Doação em alta! Saiba por que vaquinhas on-line cresceram na pandemia
As doações bateram recorde este ano. Entre os agraciados, há um brasiliense que está arrecadando dinheiro para cirurgia de retirada de tumor
atualizado
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Em meio à pandemia de Covid-19, um olhar caridoso para o bem-estar do próximo aumentou, assim como a entrega de de alimentos e contribuições em campanhas de arrecadação on-line. O número de doações para entidades do terceiro setor chegou a R$ 6 bilhões até 20 de julho, um recorde anual, conforme dados do Monitor das Doações da Associação Brasileira dos Captadores de Recursos (ABCR).
De acordo com a professora de serviço social Liliam dos Reis, o principal motivo para a escalada solidária nos últimos meses foi o contexto de crise aprofundado pelo novo coronavírus. “Aflorou as desigualdades estruturais no nosso país, revelando, abertamente, situações de extrema pobreza e vulnerabilidades sociais. Paralelo a isso, também houve uma grande adesão de mídias pela população em geral”, esclarece.
Além das doações para entidades e campanhas, há também as “vaquinhas” digitais feitas para financiar tratamentos de saúde, pagamentos de dívidas, custeio de intercâmbios, mestrado, cursos, entre outros.
De acordo com o Google Trends, o número de procura por vaquinhas on-line cresceu 90% nos últimos 12 meses em todo o país. No Distrito Federal, no mesmo período, a alta foi de 49%. Os dados relacionados aos últimos 90 dias mostram que o interesse em torno do assunto segue em alta, registrando mais de 50% de procura no Brasil.
Segundo Liliam, “as causas e projetos com os quais as pessoas se identificam geram maior incentivo e, consequentemente, maior adesão por determinados grupos”. “Embora sejam válidas e expressem valores solidários, essas ações não seriam necessárias se tivéssemos uma estrutura de proteção social que desse suporte às demandas sociais na base dessas mobilizações”, avalia.
As empresas atuantes nesse setor são ferramentas para financiamento coletivo, sob a cobrança de taxas de administração e saques para o criador do projeto. Uma delas, a Vakinha, recebeu mais de 250 mil novas campanhas desde fevereiro, mês inicial da pandemia da Covid-19, segundo informações do site. Campanhas relacionadas a esse contexto mobilizaram cerca de R$ 15 milhões.
Campanha
Entre os projetos está o do educador físico Ronaldo Carlos de Oliveira Filho, de 23 anos. O morador de Brazlândia, no DF, luta contra um câncer chamado neoplasia maligna de glândula salivar (Carcinoma Adenóide Cístico). A doença está em estágio avançado e já destruiu grande parte óssea do lado direito da face. Segundo médicos, há o risco da enfermidade afetar o olho direito do educador.
“Só descobri a doença ao fazer um tratamento ortodôntico, porque meus dentes do lado direito estavam bastante amolecidos. A dentista me alertou a procurar um médico e fazer outros exames. Jamais ia imaginar que seria um câncer”, revela.
A solução é a cirurgia de retirada do tumor, que terá que ser particular, por conta da agressividade e da urgência do procedimento. De acordo com Oliveira, não há como fazer no Sistema Único de Saúde (SUS), devido às operações contra a Covid-19.
A vaquinha visa alcançar a meta de R$ 200 mil, valor estipulado para cirurgia, remédios, viagem e próteses facial e ocular. Até essa terça-feira (25/8), o educador já havia arrecadado R$ 66.491,57.
Quem quiser ajudar a custear o tratamento de Ronaldo pode contribuir por meio da vaquinha on-line ou via depósito bancário, de qualquer valor, na seguinte conta:
Caixa Econômica
Agência: 1040
Operação: 013
Conta: 00022011-9
Laurinda Bianca Rodrigues Fernandes
CPF: 055.935.031-76