Delivery de prazer. Sex shops brasilienses se modernizam para conquistar clientela
As lojas são discretas, entregam produtos em casa, oferecem cursos de dança sexual e consultoras ensinam a fazer sexo oral
atualizado
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Se você não vai até o prazer, o prazer vai até você. Esqueça o ambiente tradicional de sex shops, meio escuro, com cara de segredo. Gel que esquenta e esfria, calcinha comestível, chicotes, vibradores e até um Mister Grey (plug anal) podem ser encomendados pelo WhatsApp. Você ainda pode recebê-los no conforto do lar.
Os sex shops da cidade se modernizaram para atender à clientela. Alguns mandam catálogo por e-mail. Consultoras marcam encontro com os interessados e levam as opções escolhidas. Para muita gente, falar de sexo ou admitir a busca pelo prazer ainda é um tabu. Portanto, os profissionais dessa área primam pela discrição. Quando o cliente opta por receber a compra pelo correio, o produto é entregue em caixa sem logomarca e com remetente de pessoa física.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual (Abeme), são vendidos R$ 800 milhões em produtos desse tipo por ano, no Brasil. Ainda é um mercado que engatinha. Nos Estados Unidos, por exemplo, são 10 bilhões de dólares anualmente.
Aumentar a oferta de serviços e a facilidade no acesso é estratégia para avançar. De olho nesse mercado, nasceu a Momento Íntimo. Criada em 2014, a loja virtual vai além do básico. “A princípio atenderíamos exclusivamente mulheres. Mas vimos a necessidade de oferecer opções para os namorados, maridos e também para os homens gays, que nos procuram muito”, explica uma das sócias da Momento Íntimo, Jenifer Zimmer.
A opção por ser uma loja que entrega em domicílio veio da percepção de que muita gente ainda tem vergonha de entrar em um sex shop. É possível receber o catálogo por e-mail ou WhatsApp. “Clientes se sentem mais confortáveis em casa ou em um local combinado. Compram desde produtos comestíveis, que esquentam e esfriam, até chicotes, vendas, e vibradores diversos”, diz.
A proposta de Jenifer é oferecer serviço completo. Além dos produtos, ela e a sócia, Tauanna Oliveira, decoram ambientes para dia dos namorados, despedidas de solteiro, chá de lingerie e aniversários de casamento. Também dão cursos de danças sensuais e ensinam mulheres e homens gays a fazerem sexo oral. “Na aula, cada um chupa uns dois picolés. É muito divertido”, explica Jenifer.
A Só Prazer e Cia tem loja física, mas também faz entregas e investe especialmente em chás de lingerie. “O chá de lingerie está na moda e há muito tempo desbancou o tradicional chá de panelas”, informa a página da loja.
Valem lingeries, presentes e lembrancinhas eróticas. Dicas apimentadas, palestras, brincadeiras e decoração temática também fazem parte da festa. Quem decide o tom da festa é a cliente. Tem chá de lingerie com performance de gogoboy, romântico e até gospel.
O gospel é um chá específico para evangélicas ou tímidas, mais light, mas também muito divertido
descrição na página da Só Prazer e Cia
A empresa Hot love só trabalha com entrega. “Combino um local acessível ou vou até a casa do cliente. Quem quiser pode vir até a minha casa também”. O produto mais vendido é um gel excitante. Mulheres são a maioria entre os clientes.
Ainda existe muito preconceito da sociedade. As pessoas pensam: o que vão imaginar de mim, entrando em um sex shop?
Beatriz Faustino, dona de sex shop
Último detalhe: Um dos vibradores que está na moda foi batizado como Mr Grey, em homenagem ao protagonista do filme Cinquenta Tons de Cinza. Sua descrição é de deixar a inocente Anastasia Steele corada. Mas nessa versão da história não há dramas. Só prazer independente.