Mulheres estão bebendo mais na quarentena, afirmam estudos
Aumento na frequência e consumo de álcool pode ser explicada pelo estresse causado pela pandemia, sobretudo para elas
atualizado
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Conciliar isolamento social, sobrecarga no trabalho e novas demandas dos filhos não tem sido nada fácil, sobretudo para as mulheres. Depois de constatar que elas foram as mais prejudicadas com o contexto da pandemia — em aspectos como saúde mental, emprego e segurança — novos estudos as colocam em evidência, também, frente ao aumento do consumo de álcool.
Uma pesquisa conduzida pela revista médica JAMA Open Network, por exemplo, comparou a frequência com que um grupo de mulheres bebeu, nos anos de 2019 e 2020, verificando um aumento de 17%. A estatística representa quase um dia a mais de bebida acrescido à rotina. No mesmo levantamento, as mulheres relataram, ainda, ter 41% a mais de dias de consumo pesado.
Completando essas descobertas, um segundo estudo, publicado no jornal Addictive Behaviors de 2020 , propôs que “a percepção de ameaça e sofrimento psicológico relacionados à Covid-19” poderiam estar ligados ao aumento no consumo de álcool.
Na pesquisa on-line, realizada em meados de abril, os 754 participantes, sendo metade mulheres, tiveram que responder quantas vezes haviam bebido no mês passado, se estavam mais estressados que o normal e se acreditavam que a pandemia de Covid-19 teria impacto em sua saúde mental.
Embora tanto homens quanto mulheres tenham admitido estar bebendo com mais frequência, à medida que o medo e incerteza em torno da pandemia aumentam, os pesquisadores descobriram que essa elevação no consumo de álcool foi mais claro nas participantes do sexo feminino, que “alcançaram” o nível de bebida que os homens mantinham antes de a pandemia começar.