Gordofobia: Thais Carla já vivenciou o preconceito na sala de parto
Gordofobia pode causar impactos psicossociais importantes, de acordo com psiquiatra. Muitos famosos sofrem com esse preconceito
atualizado
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Gordofobia é, basicamente, o preconceito contra pessoas gordas. Mas vai além, e está intrínseco em muitos comportamentos tidos como normais. A bailarina Thais Carla, por exemplo, disse em seu relado de parto que sofreu gordofobia até mesmo do médico.
“Foi horrível, fiquei uns três dias para ter a neném dentro da sala de parto. Estava com 9 meses já. No fim, a minha filha estava quase morrendo de tantas coisas que ‘enfiaram’ em mim. Aí o médico disse: ‘Você deu sorte hoje’. Como todo mundo ficou pressionando, eu dei a ‘sorte’ dele fazer meu parto. Falou que meus pontos iam estourar por ser gorda, que não iam cicatrizar. E não aconteceu nada. Em 15 dias, eu estava ótima”, contou.
De acordo com o psiquiatra Alisson Marques, as pessoas que sofrem esse preconceito acabam adoecidos psicologicamente, podendo evoluir para quadros de compulsões alimentares. “Esse lugar que a pessoa se sente, o faz vivenciar alterações do sono e do humor como ansiedade, além de se sentir deprimido, perda de prazer em atividades cotidianas e isolamento social”, alerta o especialista do Instituto Meraki de Saúde Mental.
O apresentador André Marques, que já foi submetido a uma cirurgia bariátrica, lembrou que, quando era gordo, sofreu em silêncio. “Fiquei muitos anos com obesidade. Passei por várias coisas. A gente se faz de forte e chora sozinho”, recordou, em entrevista ao TV Foco.
Várias características e vivências podem estar associadas ao aumento de peso — variáveis como genética, biológica, sociais, comportamentais e psicológicas devem entrar em consideração.
A nutricionista comportamental Larissa Cerqueira explica que o olhar gordofóbico predispõe o entendimento de que a pessoa gorda é “apenas uma pessoa gorda” e nada além. “Esse olhar enviesado ignora todas as outras características, qualidades e limitações da pessoa que vive com sobrepeso e/ou obesidade”, avalia.
Em um post no Instagram, a filha do cantor Arlindo Cruz, Flora Cruz, também vítima de gordofobia, publicou fotos de lingerie e desabafou sobre a aceitação do próprio corpo. “Aceitação é quando ao invés de se culpar e se odiar por ser quem é, você se acolhe, se ama, se respeita e respeita seu tempo”, escreveu.
Flora ainda alegou que, mesmo sendo gorda, se cuidava e não incentivava a obesidade. “Eu nunca romantizei o excesso de peso. Vivo me cuidando e alertando sobre os perigos da obesidade. Faço tratamento com equipe multidisciplinar e vocês nunca me viram aqui falando que todo mundo tem que ser gordo”, desabafou.
De acordo com Alisson, acolher uma pessoa que está acima do peso não significa romantizar a obesidade. As pessoas sabem as implicações a saúde que ela pode trazer, como diabetes ou infarto. “Acolher significa respeitar a condição em que está o sujeito, validando e o apoiando”, defende. Ele completa: “A empatia é essencial nas relações humanas.”
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