Intercâmbio em família é nova tendência. Entenda como funciona
O pacote é ideal para quem deseja fazer cursos e ter experiências diferentes sem deixar os parentes para trás
atualizado
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Intercâmbio não é mais indicado apenas para quem é jovem e com vontade de desbravar o mundo. Recentemente, algumas agências passaram a oferecer pacotes para famílias viajarem juntas e aprenderem um novo idioma. Quem já passou pela experiência recomenda.
Ao final de 2016, a arquiteta Adriana Berford Amorim, na época com 43 anos, embarcou com o marido, a irmã e os três filhos: Helena, 5, Eduardo, 14, e Pedro Afonso, 18, para uma temporada em Vancouver. O grupo estudou inglês e aproveitou para conhecer mais o Canadá em pleno inverno.
A viagem foi feita pela Canada Intercambio. A decisão de escolha da agência e colégio foi feita, em grande parte, porque a maioria dos pacotes só aceitam crianças a partir de 6 anos de idade. Como a caçula tinha 5, a família teve que fazer uma busca maior. “No início, a Helena estudou com muitos brasileiros na sala, mas ela teve a oportunidade de fazer aulas particulares com uma professora canadense no final da viagem. Entre as atividades da criança, várias idas aos parques e ações lúdicas”, conta Adriana.
A arquiteta já havia morado fora quando era adolescente, mas queria ter essa experiência com os filhos. “Resolvemos ir juntos pela oportunidade de passar esse tempo em família e aprender. Queríamos algo que nos unisse e nos desse a chance de estudar o idioma”, fala. Adriana também desejava que as crianças vissem a realidade fora do Brasil.
Ela afirma que o maior benefício é o tempo em família. “O que pesa em contrapartida é a questão financeira, porque é muito mais caro viajar em grupo (vale lembrar ainda que a alimentação e a hospedagem terão custos mais altos) e utilizar mais o português, porque ao ir sozinha, a imersão na cultura e idioma é muito maior”, analisa.
O engenheiro civil Ulisses Fitipaldi, 42, também viu vantagens no aprendizado em família. Com o auxílio da CI, ele seguiu para Miami acompanhado dos filhos Ana Julia, 9, e Júlio César, 14, e ficou nos Estados Unidos por 40 dias.
“Passeamos muito e a experiência foi uma mescla de intercâmbio com férias. É muito bom para os pequenos conhecerem um cotidiano diferente do brasileiro, mas entendo que para alcançar um bom nível de aprendizado da língua precisaríamos de um período maior”, avalia.
Por estarem em níveis variados de inglês, a família ficou separada durante as aulas. Mesmo assim, Ulisses fala ter tido bastante tempo para aproveitar com os filhos e conversar com os colegas. “Minha turma tinha gente dos Emirados Árabes, Polônia, Brasil e França. Ao trocar experiências no dia a dia se aprende bastante. É legal ver como funciona a vida em outros lugares do mundo”, diz.
Aumento na procura
O intercâmbio em família ainda é novidade nas empresas, mas já virou tendência e vem conquistando mais viajantes. A Canada Intercambio estreou o pacote ano passado e atribui o sucesso às pessoas não associarem mais o intercâmbio a algo só para jovens.
Na maioria das agências, as viagens são adaptadas ao grupo. “É possível montarmos programas em que um dos pais faça um MBA, enquanto o restante dos membros da família aprenda um novo idioma, por exemplo”, garante a STB. A maioria das ofertas envolve cerca de duas semanas de curso e a rotina também fica por conta da prioridade de cada um, mas no geral as aulas ocupam apenas um período do dia e o tempo restante pode ser usado para lazer.
Os custos variam dependendo da cidade, de quantos familiares vão viajar e a quantidade de aulas desejadas. Na STB, um pacote para Orlando pode custar quase R$ 3 mil e um em Vancouver pode atingir R$ 6 mil, apenas com o curso.
Existem formas de deixar a viagem um pouco mais em conta, como alugar um apartamento com cozinha e preparar as refeições em casa. As agências recomendam entrar em contato com alguma filial e montar um plano adequado para o orçamento de cada família.