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Depilação em crianças gera polêmica: exagero ou autocuidado?

O Metrópoles reuniu um time de especialistas para investigar a necessidade do procedimento. O tema gerou polêmica na web

atualizado

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1 de 1 Depilação-infantil - Foto: Caio Aires/Metrópoles

Para alguns meninos e meninas, os sinais da adolescência, como o crescimento de pelos, costumam chegar mais cedo. A antecipação da puberdade tem provocado mudanças na rotina. Para eliminar esses “efeitos” naturais do corpo, muitos deles recorrem a clínicas de estéticas, se sujeitando a ceras e lâminas de maneira precoce. A depilação infantil gerou um intenso debate sobre a vaidade antecipada, incluindo outras discussões, como o direito de escolha, a “adultização” das crianças e a autoestima do pré-adolescente.

A ideia de evitar julgamentos quanto a imagem corporal causou polêmica, sobretudo por estar em evidência em um público cada vez mais jovem.

Debate na web

Em janeiro, uma publicação do espaço de estética By Pello, de Goiânia, divulgava o serviço de depilação kids da empresa. A postagem, feita no Facebook, ganhou repercussão negativa. Muitas pessoas consideraram um “absurdo” submeter crianças a esse tipo de procedimento.

Por outro lado, houve quem gostou de ideia e até mesmo mães interessadas na proposta, que perguntaram sobre a prática e demonstraram interesse em uma sessão.

Nas redes sociais, é possível encontrar outras clínicas e profissionais que também oferecem o serviço.

É o caso da esteticista Aline Felix, que atua há 15 anos no universo da beleza. No Instagram, a carioca divulga seus serviços de depilação corporal e micropigmentação, atividades que se estendem para o público adolescente.

A depilação infantil não transforma a criança em uma pessoa adulta. Pelo contrário, isso dá a opção dela não sofrer dentro da escola ou no grupo de amigos 

relata Aline

Com uma agenda repleta de atendimento a crianças, Aline garante receber feedbacks positivos ao fim dos atendimentos.

“Meninas que não podiam ir para a piscina ou sofriam bullying na escola saem da minha sala chorando por ter retirado os pelos que tanto as incomodavam e eram motivo de chacota”, relata.

O que dizem os especialistas

Ao Metrópoles, especialistas avaliam a partir de qual idade é saudável aderir a depilação, e orientam quanto ao melhor método, caso a decisão pelo procedimento estético tenha sido tomada.

Para a dermatologista Gabriela Capareli, não existe idade ideal para a depilação. O que dele ser levado em conta, na sua visão, é a necessidade individual.

Se o excesso de pelo incomoda o jovem, levando, inclusive, a um constrangimento social, o benefício de se depilar é maior que o de não depilar 

afirma a profissional

Apesar da aprovação da especialista, ela alerta sobre a sensibilidade da pele das crianças, mais suscetíveis a processos alérgicos e irritações cutâneas. 

Segundo a pediatra Pamella Demeciano, quando o jovem se sente mal por conta do excesso de pelos, entre outras partes do corpo, a primeira atitude dos pais deve ser consultar um médico especialista no assunto, que pode ser um endocrinologista ou clínico voltado para essa faixa etária.

“Eles devem levar em consideração a vontade do adolescente”, orienta a profissional, salientando a relação de diálogo e confiança entre a criança e os responsáveis. “Quando o assunto surgir com os colegas da escola, por exemplo, não haverá oportunidade para a violência verbal”, explica.

 Práticas no DF

O Metrópoles entrou em contato com clínicas de estética em Brasília que realizam o procedimento em adolescentes. De todo o rosto a virilha, as opções de depilação infantil são diversas e com preços que variam de R$ 16 a R$ 60.

Nesses estabelecimentos, as áreas mais requisitadas pelos jovens são buço e axila. Meninas a partir dos 10 anos de idade, acompanhadas pelas mães, já colocaram esse hábito em sua rotina de beleza.

Em regiões no quais as penugens são mais finas, como o contorno das partes íntimas, as esteticistas recomendam começar apenas depois da primeira menstruação.

Cuidados na depilação

Se for necessário retirar os pelos, é preciso avaliar qual o melhor método, considerando a tolerância à dor, qualidade da pele e possibilidades de alergia.

O conselho geral, inclusive para adultos, é testar a cera e cremes depilatórios em regiões pequenas do corpo para verificar possíveis reações cutâneas.

Em procedimentos com o público infantil, Aline Felix evita trabalhar com linha e recorre a métodos menos dolorosos, como a cera de camomila. O produto tem ação calmante.

Antes de aplicar, utilizo protetor solar na pele ou um talco específico de depilação que cobre toda a cútis

indica a especialista

Além disso, soro fisiológico e compressa de água fria são bons agentes para acalmar a região depilada. “No caso do laser, oriento a luz pulsada, na qual o risco de queimar a pele é menor”, ensina a dermatologista Michele Haikal.

A dermatologista Gabriela Capareli faz um alerta sobre o uso de lâminas no momento de retirar as penugens. “Pode ser uma opção desde que não cause irritação ou foliculite”, conclui. 

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