Doação de cabelo aumenta durante a pandemia do novo coronavírus
O comprimento extra que cresceu durante o fechamento dos salões passou a ser doado a quem precisa
atualizado
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A pandemia do novo coronavírus fechou salões de beleza, mas trouxe novos significados para os fios que cresceram ao longo dos últimos meses. O comprimento extra que surgiu durante o período de isolamento social ganhou um novo destino: a doação.
De acordo com Jeffrey Paul, fundador da Wigs for Kids, ONG que fabrica perucas para doações nos Estados Unidos, houve um aumento expressivo na quantidade de cabelo doado nas últimas semanas. Em entrevista à revista Allure, Paul comemorou a mudança, essencial para quem precisa, como pessoas em tratamento contra o câncer e que sofrem de alopecia, entre outras doenças que podem causar a queda dos fios.
A hashtag #hairdonations (do inglês, doação de cabelo) também confirma o crescimento do interesse pelas doações. Ela já possui mais de 5 mil publicações no Instagram e Twitter.
Após a confirmação da pandemia da Covid-19, centenas de instituições de caridade que recebiam as perucas precisaram interromper as atividades. Isso ocorreu pois não havia nenhuma informação sobre a possibilidade de contaminação pelos fios.
Com tempo, pesquisas mostraram que materiais porosos, como o cabelo, não são os principais portadores do vírus. Ou seja, a doação ainda pode ocorrer. A reabertura dos salões em diversas partes do mundo impactou positivamente o movimento e aumentou os índices de doação, de acordo com a revista americana.
A movimentação em prol da doação de cabelo em meio à pandemia vem com a vontade de “fazer o bem para sentir-se bem”. Segundo o psiquiatra Zlatin Ivanov, de Nova York, o sentimento pode ser traduzido como empatia.
“De repente, é fácil entender as pessoas em crise e entender o que é estar no lugar delas. Não é apenas a grande mudança na aparência que eles desejam, mas na percepção do lugar que ocupam nesta terra e na atitude em relação à crise, na disposição de se sentirem envolvidos e prestativos em nossa sociedade”, explica Ivanov à Allure.