mês de dezembro e não necessitam de reposição ao longo da noite. No caso das fitas, o morador pode envolver as velas, com laços, ou criar diferentes enfeites para o espaço. A vantagem principal é que, por não absorverem umidade, não se desfazem ao longo da noite.
Outra alternativa é mixar as fitas com as bolas de plástico para a criação de cachos ou ornamentos de mesa. “Dá para criar um belo visual com os três e brincar bastante”, afirma Márcia. Os artigos podem ser encontrados em e-commerce ou em lojas físicas pelo Distrito Federal.
Luzes e (muito!) brilho
A arquiteta e designer de interiores Tyany Rodrigues afirma que o ambiente ao ar livre permite que os moradores usem e abusem de algo muito importante na celebração natalina: a iluminação.
“Para a área externa, o melhor é o espeto de luz, lanternas e velas artificiais. Também tem a opção dos pisca-piscas e os pinheirinhos de luz. Todos deixam o ambiente com ares natalinos”, diz.
A luz também pode ser uma facilidade para manter a distância entre os convidados. Para tanto, basta utilizar espetos iluminados ou fitas de LED e separar os espaços.
Na decoração, a tendência é que, neste ano, a maioria dos lares adote uma pegada mais rústica e com as cores tradicionais da época, o verde e vermelho. Entre os mais visados, estão peças artesanais e em madeira, além de louças estilizadas.
Ela pontua a importância de distribuir os elementos conforme o espaço. “Deve haver proporcionalidade ao tamanho do ambiente. Pequenos detalhes fazem a diferença e não ocupam tanto espaço visual. Fica mais confortável aos convidados”, orienta.
Confira alguns dos itens citados pelas especialistas:
Fita aramada, 10 metros
Kit minivelas de parafina, 50 unidades
Fita de LED, 5m
Bolas transparentes, 10 peças
Ceia
De acordo com o infectologista Werciley Júnior, do Hospital Santa Lúcia, os cuidados com os alimentos são os mesmos que devem haver normalmente. O peru, tender, chester e companhia devem ser aquecidos ou refrigerados, conforme o tipo, até o momento de servir para evitar a proliferação de bactérias e vírus.
Valéria acrescenta que, quando estiverem na mesa, eles devem ser cobertos com papel PVC ou toalhas. “No caso dos petiscos, como frutas e nozes, para que não sejam compartilhados, é bom colocar em potes separados e tampados com papel-filme”, ressalta a personal organizer.
Os demais itens do cardápio não podem ser fracionados por conta de tradição, como o corte do pernil. “Também não dá para generalizar o gosto das pessoas. Esse é um ponto que merece atenção redobrada”, explica Valéria.
A refeição também costuma ser dividida entre os convidados. É comum que, no Brasil, cada convidado leve um prato para a celebração. Por ser um Natal atípico, o melhor seria a contratação de um bufê, em que haveria menos contato de pessoas com a comida.
“Nem todo mundo pode pagar ou quer algo assim. A melhor saída é cobrar cuidado de quem for cozinhar. A manipulação dos alimentos precisa ser feita de máscara e por pessoas selecionadas, que não tenham risco de estarem contraminadas”, alerta a personal organizer.
Além disso, o recomendado pelos dois especialistas é evitar conversar perto das comidas e utilizar a máscara. Se possível, divida as pessoas em pequenos grupos, para evitar aglomeração próximo à mesa de jantar. “Antes de começarem a degustar, relembre às pessoas o uso do álcool e da máscara. Também é viável recorrer a luvas plásticas”, completa.
Cuidados
Segundo o infectologista, além da preferência por ambientes externos com livre circulação de ar, deve haver atenção redobrada com quem participará da ceia do dia 24 deste mês. Menos é mais. Reduza ao máximo, optando por quem é do círculo domiciliar e que não tenha tido contato com contaminados (e nem demonstrem sintomas da Covid-19).
Para reduzir as chances de contrair a doença em festas e encontros, o infectologista explica que as pessoas devem aplicar os três principais cuidados contra a doença. São eles o uso de máscara facial, higienização constante das mãos e distanciamento social. As medidas devem ser aplicadas em conjunto. Sozinhas, perdem a eficiência.
“Nas confraternizações, é quase impossível manter esses cuidados”, lamenta. Mas ele ressalta a necessidade de se manter em alerta: “Qualquer forma de agrupamento social tem risco. Cabe a cada um arcar com as consequências.”