Como “fugir” da síndrome de burnout e ser mais feliz no trabalho
A síndrome passou a ser considerada doença de trabalho este ano. Neste janeiro branco, veja recomendações para evitar o estresse crônico
atualizado
Compartilhar notícia
A máxima “trabalhe enquanto eles dormem” serviu para guiar profissionais à dedicação extrema mas, agora, tudo indica que é hora de rever conceitos. Especialistas em saúde mental reforçam a importância de seguir na contramão da proposta, e colocar o bem-estar em primeiro lugar na lista de prioridades, inclusive quando o assunto é a vida profissional.
Neste Janeiro Branco — caracterizado pela importância de estimular reflexão e cuidados com a saúde mental, bem como a prevenção de doenças associadas a questões emocionais —, a síndrome de burnout entrou no centro dos debates.
O quadro foi incluído na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde em 2019 e, a partir de janeiro de 2022, passou a integrar, também, o rol de enfermidades ocupacionais, ou seja, ligadas ao trabalho.
Um levantamento feito pela plataforma de marketing on-line Semrush, entre os meses de julho de 2020 e 2021, aponta um aumento de 122% nas buscas pelo termo “burnout”. Na pesquisa divulgada pela Folha, assuntos relacionados, como “burnout síndrome”, “o que é burnout” e “sintomas de burnout” chegaram a mais de 155 mil buscas.
Encontrar maneiras de gerenciar ativamente o estresse e a ansiedade, e manter um equilíbrio saudável entre trabalho e vida profissional podem estar entre as suas metas para a chegada de um novo ano. A boa notícia é que pequenas ações, quando somadas, contribuem com a prevenção do esgotamento ligado às relações de trabalho.
O que é síndrome de burnout?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o burnout como uma síndrome resultante do estresse crônico no local de trabalho, que não foi administrado com sucesso. A psicóloga Elaine Di Sarno explica que o quadro é resultado de uma exposição contínua a condições de trabalho desgastantes.
“Não é algo que surge após um ou outro dia de trabalho difícil. É um quadro que vem de uma rotina constante de estresse ao longo da vida profissional”, pontua.
Ela se apresenta em três dimensões interdependentes, e por isso, se caracteriza como uma doença multifatorial. São elas: exaustão emocional, despersonalização e redução da realização pessoal, como completa a professora do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB) Ione Vasques.
Como identificá-la?
Em decorrência desses três fatores, o profissional começa a sentir-se sobrecarregado e exaurido de seus recursos físicos e emocionais, levando ao esgotamento de energia para investir em situações que se apresentam no trabalho.
“Na medida em que a exaustão emocional se agrava, a despersonalização ou cinismo pode ocorrer, os quais são caracterizados por uma postura distante ou indiferente do indivíduo em relação ao trabalho e aos colegas”, completa Elaine Di Sarno.
Além disso, o paciente tende a avaliar-se negativamente em relação às suas competências e produtividade no trabalho, o que pode acarretar na diminuição da autoestima.
Doença ocupacional: o que muda na prática?
Desde 1º de janeiro, está em vigor a nova classificação da OMS, CID 11, que oficializou o quadro como um “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”. Anteriormente, ela era definida como um problema na saúde mental e um quadro psiquiátrico.
A mudança para um “fenômeno ligado ao trabalho” firma o compromisso da empresa com a saúde integral dos funcionários.
“Em tese, essa normatização vai mudar muito, uma vez que responsabiliza a organização a resolver problemas ligados à saúde mental dos funcionários”, elucida. Contudo, na prática, “pode não trazer grandes evoluções porque poucos casos serão realmente identificados como burnout, dada a dificuldade em cravar um diagnóstico”, pondera Ione Vasques.
“Para promover uma verdadeira mudança na determinação do quadro, é necessário que profissionais de saúde, tanto médicos quanto psicólogos, busquem dar mais atenção às particularidades da vida profissional dos pacientes”, frisa.
Dicas de especialistas para fugir do burnout
Tudo começa por manter uma rotina saudável — com alimentação balanceada e prática de atividade física.
Além dos cuidados básicos ligados ao bem-estar, as profissionais recomendam um melhor gerenciamento do tempo, alimentação e descanso adequados, atividade física regular, prezar por uma convivência menos estressante no ambiente de trabalho, respeito ao horário de lazer e saber impor limites.
Confira outras dicas, selecionadas pela especialista em desenvolvimento de talentos e profissional de recursos humanos Humera Shahid, da Intuit:
Quer ficar por dentro das novidades de astrologia, moda, beleza, bem-estar e receber as notícias direto no seu Telegram? Entre no canal do Metrópoles: https://t.me/metropolesastrologia.