Muito além do closet. O que exatamente um personal organizer faz?
Armários, cozinha, mudança, escritório e até serviço póstumo. Lohanne Lenzi e Sabrina Rezende explicam melhor a função e dão dicas práticas
atualizado
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Tudo em nossas vidas funciona melhor quando praticamos o desapego e mantemos as coisas de forma organizada. Em alguns segmentos, é mais complicado colocar isso em prática. Por exemplo, dar adeus para aquele boy lixo e perceber a importância do “antes só que mal acompanhada”.
Mas, em outros, é bem simples. Por exemplo, pense nos ambientes presentes na sua rotina (cozinha, quarto, sala, escritório), eles estão em ordem? É fácil encontrar tudo que você procura? Os itens mais usados estão dispostos de forma fácil e prática? Se você precisar de um documento agora, sabe exatamente onde ele está?Se a maioria das perguntas teve resposta negativa ou te deixou em dúvida, você precisa conhecer o trabalho de um personal organizer. A profissão surgiu nos Estados Unidos – por isso, a nomenclatura em inglês – para descrever o profissional responsável por prestar um serviço personalizado de organização.
Há pouco mais de um ano, as personal organizers Lohanne Lenzi e Sabrina Rezende resolveram unir seus conhecimentos na área e montar em sociedade a empresa Alma.
“Fazemos serviços variados. As pessoas ligam o trabalho diretamente a closet, mas não é só isso. Podemos acompanhar todo o processo de organização da mudança, do escritório, de documentos em geral, em qualquer cômodo da residência ou até na casa inteira”, explica Lohanne.
As duas estão acostumadas a atuar em diversas áreas de organização. O último trabalho, concluído nesta semana, foi feito na casa inteira da cliente. Desde os quartos do bebê e do casal, passando pelo escritório até, um dos mais pedidos, a cozinha.
“Nosso diferencial é atender a necessidade do cliente. No primeiro contato, entendemos a rotina e, depois disso, pensamos na forma mais funcional de atendê-lo. Estamos acostumadas a ver ambientes postados por blogueiras com tudo separado por cor, saia com saia, vestido com vestido. É bonito? Sim, mas, é funcional? Não. O trabalho é feito para atender a necessidade real da pessoa”, diz Sabrina.
As empresárias mantêm contato pós-organização. Treinam a pessoa responsável por garantir a manutenção de todo o trabalho desenvolvido e, após um tempo, visitam o cliente para ver se a arrumação continua.
Lembrando: existe uma diferença entre arrumado e organizado. Na arrumação, os itens são simplesmente guardados, já na organização as coisas são colocadas em seus devidos lugares, seguindo técnicas definidas com o objetivo de otimizar os espaços e facilitar o dia a dia da pessoa.
As sócias lembram de um cliente que viajava muito a trabalho e quase não ficava em casa. A solução encontrada para agilizar seu tempo livre foi deixar as roupas dobradas prontas para serem colocadas na mala. “Para ele, não fazia sentido ter as peças penduradas no cabide. Tudo organizado de forma simples e prática. O armário facilitava uma mala inteligente”, completa Lohanne.
Muitas pessoas procuram esse serviço para aprender a arrumar uma bagagem funcional – principalmente com as novas regras e limitações das companhias aéreas.
Serviços não tão comuns
Muita gente não sabe, mas personal organizer também trabalha com lista de casamento (abre os presentes, cataloga, troca se for preciso e arruma na residência do casal), transferência de contas para o novo endereço e até a primeira compra de mercado para ter algo na geladeira após a lua de mel.
Enxoval do bebê e serviços para idosos também entram na lista. “Compras do mês, averiguar se o ambiente é o mais propício e seguro para criança ou idoso, organizar tudo para atender as necessidades da faixa etária, todas essas são tarefas importantes”, diz Sabrina.
Ninguém gosta muito de pensar nisso, mas existe um nicho até para a hora da perda. O serviço póstumo consiste em arrumar as coisas da pessoa que partiu, separar peças e objetos para a família decidir como enfrentar essas questões. “Até o cheiro traz lembranças e nem todo mundo está preparado, naquele momento, para lidar com isso”, fala Lohanne.
Desapego
As profissionais não obrigam os clientes a se desfazerem de nada, só quando estão preparados. “A triagem é importante para separar os itens realmente aproveitados dos que estão só entulhados. Mas, entendemos a sensibilidade por trás disso. O apego é ligado à emoção. Costumamos dizer ‘mais uso e menos posse’. Não existe quantidade ideal de coisas para tirar, respeitamos o tempo de cada um”, explica Lenzi.
Os desapegos são vendidos nos bazares anuais organizados pelas sócias – sempre dois na Asa Norte para roupas e acessórios, e dois em Sobradinho, onde entra tudo, até móveis. “Com a venda dos itens do desapego, tem cliente pagando nosso serviço e ainda ficando com uma grana. Nosso trabalho não é direcionado para quem tem alto poder aquisitivo, como muitos acham”, fala Sabrina.
Ao Metrópoles, as personal organizers separaram algumas dicas para você começar a colocar em prática hoje mesmo: