Clássicos repaginados: jogos de tabuleiro voltam a ganhar força
O mercado dos board games está cada vez mais forte e cheio de alternativas para os jogadores. Veja opções para se divertir nas férias
atualizado
Compartilhar notícia
Você se lembra da última vez em que passou horas com um jogo de tabuleiro? Antes dos videogames imersivos e cheios de gráficos modernos, os clássicos das noites entre amigos e famílias eram batalhas eternas no Banco Imobiliário ou no Jogo da Vida. Os anos passaram, as prioridades mudaram e, agora, esse estilo de divertimento está voltando à moda.
As versões moderninhas dos games são rápidas, com regras não tão complicadas e algumas até aceitam uma ajudinha da tecnologia, com aplicativos no celular que contribuem na experiência de imersão. Nos jogos de tabuleiro contemporâneos, os participantes não costumam correr risco de serem eliminados, a sorte tem menos importância, a estratégia ganha protagonismo e a mecânica de cada game é um tanto mais complexa – porém, joga-se de forma fluida e menos demorada do que nos clássicos War e Imagem e Ação, por exemplo.
De acordo com o Censo Ludopedia 2017 (um dos mais importantes portais para quem curte jogos de tabuleiro, com direito a podcasts, anúncios, vídeos e até leilões), os homens ainda são maioria entre os players, correspondendo a 79% do público – com 21%, o número de mulheres dobrou nos últimos dois anos. A maioria é composta por casados (51%), não possui filhos (72,52%), tem ensino superior completo (41,38%) ou pós-graduação (33,03%) e está na faixa de 31 a 40 anos (34%) ou na de 26 a 30 anos (29%).
Dos 3 mil jogadores que participaram da pesquisa, 63,38% afirmaram jogar uma ou mais vezes por semana, e 37,45% mantêm o hábito há pelo menos três anos. Na hora de escolher o título, a preferência fica com jogos estratégicos (56,76%) e em português (26,35%). Cerca de 30% dos entrevistados possuem quantidade superior a 50 títulos em sua coleção e 60% dizem gastar quantias acima de R$ 100 por mês com esse divertimento.
Na internet, vários grupos de jogadores se formaram para debater os novos jogos, trocar os board games já testados, comprar produtos de segunda mão e conhecer as novidades. Em Brasília, as duas maiores páginas são o BoardGames Brasília e o BGGII: lá, é possível encontrar companheiros de partidas, acompanhar os eventos e ficar atento aos lançamentos. Alguns desenvolvedores costumam oferecer projetos em gestação aos participantes em troca de opiniões sinceras.
Aumento na procura
Segundo André Segovia, da Ludoteca, é fácil perceber que o mercado está se expandindo e mais gente vem aderindo ao hobby. A loja brasiliense vende e aluga jogos, além de oferecer espaço para os jogadores testarem e aprenderem com novos volumes. “Domingos eram dias de baixíssimo fluxo, porém esse fato tem se alterado nos últimos meses. É perceptível, então, um potencial de aumento. Além disso, o público mudou: no início, nossos clientes eram homens adultos de 25 a 35 anos, mas hoje em dia também recebemos muitas famílias e adolescentes”, explica.
Entre os jogos mais procurados, estão os chamados party games, opções com regras mais simples e divertidas que envolvem grupos maiores de participantes e com temas adequados a várias idades. Como exemplos, André cita Dixit, Coup, Black Stories, When I Dream, Ticket to Ride, Carcassone e Catan. “Jogos com temas – como Star Wars, Game of Thrones e H. P. Lovecraft – também chamam atenção, mas saem menos”, relata.