Cinco maneiras de frear um ataque de raiva – em um reality ou na vida real
Em entrevista ao Metrópoles, especialista em gerenciamento da raiva listou estratégias para acalmar ânimos em situações de estresse
atualizado
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O confinamento, seja ele qual for, deixa os nervos à flor da pele. Prova disso é o número de divórcios consideravelmente maior na quarentena e as brigas acaloradas entre participantes de reality shows, como Raíssa Barbosa, que chocou os telespectadores ao protagonizar o primeiro grande escândalo de A Fazenda 2020.
A peoa, segundo pessoas próximas, sofre de Síndrome de Borderline, o que poderia justificar sua reação explosiva ao ser mandada para a roça, o “paredão” do programa da Record.
A especialista em gerenciamento da raiva pela National Anger Management Association (Nama), nos Estados Unidos, e coautora do livro Raiva, quem não tem?, Patrícia Santos, no entanto, revela que as recentes atitudes de Raíssa são muito comuns, inclusive, em quem não tem qualquer tipo de síndrome comportamental.
“Ao se sentir humilhada, ignorada e rejeitada, a participante de A Fazenda entrou em um módulo de luta e teve descargas significativas de cortisol, adrenalina e noradrenalina no sangue. Foram essas reações do corpo, completamente normais a uma situação de ameaça, que impulsionaram Raíssa a falar alto, soletrar as palavras, se fazer de vítima e até jogar água em um colega de confinamento”, analisa a profissional.
Segundo ela, essa energia extra liberada pelo organismo em momentos de estresse aumenta a oxigenação nas mãos e nos pés, fazendo com que a pessoa em surto tenha o impulso de arremessar ou chutar coisas, no caso da peoa, um copo de água em direção a Biel.
Estratégias para controlar a raiva
A maioria dos indivíduos procura desabafar com amigos ou familiares para driblar a raiva, mas estudos revelam que essa não é a melhor das estratégias.
“Apenas 12% das pessoas que desabafam se sentem melhor após a conversa. Isso acontece porque os ‘ouvintes e palpiteiros’ não sabem exatamente o que fazer para melhorar a situação, e acabam soltando frases como ‘isso mesmo’, ‘se fosse comigo’ e ‘que injustiça’, palavras essas que só incitam a raiva e pioram o quadro”, elucida Patrícia.
De acordo com ela, os cinco passos a seguir são os corretos para evitar um ataque de raiva:
1. Fazer exercícios de respiração
A primeira função do corpo que muda quando uma pessoa está em um pico de estresse é a respiração. Por isso, preste atenção nela. Puxe o ar em 4 segundos, prenda-o em mais 4 e solte-o em 6, relaxando o corpo. Isso te ajudará a manter a calma.
2. Movimentar-se
Está à beira de um surto? Vá dar uma caminhada ou subir escadas. Fazer exercício diminui os níveis de cortisol, o hormônio do estresse.
3. Refletir
Antes de agir impulsivamente, pare e pense: o que esse sentimento de raiva quer me dizer? Aproveite o momento para fazer uma autoanálise e pondere se suas próxima atitudes valem ou não a pena. Questione-se, ainda:
- Como está a minha autoestima?
- Quais são os meus valores?
- Devo exercitar mais a minha empatia?
- Qual é a minha necessidade no momento?
4. Evitar os sete impulsos da raiva
Existem sete fatores que aumentam a irritabilidade. São eles: fome, cansaço, ansiedade, estresse, dor, consumo excessivo de álcool e uso de drogas, inclusive as lícitas (medicamentos). Fuja deles e mantenha mais facilmente sua mente sã.
5. Não banque a vítima
Procure entender a situação, e não agir de maneira agressiva ou defensiva. Parta do princípio de que a raiva tem o seu porquê e de que as emoções não são boas nem más. O problema, na realidade, não é a raiva em si, e sim a maneira como você reage a ela.