Garimpo raro. O “Metrópoles” selecionou achados nos brechós, antiquários e lojas de vinis
Conheça os melhores endereços para encontrar aquelas peças antiguinhas que têm todo o charme moderninho
atualizado
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Você pode escolher o motivo pelo qual quer comprar um objeto usado: o desejo de incentivar a sustentabilidade, aproveitar algo em desuso e misturar peças contemporâneas com itens antiguinhos cheios de charme. Ou até mesmo pela pura e simples paixão por antiguidades, por peças cheias de história, por quinquilharias raras e lindas. Todo motivo é válido e Brasília, mesmo sendo uma cidade nova, já começa a colecionar casas de móveis, sebos, vinis e brechós de objetos usados que valem a visita. O Metrópoles selecionou objetos raros e lugares onde você pode encontrá-lo.
1. Móvel: A colunista Maria Fernanda Seixas, autora da coluna Nossa Casa, separou dicas, endereços e peças dos antiquários de Brasília.
Tudo começa com a disponibilidade de gastar. Para quem quer investir alto, as feiras de antiguidades e eventuais leilões de arte e peças antigas têm sempre bons negócios. Mas para quem quer pechinchar, o caminho das pedras é bem mais longo e divertido. Existem três ruas clássicas de antiguidades e objetos usados em Brasília. A entrada do Paranoá, a terceira avenida do Núcleo Bandeirante e em Taguatinga, na Avenida Sandu Norte.
O estofador e vendedor de antiguidades e móveis usados, Orias Silvino, 74 anos, acredita que o Paranoá já é a maior referência no Distrito Federal quando o assunto é peças vintage. “Começou com o pessoal que fazia a feira de antiguidade do Gilberto Salomão. Eles vinham aqui para achar algum lugar que pudessem servir de depósito para as peças”, resume. Foi assim que ele começou. “Com o tempo, as pessoas começaram a nos procurar aqui mesmo para vender móveis e peças, deixar em consignação. E aos poucos a rua foi ganhando mais e mais lojas com esse propósito, e mais gente daqui foi aprendendo a trabalhar com isso”, conta.
Tem móvel de tudo quanto é época, nos mais variados preços. Vale o olhar apurado para o garimpo. As vezes a peça parece acabada, mas uma reforminha simples pode fazer valer o investimento. Os ferros-velhos também são boas opções para quem tem paciência na procura. Existem alguns no Sia, no Guará 2, na Asa Norte e nas saídas de Brasília.
- Serviço:
Decorart (61) 9558-7469
2. Vinil: O repórter de música e o crítico de cinema Felipe Moraes selecionou as melhores lojas da cidade para encontrar vinis e selecionou os mais diferentes achados
Aberta desde 1989, a loja abriga quatro volumes da coleção de bootlegs (edições não oficiais) “The Beatles at the Beeb”. O catálogo completo é muito maior e registra as mais de 50 visitas do Fab Four à rádio britânica BBC (apelidada de Beeb), entre 1963 e 1965. Vinhetas, conversas entre os músicos e versões ao vivo de hits (“She Loves You”, “Ticket to Ride”, Twist and Shout”, entre outros) compõem os volumes. Cada vinil sai por R$ 250.
- Serviço:
215 Norte, bloco C, loja 37, 3274-0763. Segunda a sexta, 9h30 às 18h30; sábado, 9h às 17h.
Acervo
Um naipe nada óbvio de artistas nacionais pode ser encontrado na Acervo. Revalorizado em anos recentes, Ronnie Von é representado por “A Misteriosa Luta do Reino de Parassempre Contra o Império de Nunca” (1969, R$ 255). Outro LP cult da mesma época é “Garra” (1971, R$ 250), assinado por Marcos Valle.
Grupo vocal apadrinhado por Vinicius de Moraes, o Quarteto em Cy vem com um disco homônimo de 1964 (R$ 280), com versões de Sérgio Ricardo (“Barravento”) e do próprio poeta (“Caminho de Pedra”, coescrita por Tom Jobim). Os amantes do choro também podem desbravar “Rafael Sete Cordas” (1982, R$ 190), o primeiro disco do virtuose do violão, numa época em que ele ainda nem usava o “ph” em seu nome artístico. Por fim, a Acervo indica a raridade “El Creador del Bossa Nova” (R$ 450), uma rara edição mexicana com três vinis de João Gilberto.
- Serviço:
215 Norte, bloco B, 3033-7808. Segunda a sexta, 10h30 às 19h; sábado, 9h às 17h.
Além de sempre apresentar boas novidades e relançamentos, a loja de vinil mais badalada de Brasília também reúne raridades nacionais. A começar por “Jardim de Infância” (1977, R$ 120), disco de estreia do guitarrista pernambucano Robertinho de Recife. Outro disco de estreia é o homônimo (1974, R$ 125) da Super Som T.A., requisitada banda de baile paulistana.
Também setentista, o trio Umas & Outras começou a carreira com o LP “Poucas e Boas” (1970, R$ 95). Assinado pelo veterano compositor, “A Grande Música de Sérgio Ricardo” (1967, R$ 120) reúne faixas inéditas e trechos de trilhas sonoras feitas pelo cantor. A arte da capa carrega os traços inconfundíveis de Ziraldo. A própria Dom Pedro resgatou o clássico brasiliense “Maskavo Roots” (1995, R$ 70), com tiragem de apenas 500 cópias.
- Serviço:
412 Norte, bloco C, loja 60. Segunda a sexta, 13h às 21h; sábado, 14h às 19h.
Tradicional ponto underground do Conic, a loja costuma rodar o acervo de vinis com peças de diferentes estilos. Reúne desde “Influências” (1980, R$ 49), estreia do mineiro Marco Antônio Araújo, ao primeiro da banda punk paulista Grinders (1987, R$ 49). Completa a seleção nacional “Rio Acima” (1986, R$ 49), da pesquisadora de cultura indígena Marlui Miranda.
Na seara internacional de jazz e reggae, a Berlin apresenta “Heavy Weather” (1977, R$ 49), da banda fusion Weather Report, e “Working Wonders” (1985, R$ 89), da jamaicana Judy Mowatt, uma das vocalistas de apoio de Bob Marley.
- Serviço:
Conic, Edifício Miguel Badya, loja 63, 3226-3106. Segunda a sexta, 10h às 19h; sábado, 10h30 às 15h
3. Moda: A repórter de Vida&Estilo Carolina Samorano selecionou um bom brechó para comprar itens de luxo e outro para adquirir peças raras.
Brasília tem dois perfis de brechós de moda. O primeiro, escondidos por casas no Lago Sul que atendem com hora marcada ou por perfis na internet, revendem peças de grifes garimpadas do guarda-roupa das próprias donas ou pelos closets das amigas. São bolsas e sapatos desfilados em tapetes vermelhos e peças que viraram objeto de desejo que, usados, são vendidos por até 50% menos que o preço original da loja.
O outro tipo, espalhado pelas quadras comerciais, em galerias e pela internet, faz mais a cabeça dos moderninhos e de quem busca nessas lojas produtos originais de outras épocas, peças de personalidade e achados raros. As peças vêm de guarda-roupas de tias e avós Brasil e mundo afora, de leilões, e mesmo de algumas gavetas esquecidas fechadas há bons anos.
Achados de luxo: Oh My God – Retro Club
O brechó de luxo das sócias Nathália Abi-Ackel e Bárbara Souza funciona no Lago Sul desde março do ano passado. As peças geralmente são garimpadas com fornecedoras fixas ou por viagens. Muitas chegam às araras do espaço como novos, com etiqueta e tudo. A maioria das peças é vendida com 50% de desconto. As mais usadas, um pouco mais baratas. As araras e prateleiras abrigam marcas como Gucci, Louis Vuitton e Christian Louboutin.
- Serviço:
- SHIS QI 5, conjunto 13, casa 24. Segunda a sexta, 15h às 20h; sábado, 13h às 17h
Originais: Lolla lab
O espaço comandado por Raoni Vieira reune araras, gavetas, prateleiras e mesas repletas de garimpos feitos em viagens, leilões ou trazidos por amigos e conhecidos. Os acessórios, uma infinidade de bijuterias e óculos de todas as décadas, chamam atenção. Os cabides do lugar guardam relíquias como peças originais de desfile de Vivienne Westwood e Fórum dos anos 1980 e um chapéu dos anos 1930 feito com penas de uma ave rara que pertencia a uma socialite paulistana.
- Serviço:
116 Norte, Bloco B, loja 47. Segunda a sábado, 14h às 20h