Não pira: especialista dá dicas a quem quer ser mais feliz no trabalho
Fundadora de um instituto com essa finalidade, Carla Furtado ensina sobre a importância da felicidade no ambiente profissional
atualizado
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“Trabalhe com o que ama e nunca mais amarás o que ama”. A frase que costuma circular nas redes sociais, uma versão um tanto quanto desanimada da máxima do pensador chinês Confúcio, reflete o sentimento de muitos funcionários de diversas corporações, das públicas às privadas. As já desanimadoras cobranças, pressões e excesso de demandas somaram-se, este ano, ao fator pandemia de coronavírus, que gerou uma onda de demissões e virou gatilho para um aumento considerável nos casos de estresse, sobretudo entre mulheres.
O cenário inédito fez com que muita gente decidisse mudar de vez a carreira, trocando o emprego atual por algo que promovesse mais bem-estar.
Porém, antes de entregar a carteira de trabalho ao RH ou jogar tudo para o alto, algumas medidas podem ser colocadas em prática a fim de ativar a motivação pessoal e fazer o seu ambiente de trabalho (físico ou virtual) mais feliz.
Mas, como?
Ao Metrópoles, a mestre em psicologia Carla Furtado, fundadora do Instituto Feliciência, detalha como isso é possível, mesmo em um cenário que pareça pouco animador. O home office levou uma incontável quantidade de pessoas ao divã. Ela, porém, acredita que ainda dá para reverter o quadro preocupante.
Nos EUA, dados do American Institute for Stress mostram que o prejuízo decorrente do estresse vindo do trabalho gera custos de US$ 300 bilhões por ano.
“Muitas pesquisas comprovam que iniciativas voltadas para a promoção de bem-estar no ambiente de trabalho geram engajamento, inovação e um retorno financeiro para a organização”, salienta.
Por isso, em países da Europa e da Ásia existem profissionais específicos para essa missão, conhecidos como Chief Happiness Officer. Carla, inclusive, dá um curso de formação desse tipo de profissional. Veja como participar neste link.
Entenda seu propósito
Embora pareça ser apenas uma fonte de renda, é possível, sim, ter experiências positivas dentro do trabalho. “Isso deveria ser um direito dos funcionários”, defende a especialista. O primeiro passo é compreender que essa alegria ao bater o ponto é legítima, não é algo supérfluo, e deve ser uma meta diária.
Quando sentir que as coisas apertaram e você não dá conta das demandas, comunique seu superior, dê uma pequena pausa, respire e volte após um tempo. Meditações e alongamentos de alguns minutos podem salvar seu dia.
Autoconhecimento
Pergunte-se se o que você faz agrega valor para você e se gostaria de continuar fazendo isso pelos próximos anos. Antes de terceirizar a culpa, volte a lente para si e questione-se: de fato, minha entrega é absoluta ou apenas estou trocando de emprego compulsoriamente? Sem refletir nos verdadeiros motivos para querer uma mudança, ela pode ser apenas válvula de escape para outras insatisfações, muitas delas de ordem pessoal.
Foque no que faz de melhor
Um modelo muito bem sucedido é o de trabalhar concentrando o pensamento no que você tem de bom, e não nas suas fraquezas. Identifique os seus gaps e tente corrigir as deficiências, mas, sobretudo, volte sua energia ao que o faz se destacar.
Sugira projetos baseados no que domina e, sempre que tiver a chance, peça feedbacks sobre o resultado que eles trouxeram.
Motivação ou desmotivação?
A motivação é algo pessoal, mas a desmotivação pode ser causada por fatores externos. Se a empresa em que está não está preocupada em minimizar a infelicidade de seus colaboradores, talvez seja a hora de realmente pensar em um plano B. Mas, se há o desejo manifesto em criar ações positivas, embarque neles. De clubes de leitura a rodas de conversa sobre determinados temas, participe de ações que possam aumentar seu nível de engajamento.