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Como vencer o pânico: as redes sociais podem te dar uma força

À frente do Prazer, Paniquenta, Mirella Malta compartilha dicas de como a ioga e a gastronomia foram fundamentais para lidar com seus medos

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JACQUELINE LISBOA/ ESPECIAL PARA O METRÓPOLES
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1 de 1 WhatsApp Image 2019-05-08 at 17.47.36 - Foto: JACQUELINE LISBOA/ ESPECIAL PARA O METRÓPOLES

Falta de ar, medo, angústia e sensação de morte. Esses são alguns dos sintomas de quem sofre com a síndrome do pânico, um dos transtornos mais graves da ansiedade. A escritora e empresária Mirella Malta, 31 anos, faz parte dos 9,3% dos brasileiros que possuem a doença, segundo a Organização Mundial de saúde (OMS).

“Nossas dores não precisam ser mudas”, afirma a escritora. Há um ano, ela criou o projeto Prazer Paniquenta, que reúne uma série de textos, relatos e vídeos sobre a experiência da autora com seus medos. A novidade é que o trabalho será compilado e transformado em e-book. O lançamento está previsto para o mês de julho.

A ideia de falar sobre ansiedade surgiu quando Mirella decidiu usar a repercussão das redes sociais da Carota – restaurante de alimentos orgânicos que administra há cinco anos, para compartilhar as questões que tanto a agoniavam. “No mundo virtual, as pessoas gostam de expor só a felicidade. Eu queria discutir sobre os sentimentos de fracasso e angústia”.

Queria dividir meus relatos para que alguém do outro lado da tela se identificasse e fosse, de certa forma, acolhido por minhas palavras

Mirella Malta
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A empresaria Mirella Malta criou o projeto Prazer Paniquenta há um ano com o intuito de compartilhar e trocar experiências em relação ao transtorno de ansiedade
O retorno nas redes sociais  motivaram a escritora a prosseguir com o projeto
"Que nossas dores não sejam mudas" é o slogan do projeto
Mirella conta que a pratica de Yoga ajuda na sua saúde física e mental. "É uma alternativa terapêutica", relata a jovem
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A idealizadora acredita que devemos falar sobre nossas angústias com a mesma facilidade que declaramos nossa felicidade

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A empresaria Mirella Malta criou o projeto Prazer Paniquenta há um ano com o intuito de compartilhar e trocar experiências em relação ao transtorno de ansiedade

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O retorno nas redes sociais motivaram a escritora a prosseguir com o projeto

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"Que nossas dores não sejam mudas" é o slogan do projeto

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Mirella conta que a pratica de Yoga ajuda na sua saúde física e mental. "É uma alternativa terapêutica", relata a jovem

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As crises e os sintomas assombram o cotidiano da empresária desde a infância, mas o diagnóstico da síndrome do pânico só veio aos 18 anos. Mirella chegava a ir cinco vezes na semana para o pronto socorro do hospital, pois achava que ia morrer.

Essa e outras diversas situações – parar o carro no meio da rua, não entrar na sala de aula e a perda de apetite – foram episódios marcantes em sua vida. “Eu desenvolvi um transtorno alimentar chamado Ortorexia – distúrbio nutritivo em que a pessoa tem a obsessão em comer saudável – pois acreditava que as coisas estavam impuras e envenenadas”, garante.

Mirella afirma que o temor de quem desenvolve a doença é achar que está enlouquecendo. Na época do diagnóstico, foi com o apoio da família e muitas sessões de terapia que a escritora aprendeu a lidar com a ansiedade. E foi na ioga e na gastronomia, que ela encontrou alternativas para controlar as crises de pânico. “A ideia de ser uma chef de cozinha natural e afetiva auxilia no tratamento, e a meditação ajuda na respiração”, relata.

A escritora conta que a pior crise da sua vida foi quando viajou para Hong Kong com o marido. “Para chegar até a escada do Big Buda, um dos pontos turísticos da cidade, é preciso pegar o teleférico, só que eu tenho pavor de altura e, no meio do trajeto, comecei a chorar e a gritar.”

Hoje, ela lembra da história com humor e afirma que tenta lidar de maneira mais suave com as situações que a deixam sensíveis. “Sentar do lado direito do avião e usar roupa verde são questões que ainda me acompanham”.

Reprodução/Instagram

Tabu
Para a idealizadora do projeto, a crise de pânico ainda é um tabu social, em que as pessoas sentem vergonha de assumirem que sofrem. De acordo com a psicóloga Linda Vieira, as redes sociais podem ser um grande vilão caso a pessoa não saiba abordar o tema de maneira correta.

Compartilhar na internet que você sofre com a síndrome do pânico pode contribuir no sentido dos indivíduos se identificarem e aceitarem que precisam de ajuda, pois não há cura para a doença

Linda Vieira, psicóloga

A especialista reitera que o ponto mais importante do tratamento é buscar a saúde no equilíbrio e no autoconhecimento. “As sensações de quem têm a doença são reais, intensas e geradoras de medo e angústias, portanto não devem ser menosprezadas”.

O retorno positivo dos amigos e seguidores de vários cantos do Brasil motivou Malta a terminar o e-book, que vai ser lançado no site da Amazon com o valor de R$ 10.

Além do projeto digital, a empresária iniciará, no dia 23 deste mês, uma série de bate-papos mensais e presencias realizados no seu próprio restaurante, localizado no Park Sul. O evento é gratuito e as vagas são limitadas. “A ideia é debatermos temáticas que envolvam o transtorno de ansiedade e a depressão”, compartilha. O primeiro encontro contará com a presença da nutricionista Paula Daher e o tema será Transtornos Alimentares e a Relação da Comida com a Saúde Mental.

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