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Hamburgueria de Taguatinga alimenta moradores de rua na pandemia

Na mesma semana em que dono da rede Madero minimizou mortes por coronavírus, hamburgueria de Taguatinga decidiu dar bom exemplo e ajudar

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A ação é realizada em parceria com o projeto Coletivação, da Ceilândia
1 de 1 A ação é realizada em parceria com o projeto Coletivação, da Ceilândia - Foto: Reprodução/Facebook

A necessidade de conter o contágio por coronavírus para não sobrecarregar o Sistema Único de Saúde (SUS) e os hospitais privados é reconhecida por autoridades e especialistas de todo o país. Mas, apesar do esforço coletivo da população, grandes empresários criticaram o fechamento de estabelecimentos comerciais.

Júnior Durski, sócio-fundador da rede de hamburgueria Madero, por exemplo, afirmou, nas redes sociais, que “não podemos parar por 5 ou 7 mil mortes“. A fala causou revolta entre os consumidores da marca, com mais de 100 franquias pelo país.

Contudo, para sorte de um grupo que segue desamparado diante da prevenção do coronavírus, nem só de maus exemplos sobrevive o empreendedorismo brasileiro. Em Taguatinga, região administrativa do Distrito Federal, uma hamburgueria resolveu ajudar pessoas em situação de rua.

“A partir de hoje, antes de iniciar nossa produção, faremos 50 lanches todos os dias para a população de rua, enquanto tiver pandemia. Taí nossa oferta, Senhor”, anunciou Otávio Damichel, proprietário da Singelo Burguer, no Facebook.

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A ação é realizada em parceria com o projeto Coletivação, da Ceilândia
Otávio convive com moradores de rua e os encontra pelo menos uma vez por semana. Pelo projeto, ele também realiza cafés da manhã comunitários na Praça do Cidadão, em Ceilândia
O pastor de 28 anos afirma que tem recebido ajuda dos clientes para continuar com a ação e critica empresários com "ferramentas para fazer muito mais"
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Durante pandemia de coronavírus, Singelo Burguer vai doar 50 lanches por dia para pessoas em situação de rua

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A ação é realizada em parceria com o projeto Coletivação, da Ceilândia

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Otávio convive com moradores de rua e os encontra pelo menos uma vez por semana. Pelo projeto, ele também realiza cafés da manhã comunitários na Praça do Cidadão, em Ceilândia

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O pastor de 28 anos afirma que tem recebido ajuda dos clientes para continuar com a ação e critica empresários com "ferramentas para fazer muito mais"

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Em entrevista ao Metrópoles, o jovem morador de Ceilândia afirma que a iniciativa surgiu ao refletir sobre a situação de pessoas com a qual ele convive frequentemente, por meio de ações sociais.

“Tenho um trabalho continuado com a população de rua no Coletivação, uma comunidade na qual eu sou pastor. Somos cristãos exercendo a nossa fé. E coloco à disposição da missão e do ideal que acredito todos os recursos que tenho, incluindo meu negócio”, afirmou.

“Não fazemos nada sozinhos”

Inaugurada em 2017, a Singelo Burguer começou a funcionar nos fundos da casa de Otávio, com ajuda de sua esposa, Renata. Meses depois, com o sucesso e uma nova sócia, Flávia Gimenes, o negócio ganhou espaço maior na QNJ para atender aos clientes e se profissionalizou.

Tudo ia bem até a crise do coronavírus, que causou a demissão de grande parte dos funcionários.  A situação não era esperada. No entanto, em meio às mudanças, a lanchonete atende por meio de delivery e to go. A intenção é  ajudar enquanto for possível.

“Não sei quanto tempo permaneço com a loja aberta.  Sem vender, a gente não sobrevive. Porém,  enquanto tivermos fôlego, vamos trabalhar em prol do próximo. Na Singelo,  temos uma rede de apoio e os clientes são muito fiéis, compram a briga”, diz.

“Já recebemos duas ou três chamadas para buscar dinheiro em espécie devido ao grande numero de pessoas que queriam ajudar. Uma delas passou R$ 100 no débito só com essa finalidade. Nada do que fazemos é sozinho.”

Atento às questões sociais e econômicas, ele também comenta sobre o papel social dos empresários brasileiros e menciona a fala do CEO do Madero e do grupo Giraffas.

“Eu nem culpo os pequenos empresários, nem todo mundo tem condição e cabeça pra pensar em situações humanitárias nesse momento, eles também estão com a corda no pescoço. No entanto, Durski, Alexandre Guerra e Roberto Justus têm ferramenta para fazerem muito mais, e não se preocupam com isso”, criticou.

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