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Jovem tetraplégica cria vaquinha para fazer tratamento na Tailândia

Em 2015, Kallyna, 25 anos, sofreu um acidente de carro. Existe chance de melhora, mas custa R$ 200 mil, quantia que a família não tem

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Kallyna
1 de 1 Kallyna - Foto: JP Rodrigues/ Metrópoles

Quem vê Kallyna Sampaio, de 25 anos, sempre maquiada, com cabelo impecável, unhas feitas, exalando bom humor, força e superação, não imagina o sofrimento vivido pela jovem.

Tudo começou em 12 de setembro de 2015. Ela e o melhor amigo, Danilo Fernandes, estavam em Santo Antônio do Descoberto (GO), para um rodeio de quatro dias. Muito cansada após uma das festas, Kallyna foi dormir no banco de trás do carro. Danilo pegou a direção do veículo e, menos de 10 minutos depois, acabou batendo em uma cerca, e o veículo capotou. Os dois estavam sem cinto de segurança. Danilo quebrou o pescoço e morreu na hora.

Kallyna fraturou a coluna nas vértebras C4, C5 e C6, e teve lesão da T2 à T9. Já acordou sabendo: estava tetraplégica. Passou por quatro hospitais até conseguir ser operada. A operação para tirar fragmentos da C5, totalmente destruída, durou dois dias e foi um sucesso. Após quatro dias na UTI e 19 dias no quarto, era hora de ir para casa.

“A minha frase é ‘eu creio no Deus do impossível’, e só estar viva era um milagre. Não tive depressão, não fiquei arrasada, estava pronta para minha nova vida e a readaptação necessária”, conta Kallyna.

A vida após o trauma
A família precisou sair do apartamento onde morava e conseguiu uma casa maior, para a jovem transitar melhor com a cadeira de rodas. A parte financeira apertou. A mãe, Elizabeth, teve que interromper o curso de enfermagem e o trabalho como vendedora, para ficar 24 horas com a filha. O pai, Antônio, virou o único provedor. Na residência mora também o irmão mais novo, Matheus, 23 anos.

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A frase da jovem é “eu creio no Deus do impossível”

Antes do acidente, ela estava no 7º semestre da faculdade de direito, trabalhava como assistente jurídica, adorava sair – como qualquer pessoa da idade –, era artista plástica e pintava quadros, ganhava uma renda extra como maquiadora, gostava muito de dirigir e estava pensando em ir morar sozinha.

“Não parava em casa. Trabalhava de dia, estudava à noite, fazia bicos quando dava, saía bastante com meus amigos. De repente, eu estava completamente dependente dos outros. Saí do trabalho, tranquei os estudos, não sabia como lidar com as pessoas, com a situação, sentia – e sinto – muitas dores. A gente fica meio desprotegida”, diz.

“Depender dos outros é muito difícil. Aprendi a ser paciente, porque nada é no meu tempo, tenho que esperar alguém me ajudar”, conclui.

Kallyna começou a receber muitas mensagens de apoio e se viu dando conselhos para pessoas que, assim como ela, tinham passado por mudanças radicais após um trauma. Resolveu usar seu tempo para compartilhar o aprendizado e ajudar com mensagens de superação. Criou um canal no YouTube, uma página no Facebook e uma conta no Instagram onde relata coisas da sua rotina e passa recados inspiradores.

Para a filha vaidosa aparecer bem nos vídeos, Beth aprendeu a maquiá-la, fazer babyliss, escova – tudo ensinado pela jovem. A profissional responsável por pintar as madeixas de Kallyna cobra um valor simbólico. Resultado: vídeos bem-humorados com uma mulher linda e alto-astral. No ano passado, a beleza lhe rendeu o título de Musa Cadeirante do DF. O prêmio, uma cadeira de rodas (muito grande para ela), será doado para um idoso necessitado.

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Kallyna desbancou quase 20 mulheres
O prêmio foi uma cadeira de rodas
Kallyna Sampaio
Kallyna Sampaio
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Quando venceu o Musa Cadeirante 2017

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Kallyna desbancou quase 20 mulheres

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O prêmio foi uma cadeira de rodas

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20 mil pessoas doando R$ 10
Kallyna não gosta de gravar nos dias ruins. “Em uma semana, se a gente consegue dormir uma noite inteira é muito”, conta a mãe. A jovem acorda o tempo inteiro, sente muitas dores neuropáticas, espasmos tão fortes que, muitas vezes, a fazem pular da cadeira.

Além disso, tem bexiga neurogênica (sem controle), dores de cabeça, dor no pescoço e nos ombros (onde faz muito esforço) e frio (por não ter sensibilidade no corpo). Os pulmões não funcionam bem, e ela desmaia bastante.

“Não é fácil, eu luto todos os dias. Procuro não me deixar abater e ser conhecida pela minha vitória”, desabafa a jovem. Com a fisioterapia três vezes na semana, ela conseguiu recuperar movimentos parciais do braço até o dedão. Por problemas financeiros, precisou reduzir para duas horas, uma vez por semana – a hora custa R$ 120.

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Percebendo a melhora da filha, Beth pesquisou tratamentos existentes no mundo inteiro. Chip, eletrodos e, finalmente, células-tronco – o mesmo usado pela atleta Lais Souza. Ainda pioneira, a opção não existe no Brasil, apenas em Portugal, Alemanha, Califórnia e na Tailândia – sendo o último país a possibilidade mais barata.

“Vi vários vídeos, depoimentos, histórias de pessoas melhorando muito após se submeter ao tratamento. São 25 dias na Tailândia, e tudo vai sair R$ 200 mil. É minha chance de conseguir movimentos, controle de tronco, força para me transferir sozinha da cadeira e poder guiá-la também, diminuir minhas dores, controlar minha bexiga, ter qualidade de vida e independência”, explica Kallyna, confiante.

Após enviar exames, ela foi aprovada pelo programa tailandês. Lá, será acompanhada por fisioterapeutas, nutricionistas, médicos especialistas; fará exames, natação, receberá seis aplicações de células-tronco.

Como a família não tem condições de arcar com o valor, criaram rifas e bazares com peças doadas para alcançar o objetivo. “Sou uma boa vendedora, mas ainda não consegui nem 10% da quantia”, diz. Foi então que nasceu a ideia da vaquinha on-line. Por enquanto, conseguiu apenas pouco mais de R$ 2,5 mil. Kallyna luta contra o tempo.

Se 20 mil pessoas doassem R$ 10, eu conseguiria ir. Qualquer quantia é bem-vinda, e toda forma de ajuda é válida. Desejo alcançar a maior quantidade de gente possível com a minha história.

Kallyana Sampaio
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A jovem passa 24 horas com a mãe, Beth. As duas brincam que vivem um "casamento"
Quando conseguir a quantia necessária para o tratamento, Beth irá como acompanhante da filha
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O documento comprovando que Kallyna foi aceita para se submeter ao tratamento na Tailândia

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A jovem passa 24 horas com a mãe, Beth. As duas brincam que vivem um "casamento"

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Quando conseguir a quantia necessária para o tratamento, Beth irá como acompanhante da filha

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Kallyna Karolina Sampaio

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(61) 99984-3203

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