E agora? Influencers brasilienses analisam fim dos likes no Instagram

Dois toques e um coração na tela. Marca registrada do Instagram desde a criação da rede social, em 2010, as curtidas (ou likes) poderão ser ocultadas em todos os perfis brasileiros. Nesta quarta-feira (17/07/2019), contas corporativas foram submetidas a esse novo modelo, que em breve passará a valer em todos os @s nacionais – ainda em fase de testes.

A retirada dos likes foi anunciada em maio pelo aplicativo. A iniciativa começou no Canadá e, agora, chega ao Brasil. No país do Hemisfério Norte, a regra deu tão certo que veio para ficar. Aqui, não se sabe se será algo definitivo.

O anúncio gerou memes. Muitas personalidades se pronunciaram sobre a nova forma de a plataforma digital se apresentar ao público.

O que penso sobre o fim dos likes no Instagram. pic.twitter.com/g2HBuuHcZz

— Felipe Neto (@felipeneto) July 17, 2019

Agora, apenas o criador do perfil poderá ver a quantidade de curtidas de cada post. A medida gerou controvérsia. Para defendê-la, o Instagram se pronunciou, em nota, alegando que pretende diminuir o “clima de competição” entre alguns usuários. Seria, também, uma maneira de combater as fábricas de likes comandadas por empresas especializadas na compra e venda de interação digital.

E o Instagram da um grande passo para se distanciar do futuro previsto em Black Mirror pic.twitter.com/4NmbxFmsrj

— Laura Gomes (@Mlauragomesg) July 17, 2019

Há quem veja a mudança como algo favorável à saúde mental. Um estudo recente do instituto Royal Society for Public Health, do Reino Unido, apontou o “Insta” como a rede mais nociva à autoestima dos jovens e adolescentes. O compartilhamento de fotos impactava o sono, a autoimagem e instigava síndromes como a FOMO (do inglês fear of missing out – “medo de ficar de fora”, em tradução livre) entre o público de 18 a 24 anos.

Eu tirando qualquer foto e postando sem medo de flopar. Obrigada Instagram. pic.twitter.com/ogzNvzpAze

— um aleatório no tt (@umaleatorionott) July 17, 2019

Por outro lado, há quem se pergunte como influenciadores digitais se adaptarão à medida, para além de quem usa a rede de forma recreativa.

As blogueiras chegando no vale do silício pra protestar contra o Instagrampic.twitter.com/ChVmREeR4U

— La Rosalia (@jebercarai) July 17, 2019

Ao Metrópoles, influenciadores digitais da cidade compartilharam suas impressões sobre a decisão:

Ju Mendes @mãedesete

“Não vejo interferência. As marcas irão querer saber do mesmo jeito. E temos como mostrar o engajamento. Amei a ideia, porque as pessoas comparam. E a comparação as mata de ansiedade. Já passei por essa fase e, hoje, não ligo mais [para a quantidade de likes]. Faz tempo que não olho esses números. Meu conteúdo é maior. Que fique quem gosta. Não me interessa quem não curte meu conteúdo.”

Monnike Falcão @monnikefalcão

“Teremos que esperar para ver o que irá rolar. Mas, na minha opinião, não irá mudar muita coisa. Vamos continuar seguindo quem curtimos o lifestyle. É até melhor não ter esse número, porque gera menos cobrança nas pessoas.”

Glauber Silva @glauberhsilva

“Não considerei uma estratégia muito boa. No meu ponto de vista, os likes geram evolução. A competição de conteúdo inspira e incentiva público e empresas.”

Juliana Braga @comerrezando

“Achei melhor. Primeiro, porque tira aquela angústia de postar uma foto. Muita gente apagava posts por medo de não manter aquela média de likes. Nunca fiz isso, mas me dava vontade. Ficava angustiada, principalmente quando era um publi. Antes de acontecer isso, não sei se de propósito, o Instagram diminui muito o alcance. Pelo lado mental, acho melhor não ter o número de curtidas.”

Thiago Miranda @thiagomiranda__

“Acabará com a questão do ego, de quem tem mais curtidas, de que foto bombou ou não, não vendo esse número. Vamos nos preocupar mais com o conteúdo postado e dar mais valor aos posts. Eu estou dos dois lados, tanto como influenciador quanto como empresário, e acredito que teremos outras formas de medir a audiência da plataforma.”

Aline Sanromã @alinesanromã

“Cada mudança no meio digital faz com que nos reinventemos. Há uma revisão nas estratégias. O mais importante é produzir bom conteúdo e ver quem de fato se destaca e faz um trabalho autoral, independentemente do numero de curtidas.”