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Especialistas dão dicas para evitar mal-entendidos em videochamadas

Experts explicam como identificar as intenções por trás dos movimentos corporais e faciais nas chamadas de vídeo

atualizado

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Ilustração – Linguagem Facial
1 de 1 Ilustração – Linguagem Facial - Foto: Yanka Romão/Metrópoles

A forma como alguém se posiciona, gesticula e se expressa é tão importante para um diálogo quanto às palavras ditas. A comunicação não-verbal facilita o entendimento de aspectos da vida em geral, como ter êxito em negociações e visualizar perigos iminentes em relacionamentos. Em tempos de pandemia e de videochamadas, ela ganhou um novo peso e importância.

De acordo com o perito em codificação facial Vitor Santos, por meio do comportamento não-verbal, é possível observar intenções, sobretudo as afetivas. Mas ele assegura: “Não dá para ler pensamento por linguagem corporal, isso é mito, pelo menos cientificamente falando”, explica.

Em chamadas de vídeo e ligações, em que não há o contato visual com o outro lado, a leitura pode ser dificultada, mas não é impossível. O cientista e psicanalista comportamental Ricardo Ventura afirma que a entonação da voz, o volume de palavras e a frequência do discurso podem mudar completamente a mensagem.

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Apesar da distância, ainda é possível ler as expressões do outro
A linguagem não-verbal é ainda mais importante do que a verbal
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A comunicação por meios digitais foi potencializada com a pandemia do novo coronavírus

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Apesar da distância, ainda é possível ler as expressões do outro

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A linguagem não-verbal é ainda mais importante do que a verbal

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Distinção

Vale ressaltar a diferença entre os dois grupos: a linguagem corporal é o conjunto de movimentos, feitos de modo consciente ou inconsciente, que tem significado próprio. Ela engloba os gestos, postura e ritmo de fala. Já a linguagem facial são as microexpressões universais, sutis e involuntárias. Ou seja, no Brasil ou nas Filipinas, os sinais emitidos pelo rosto de alguém são quase os mesmos, principalmente em emoções mais recorrentes, como medo, tristeza e alegria.

“As microexpressões faciais são uma herança direta e inata do ser humano, datando o processo de ancestralidade de mais de três mil anos atrás”, afirma Vitor, com base em estudos sobre o assunto. “Quando a gente sente um processo emocional no cérebro, a nossa contração muscular vai ser a mesma em qualquer região do mundo”.

Vitor Santos tem um canal no YouTube sobre análises de comportamento não verbal com mais de 4,76 milhões de inscritos

A linguagem corporal, por outro lado, sofre mais influência cultural. Exemplo do fato é o gesto com o polegar levantado. No Brasil, é uma forma de dizer “ok”, enquanto nos Estados Unidos é considerado ofensa gravíssima.

Além de identificar as intenções por trás dos movimentos corporais e faciais, os especialistas alertam que é preciso entender o contexto e histórico da situação. “A linguagem silenciosa não é determinante, ela é orientadora. É preciso analisar o que é aquela expressão dentro daquele contexto sociocultural daquela análise”, ressalta Ricardo.

Ricardo Ventura lançará o próximo livro, Introdução a Linguagem Silenciosa, em abril
Dicas

Ao Metrópoles, os dois especialistas deram dicas de como entender sinais da linguagem não-verbal em chamadas de vídeo.

Veja:

Busque conhecimento

O primeiro passo para entender a linguagem corporal e facial do interlocutor é conhecer as significações por trás de cada movimento. Preste atenção à postura, ao tom de voz e aos movimentos das mãos. Analise o comportamento gestual da pessoa estudada em diferentes cenários. Ao comparar as ações, pode ficar mais fácil visualizar os padrões da linguagem.

Ajuste a câmera

Ricardo pontua que a angulação e limpeza da câmera são pontos essenciais para a construção da imagem. “Se você colocar a câmera acima dos seus olhos, passa a imagem de submissão, porque estará olhando de baixo para cima”, explica. Ao contrário, se a câmera ficar abaixo da linha ocular, promove a ideia inconsciente de prepotência e arrogância.

Analise o discurso

Embora não tenha a mesma riqueza de símbolos, as chamadas de vídeo oferecem um recurso importante para a análise comportamental: a voz. Vitor explica que dá para identificar o estado do outro apenas pelo estilo verbal e o conteúdo da mensagem verbalizada.

Ele exemplifica: se, ao ser questionada, a segunda parte tiver alterações verbais, isso pode ser um sinal de nervosismo e até mesmo de uma mentira. As principais alterações no estilo verbal são manobras evasivas, alteração do fluxo verbal e da respiração, pausas excessivas e alteração no tom e no volume vocal.

Vá além do texto

“Quando você só escreve, não entende o sarcasmo, a entonação, o olhar. Tem muita gente que hoje, ao mandar uma mensagem, precisa mandar algo como ‘olha, você me entendeu mal, não foi isso que quis dizer’”, salienta Ricardo.

Como o recebimento e envio de áudios costumam ser um assunto polêmico, é interessante apostar em emojis e outras figuras de linguagem que podem facilitar a absorção da mensagem.

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