Influencer desabafa sobre próteses de silicone: “Do sonho ao pesadelo”
A saga de Evelyn Regly para retirar as próteses mamárias malsucedidas chegou ao fim. A jovem falou sobre a retirada nesta terça-feira
atualizado
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A influenciadora digital Evelyn Regly fez um desabafo nas redes sociais sobre os problemas de saúde que teve de enfrentar ao colocar silicone nos seios. Nesta terça-feira (03/11), ela contou como o procedimento foi de “sonho a pesadelo”, levando-a a retirar as próteses dois anos depois da cirurgia.
“Estou livre do silicone! Quando quis colocar, eu só queria meu peito ‘direitinho’, porque eu não tinha filhos e parecia que eu tinha amamentado cinco. Mas eu não pesquisei nada sobre o que ele poderia trazer de ruim, porque isso não é divulgado”, escreveu a jovem na legenda do post.
Regly ainda detalhou parte do sofrimento que viveu nos últimos meses. “Quando eu falo que os riscos não são divulgados eu não estou falando dos riscos que a gente já corre fazendo a cirurgia: intubação, anestesia, o pós-operatório sofrido — isso a gente já meio que espera. Eu ‘tô’ falando do que esse corpo estranho pode trazer para a sua saúde e isso vai muito além do que eu passei. Tive uma série de problemas, além de conviver com muita dor”, continuou.
Entre os vários problemas que a jovem relatou nos últimos meses estão cicatrizes e manchas nos seios. “Não é à toa que, agora, os implantes vem com aviso de tarja preta escrito: ‘produto com efeitos colaterais graves e que pode alterar a vida’ e pode mesmo. Se eu soubesse disso antes, jamais teria colocado implante“, completou a influenciadora.
Alerta médico
Apesar de ser uma das cirurgias estéticas mais realizadas em todo o mundo, o caso de Regly não é isolado. A comunidade médica, inclusive, já estuda relatos de pessoas que desenvolveram a patologia conhecida como doença do silicone que é, na verdade, “a síndrome ASIA (Autoimmune Syndrome Induced by Adjuvants ) ou Breast Implant Illness, síndrome autoimune inflamatória”, explica o cirurgião plástico Roger Nayef Fakhouri, que atua no Hospital Anchieta e é membro da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica.
Segundo o médico, tratam-se de condições enigmáticas, raras e ainda em estudo em locais como o Centro de Doenças Autoimunes de Tel-Hashomer, em Israel.
“O importante é que, independentemente de ter ou não próteses mamárias, todas as mulheres realizem avaliações de rotina com ginecologista e também com mastologista. A substituição deve ser planejada quando houver alguma alteração nessas avaliações de rotina”, orienta.
A retirada do implante também é recomendada em outros casos. “Algumas patologias indicam a remoção das próteses e da sua cápsula, como o ALCL (linfoma anaplásico de grandes células), ruptura de implantes, contratura capsular — que é o endurecimento da cápsula que se forma ao redor da prótese —, dentre outras”, elucida o cirurgião plástico João Darques, especialista em Cosmiatria e Contorno Corporal e fundador da clínica Darques Saúde e Beleza.
“Estima-se que 4% das próteses, durante um período de 10 anos, vão desenvolver algum grau de contratura. Vale ressaltar que a necessidade de substituição das próteses é apenas naquelas contraturas que atingirem graus mais avançados, como 3 ou 4, pois apresentarão deformidades visíveis ou outros sintomas”, conclui João.