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Do Paraná ao Paranoá. Conheça Moro, o cão justiceiro do DF

Servidores no Fórum da cidade adotaram o cão e o batizaram em homenagem ao juiz Sérgio Moro. Bichinho tem até crachá e ajuda na vigilância

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1 de 1 WhatsApp Image 2017-08-07 at 18.53.33 - Foto: Felipe Menezes / Metrópoles

Moro ladra, mas não morde. É dócil, meio babão e tem olhos bondosos, porém, não se engane: ele tem faro treinado para reconhecer o perigo. A casa de Moro brasiliense fica bem longe de Curitiba, onde são tomadas as principais decisões da Operação Lava Jato.

Ele vive no Fórum do Paranoá (não confundir com Paraná), a 20km do Plano Piloto. O cachorrinho vira-lata foi adotado por funcionários do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) e batizado em homenagem ao juiz mais polêmico do Brasil, Sérgio Moro.

Em setembro de 2016, enquanto o Moro de toga aceitava denúncia de corrupção contra Lula no caso do triplex no Guarujá, o cachorro Moro chegava ao Fórum do Paranoá. Ele foi abandonado, estava doente e começou a frequentar o local em busca de comida e afeto.

Fiz um carinho e ele nunca mais foi embora. Me seguiu por três dias, até que notei que veio para ficar

Gabriel Dantas, lembra o chefe da segurança do fórum

Um dos seguranças — ninguém sabe dizer qual — começou a chamar o cãozinho de Moro. Outros servidores tentaram batizá-lo como Fred e Scooby, mas o cachorro quis ser xará do magistrado, só respondia quando o chamavam de Moro. “As pessoas que trabalham aqui, em geral, têm muito orgulho de como o juiz Sérgio Moro se destaca. Foi uma homenagem a ele”, explica Gabriel Dantas.

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Moro com Ana Valéria e Gabriel Dantas, seus cuidadores

Nem todo mundo gostou do nome, como era de se esperar, já que Sérgio Moro é amado e também odiado. “Já me pediram até para mudar o nome, mas foi o cachorro que escolheu, só olha se o chamarmos assim. Acho que a maior parte da população admira o juiz, então ficou assim mesmo”, diz a servidora Ana Valéria Barros, a principal cuidadora do cão, ao lado de Gabriel Dantas.

Os servidores do Fórum adotaram Moro com muito amor e dedicação. Ana Valéria é protetora de animais e já resgatou mais de 100 bichos das ruas. Ela criou um grupo para dividir os custos de tê-lo ali. O TJDFT não gasta um centavo com a presença do bichinho, que não incomoda ninguém. A ração — de primeira qualidade, pois o paladar do cão é exigente –, banhos, remédios, exames, castração, tudo saiu do bolso dos funcionários públicos.

Durante o dia, Moro fica em uma área cercada, num jardim que tem até um pequeno pomar. Ana Valéria, que é arquiteta, construiu uma casa para ele. “Quando ele chegou, vivia numa ‘favelinha”, uma casinha pequena e improvisada. Hoje tem um palácio”, brinca Ana.

À noite, ele corre solto pelo Fórum e “trabalha” nas rondas de segurança. Já ajudou, inclusive, a prender um ladrão. “Moro vivia latindo para um carro que parava aqui na frente quase toda noite. Ele ficava muito agitado, então, decidimos checar a placa. A polícia descobriu que era um veículo roubado. Quando apareceu aqui de novo, o bandido acabou preso”, relata Gabriel.

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Ana Valéria e Gabriel adotaram Moro com todo carinho. "Costumo brincar que eu sou a mãe dele e Gabriel é o pai"
Moro ganhou até um crachá com foto e tudo. Mastigou um pedaço da identificação e deve ganhar uma nova
O crachá de Moro tem, além de uma foto dele, a inscrição "k-9" (que em inglês soa como "canine"), o nome dado às unidades de polícia americanas que têm cachorros
A primeira casa de Moro era simples. Depois, ele ganhou uma nova, feita pela arquiteta Ana Valéria. "Ele tem um palácio", diz Ana
Nos intervalos do trabalho, Ana Valéria passeia com Moro. Aos fins de semana, Gabriel o leva para casa, para brincar com outros cães
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O cachorrinho é dócil e muito amoroso. "Ele não morde, não avança em ninguém. É um amor", diz Ana Valéria

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Ana Valéria e Gabriel adotaram Moro com todo carinho. "Costumo brincar que eu sou a mãe dele e Gabriel é o pai"

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Moro ganhou até um crachá com foto e tudo. Mastigou um pedaço da identificação e deve ganhar uma nova

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O crachá de Moro tem, além de uma foto dele, a inscrição "k-9" (que em inglês soa como "canine"), o nome dado às unidades de polícia americanas que têm cachorros

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A primeira casa de Moro era simples. Depois, ele ganhou uma nova, feita pela arquiteta Ana Valéria. "Ele tem um palácio", diz Ana

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Nos intervalos do trabalho, Ana Valéria passeia com Moro. Aos fins de semana, Gabriel o leva para casa, para brincar com outros cães

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Os servidores dividem as despesas com Moro, que come ração premium e está com todas as vacinas em dia

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Moro é o xodó do Fórum. Não incomoda ninguém e ainda alegra o ambiente

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Moro ajuda na segurança do Fórum à noite, quando os vigilantes fazem rondas

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A casinha de Moro fica do lado da sala do júri, onde ele entra pela janela para ver as audiências

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Moro: vida boa, com sombra e água fresca

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Ana Valéria é protetora de animais e já resgatou mais de 100 deles das ruas. Geralmente, ela encaminha os bichos para adoção

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Moro recebeu um crachá pelos bons serviços prestados. Tem até foto na sua identificação. “É meu melhor funcionário: está sempre bem-disposto, de bom humor, nunca dá atestado e não reclama de nada”, diz o chefe da segurança do Fórum, em tom de brincadeira. O cão tinha uma roupa para protegê-lo do frio na qual se lia “segurança”, mas, guloso, comeu a vestimenta. Também já mastigou um pedaço do seu crachá.

A presença do cachorrinho é motivo de alegria no Fórum. Servidores passaram a andar com biscoitos caninos no bolso para conquistá-lo. “O ambiente em um Fórum é pesado. Tê-lo aqui é terapêutico, as pessoas vão lá fazem carinho, brincam com ele. Foi o Moro que nos resgatou e não o contrário”, diz Gabriel.

Os aposentos de Moro ficam ao lado da sala do júri. Vez ou outra, ele pula a janela para acompanhar um julgamento. “Todo mundo gosta dele, então ninguém reclama”, afirma Ana. Os dias de preocupação de Moro acabaram, agora ele é unanimidade.

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