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Mito ou verdade: mulheres que andam juntas, menstruam juntas?

Apesar de muita gente acreditar que a convivência entre mulheres faz os ciclos menstruais se alinharem, cientistas divergem sobre tema

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1 de 1 Clean white tampons, mobile phone and Calendar - Foto: Getty Images

Você já conviveu com mulheres a ponto de seus ciclos menstruais entraram em sincronia? No trabalho, notou que suas colegas começaram a menstruar nos mesmos dias que você? Seu ciclo sempre cai no período em que suas amigas também estão “no vermelho”?  Apesar de muita gente atribuir fatos como esses a uma espécie de comunicação hormonal, a explicação mais viável, do ponto de vista científico, é que o tal alinhamento dos ciclos menstruais seja mera coincidência. 

Um novo estudo da Universidade de Oxford, em parceria com o aplicativo de fertilidade Clue, mostrou que, ao contrário do que se especulava sobre alinhamento de ciclos, quanto mais as mulheres convivem, mais distantes ficam seus períodos menstruais. 

Para chegar a conclusão, pesquisadores investigaram 360 pares de mulheres que viviam juntas e analisou três ciclos menstruais consecutivos de cada par. 

A partir de 1.500 respostas – maior amostragem em pesquisas nesse sentido – eles perceberam que mais de 75% das duplas menstruaram em datas mais distantes de suas amigas no terceiro mês que no primeiro. Com o passar do tempo, os ciclos foram se afastando.

“Faz parte da natureza de duas séries matemáticas que continuam se repetindo: a série divergirá à medida que os números crescerem. É de se esperar que a cada seis meses mais ou menos, os períodos menstruais sincronizem. Isso não significa que diferença está ficando menor”, afirmou a cientista Marija Vlajic, em entrevista ao The Guardian.

Mas de onde surgiu o mito? 

A teoria que sustentava a sincronização dos ciclos apontava para uma possível troca de feromônios (substâncias responsáveis pela comunicação química dos animais) entre as mulheres quando elas são muito próximas, ou permanecem juntas por um longo período. 

Foi a pesquisadora Martha McClintock, em 1971, que levantou a hipótese pela primeira vez. Ela analisou ciclos menstruais de 135 mulheres que estudavam em uma faculdade dos Estados Unidos.

Com a observação, descobriu que a data de início da menstruação era mais similar entre amigas e colegas de quarto do que entre pares aleatórios de mulheres. 

Para explicar o resultado, McClintock supôs que mulheres que passam algum tempo juntas têm chance de trocar ferormônios entre si.

Isso aconteceria em razão de uma estratégia evolutiva de cooperação mútua – uma tentativa de colocar um fim à ideia de harém. Se as mulheres tivessem ciclos sincronizados, o período fértil também coincidiria, fazendo com que um único homem não conseguisse procriar com todas ao mesmo tempo.

Apesar da bela narrativa, nenhum estudo conseguiu comprovar que isso de fato ocorra. 

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