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Como assistir ao BBB21 sem detonar a sua saúde mental

Série de polêmicas do programa têm deixado os espectadores com emocional abalado

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Desde que teve início, a última edição do Big Brother Brasil tem mexido com as emoções dos telespectadores. A saída do participante Lucas Penteado na manhã desse domingo (7/2) deixou a situação, que já estava tensa, ainda mais à flor da pele. O ator, rapper e ativista desistiu do programa após passar por uma série de humilhações e pressão psicológica vinda de alguns colegas de confinamento, como a cantora Karol Conká.

Assim como ele, outros integrantes da casa têm sido alvo de um grupo que, não raramente, lança mão de sentenças polêmicas que esbarram em questões como xenofobia e preconceito LGBTQI+. Do lado de cá, sobram comentários de como acompanhar a atração, que deveria promover entretenimento, tem causado sofrimento e angústia.

Para o psiquiatra Luan Diego Marques, especialista em terapia interpessoal, o BBB21 afetou a rotina de muitas pessoas porque “tudo que gera curiosidade sobre comportamento, fragilidades, virtudes e ganhos, desperta atenção da humanidade”.

Essa premissa não é nova. É usada há anos pela cultura e, mais recentemente, nas redes sociais. “O programa é como se fosse um Stories da vida das pessoas”, explica. “As críticas ocorrem justamente pelo aspecto de haverem mudanças que agradam a um grupo e não ao outro”, sentencia.

Na visão do profissional, mesmo “com ranço”, muita gente segue dando audiência porque encontra, ali, uma maneira de expressar, através de outro dispositivo, as próprias emoções. “Isso gera uma identificação e até um prazer, que é o que o telespectador quer”, diz.

Além disso, o fato do programa ser dividido em dinâmicas diárias – o dia da prova do líder, do paredão, da eliminação… – faz esse efeito vicioso se prolongar. Essa estratégia, para ele, é o que explica o sucesso do BBB. Muita gente também assiste só para se sentir alocado em um círculo social, conhecido como o temido FOMO, fear of missing out, ou medo de se sentir deslocado.

Ver ou não ver, eis a questão

Luan Marques acredita que se o BBB21 tem trazido questões como angústia, raiva, tristeza, e está atrapalhando a qualidade de vida, o momento é de pensar em não assistir mais, ou procurar ajuda para lidar com os conteúdos ali abordados.

Se gera gatilhos e desconfortos emocionais, o melhor a fazer é ponderar. Sobretudo porque, atualmente, vivemos um momento no qual os cuidados com saúde mental são mais que necessários, devido aos efeitos psicológicos da pandemia de coronavírus.

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Vale a pena, também, entender que existem outras maneiras de acompanhar o reality show. Para o especialista, uma saída é inovar nas formas de ver a atração. “Em finais de semana, por exemplo, ele não traz tantos prejuízos à qualidade de vida”, pondera. Já na semana, ele sugere deixar de lado por alguns dias.

Equilíbrio e moderação, por fim, é fundamental. “As pessoas tomam o BBB como um partido político”, descreve. É fundamental se observar e não permitir que algo que deveria trazer alegria tenha justamente o efeito contrário.

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