Produção independente geraria um filho. Vieram quatro
Luciane Carvalho queria ser mãe, mas não tinha um parceiro. Fez inseminação artificial pra gerar um filho só, mas ganhou quatro surpresas
atualizado
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A administradora Luciane Carvalho enfrentou o medo, preconceitos e decidiu: seria mãe sozinha. Aos 37 anos, não tinha um relacionamento que pudesse resultar em uma família, mas isso não a impediu de realizar o sonho de ter um filho. Ela só não esperava que viessem quatro bebês de uma só vez.
Durante cinco anos, Luciane refletiu sobre maternidade. Procurou ajuda de uma psicóloga, conversou com amigos, familiares e calculou quanto seria necessário para ter uma gravidez por meio de fertilização in vitro (fora do corpo da mulher) ou inseminação artificial (o sêmen é introduzido no útero).
Os planos de Luciane foram antecipados quando ela descobriu que o pai dela estava muito doente. A administradora queria que o avô dos bebês conhecesse os netos e a apoiasse durante a gravidez. Então, aos 37 anos, ela procurou clínicas de reprodução e se submeteu a uma inseminação artificial. “Eu tenho um irmão gêmeo e conversei com o médico sobre este aspecto. Ele informou que, no meu caso, a probabilidade de ter gêmeos seria de aproximadamente 6%”, diz.
Na primeira ecografia no consultório médico, ela chegou acompanhada do irmão, Geison, para saber se estava tudo bem com o feto. “O médico disse que havia mais dois bebês. Sim, eram trigêmeos bivitelinos (placentas diferentes). Fiquei atordoada, sem saber o que pensar”, afirma.
Tremedeira, nervosismo, tudo ao mesmo tempo. Até pensei que pudessem vir gêmeos, mas três era muito para mim.
Luciane Carvalho
A partir daí, Luciane passou noites em claro pensando em como daria conta de criar três filhos. “Fui recebendo muito carinho e apoio da minha família e as coisas foram se acalmando”, lembra. Dias depois, ela fez a segunda ecografia. Dessa vez, o médico viu quatro sacos gestacionais, e não três, como havia informado antes.
Não podia ser real. Eram quadrigêmeos? Mas como? Por quê? Fiquei realmente atordoada. Quatro era inimaginável. Impossível dar conta de tantos bebês. E o risco da gestação? Nem raciocinava direito.
Luciane Carvalho
Foram dias isolada, num quarto, sem saber o que pensar ou sentir. Depois, Luciane recebeu o apoio e o carinho da família e dos amigos, que fizeram uma corrente do bem para ajudá-la. Doaram fraldas, berços e fizeram até uma vaquinha virtual. As palavras de carinho e otimismo também tiveram valor.
Por ser uma gravidez de alto risco, Luciane precisou ficar internada. Os bebês nasceram nesta terça-feira (29/8), em Porto Alegre, após 33 semanas de gestação. Eles estão na incubadora para ganhar peso, mas passam bem.
O menino se chama Nicolas e as meninas Antonella, Sofia e Valentina. Juntos, eles somam 6,5kg. “A única coisa que tenho certeza é que estes presentes que Deus me deu me farão a mulher e a mãe mais feliz do mundo, rodeada de muito amor e muitas aventuras.”
A história de Luciane, Nicolas, Antonella, Sofia e Valentina pode ser acompanhada no blog e no Istagram.