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Este ensaio nu de mulheres com câncer de mama vai te emocionar

A fotógrafa Kakau Lossio escolheu seis pessoas que enfrentaram a doença para posarem nuas e irem além da “conscientização de outubro”

atualizado

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Kakau Lossio/ Divulgação
câncer de mama kakau lossio
1 de 1 câncer de mama kakau lossio - Foto: Kakau Lossio/ Divulgação

O mês de outubro é dedicado à conscientização do câncer de mama. De acordo com estudos, se diagnosticado no início, esse tipo de tumor tem até 90% de chance de ser curado. Além da prevenção, o acesso à informação e ao tratamento são importantíssimos para evitar o aumento de casos.

Sabendo da relevância de disseminar essa ideia, a fotógrafa Kakau Lossio abraçou a causa e, nos últimos dois anos, realizou ensaios com sobreviventes da doença.

Esta edição do projeto tem como slogan: “A beleza não mora nos padrões”. Kakau pediu a suas seguidoras no Instagram que compartilhassem histórias de superação e selecionou seis delas para um ensaio nu artístico. A ideia era mostrar como as mulheres continuam lindas independentemente das consequências da doença.

“Achei que apareceriam duas, três e, no fim, foram umas 30. Recebi tantas histórias, passei o dia chorando. Não queria escolher, não conseguia, na verdade. Acabei pegando as seis primeiras que entraram em contato”, revela.

A vontade de promover a causa tem um significado importante para a fotógrafa. Sua melhor amiga perdeu a luta para o câncer aos 18 anos. “Foi muito doloroso, mas a maneira como ela recebeu o diagnóstico e levou o tratamento foi muito legal. Ela se divertiu comprando lenços, estava sempre pra cima”, diz emocionada.

Depois da morte da amiga, Kakau ficou um período evitando qualquer “contato” com a doença. Fez um acompanhamento psicólogo e, hoje, trabalhar com o tema é uma superação.

As mulheres fizeram cabelo e maquiagem no salão Hélio Diff, parceiro do projeto, e seguiram para a sessão que você confere abaixo, juntamente com um pouquinho da história de cada uma:

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Em dezembro de 2012, recebeu o diagnóstico tão temido. 
Como descobriu no início, não fez quimio nem radioterapia, mas realizou a mastectomia da mama direita
"O câncer me trouxe muitas coisas boas. Minha vida espiritual melhorou, formalizei a minha união (com direito a festa de casamento), encontrei o equilíbrio da vida e me sinto muito mais forte. Uma das maiores perdas é a da autoestima, fiquei muito ferida, mas é um processo. Estou resgatando."
Durante uma coreografia com seu parceiro, Ana Lúcia Fleury sentiu um nódulo no peito. Aos 65 anos, foi diagnosticada e tratada pelo SUS. Quando descobriu a necessidade de uma mastectomia, ficou sabendo que outras mil mulheres também aguardavam na fila
Depois de um mutirão de operações conseguiu o procedimento para a mama esquerda. Juntamente com a doença, teve dengue hemorrágica e problemas cardíacos
"Meu cabelo caiu como uma avalanche durante o banho. Meu filho me ajudou a raspar o restante dos fios. Fiquei um tempo tentando me achar no processo. Por um problema no coração, não posso fazer a cirurgia de reconstrução mamária. Aprendi a conviver com isso, optei pela vida. As mulheres precisam ter força e não se diminuírem, principalmente, pela falta da mama. Não deixe de fazer nada e sinta-se desejada."
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Emma Bárcena, peruana, de 55 anos, trabalha como RP na Embaixada do Uruguai. Casada há 17 anos, tem dois filhos, de 27 e 26 anos. Ela já era uma paciente de risco (precisou remover um sinal nas glândulas mamárias) e, por isso, fazia acompanhamento a cada seis meses

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Em dezembro de 2012, recebeu o diagnóstico tão temido. Como descobriu no início, não fez quimio nem radioterapia, mas realizou a mastectomia da mama direita

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"O câncer me trouxe muitas coisas boas. Minha vida espiritual melhorou, formalizei a minha união (com direito a festa de casamento), encontrei o equilíbrio da vida e me sinto muito mais forte. Uma das maiores perdas é a da autoestima, fiquei muito ferida, mas é um processo. Estou resgatando."

Kakau Lossio/ Divulgação
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Durante uma coreografia com seu parceiro, Ana Lúcia Fleury sentiu um nódulo no peito. Aos 65 anos, foi diagnosticada e tratada pelo SUS. Quando descobriu a necessidade de uma mastectomia, ficou sabendo que outras mil mulheres também aguardavam na fila

Kakau Lossio/ Divulgação
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Depois de um mutirão de operações conseguiu o procedimento para a mama esquerda. Juntamente com a doença, teve dengue hemorrágica e problemas cardíacos

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"Meu cabelo caiu como uma avalanche durante o banho. Meu filho me ajudou a raspar o restante dos fios. Fiquei um tempo tentando me achar no processo. Por um problema no coração, não posso fazer a cirurgia de reconstrução mamária. Aprendi a conviver com isso, optei pela vida. As mulheres precisam ter força e não se diminuírem, principalmente, pela falta da mama. Não deixe de fazer nada e sinta-se desejada."

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O câncer já era presente na vida da professora Marisa Fonseca Rodrigues, de 54 anos: a mãe dela também lutou contra um tumor na mama; um dos irmãos, no cerebelo; e outro, de pele. Após fazer quimio, retirar as duas mamas e fazer uma reconstrução, comemora que será vovó – sua filha mais velha está grávida

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"Sempre fui bastante vaidosa e a doença me fragilizou. Parei de me preocupar e minha família, nesse momento, me reergueu. Estou casada com meu segundo marido há 12 anos e tenho um casal de filhos que me apoiam em tudo. Descobri, nesse processo, que fazer exercício me faz muito bem e hoje cuido de mim. Não só o físico, mas alimentação e saúde também. Me cuidar virou a minha obrigação e descobri que ainda posso muito."

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Em um exame de rotina, Ana Paula Granja, servidora pública de 48 anos, viu sua vida mudar. Era maio de 2014. O caroço não era palpável e não apareceu na mamografia, só com a ecografia foi possível detectá-lo. Pegou o resultado pela internet e mandou para um primo mastologista "traduzir"

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Recebeu a notícia, chorou muito e viu os dois filhos se abalarem. Fez quimio, cirurgias e ainda precisa passar por mais um procedimento para ficar 100%

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"Andava careca, sem me incomodar. Usei vários acessórios na cabeça: já era vaidosa e fiquei mais. Quando eu estava em tratamento, me achava bonita e consegui ficar ainda melhor depois. Mudei a cor do cabelo, ando mais arrumada. A vida continua"

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Em 2013, Graziele Machado tinha quatro lojas em shoppings e trabalhava muito. Percebeu um nódulo na mama direita e não levou a sério. No ano seguinte, notou o caroço crescendo e procurou um mastologista, que confirmou o câncer

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Após quimio, radioterapia, perda dos pelos, cirurgia para retirada e reconstrução da mama, ela está bem. Casada há seis anos, voltou a atuar na psicologia e, há dois, se tornou mãe – um plano que não existia

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"Tive que me redescobrir. A vaidade cresceu e o meu amor próprio também. Hoje sou outra mulher, muito mais forte. Precisamos ter coragem, ser seguras e fazer o que temos vontade. Foi um divisor de águas na minha vida e mantenho alegria, pois tristeza no coração alimenta o câncer. A doença não é um estigma de morte, hoje em dia não tem isso."

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Gabrielly de Oliveira, estudante de psicologia de 26 anos, está aí para mostrar: o câncer de mama não tem idade. Gabi foi diagnosticada em agosto do ano passado, depois de sentir um caroço durante o banho. Após seis meses de quimioterapia, preferiu fazer a mastectomia da mama direita e não preservar o mamilo para evitar que a doença voltasse

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Perdeu 7 kg, o cabelo, que era muito longo, começou a cair e a autoestima também. A estudante aproveitou a oportunidade para realizar um sonho: platinou e cortou os fios no estilo Joãozinho

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"Quero mostrar para as outras mulheres que a doença não é um bicho de sete cabeças. O câncer de mama passa, o cabelo volta a crescer e você sai dessa mais sábio. A beleza não está só no físico, mas na força de vontade. É um renascimento, uma chance de começar tudo de novo."

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