Caso Gabi Brandt: desvio de caráter realmente justifica traição?
Ao podcast PodCats, a influencer disse que as infidelidades de seu marido estavam relacionadas ao distúrbio. Entenda do que se trata
atualizado
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Nessa quinta-feira (29/10), a influencer digital Gabi Brandt fez uma participação de cerca de duas horas no podcast PodCats. Durante a gravação do programa, Brandt afirmou que seu marido a traia porque tinha “desvio de caráter”. O Metrópoles conversou com dois psicólogos para entender o que é o fenômeno e se ele pode ter relação com supostas infidelidades.
Após anos de polêmica envolvendo seu casamento com o cantor Saulo Poncio, foi a primeira vez que a influencer se pronunciou sobre a infidelidade do marido, com quem é casada desde 2018. Mas, afinal, o que é desvio de caráter?
Desvio de caráter
Considerada uma patologia que faz o indivíduo agir de forma inadequada quando vive em sociedade, as pessoas que apresentam esse transtorno desenvolvem padrões de agressividade, crueldade em relação a outras ou animais, e até mentiras repetidas.
De acordo com Clemilson Adriano, psicólogo e mestrando pelo departamento de educação e psicologia da Universidade de Aveiro, em Portugal, a maioria dessas manifestações começam a aparecer na infância. “Muito provavelmente, a pessoa que tem um desvio de caráter ela não desenvolveu isso de agora, isso vem ao longo do tempo, durante as fases de desenvolvimento quando ainda criança”, explica.
Traumas vividos na infância ou histórico de agressão podem ser fatores que influenciam no desenvolvimento desse desvio. “Já em seu meio familiar ou social, ela vai desenvolvendo padrões de desvio de condutas que, naquele meio, não é aceito e é tido como inadequado”, pontua o psicólogo.
Ainda no podcast das influencers Virgínia Fonseca e Camila Loures, Brandt contou que demorou a acreditar nas fofocas de traição do esposo. “Nada era muito concreto e quando eu questionava, ele negava”, afirmou. Ela também disse que Saulo sempre foi um ótimo marido, pai e filho, e a forma como ele a tratava não condizia com a postura de quem traía. “Só acreditei quando vi uma foto que não tinha como negar. Foi quando nos separamos”, conta.
Desvio de caráter x traição
O especialista ressalta que não é possível que apenas isso seja relacionado à patologia, mas quando há o diagnóstico do transtorno, pode existir uma “pré-disposição”. “A infidelidade é como a violação de um código, de um acordo que a pessoa tem com o parceiro ou com a parceira. Nesse sentido, é possível que possa ter um comportamento para traição.”
No entanto, a psicóloga Valéria Mori, do Centro Universitário de Brasília (UniCeub), ressalta que a infidelidade não pode estar relacionada a uma patologia. “Definir isso como uma doença é como dar um diagnóstico para que a pessoa não vai mudar”, avalia, ao Metrópoles. “Dizer que o caráter deve ser alguma coisa e quem foge disso tem um desvio não funciona, é uma forma de continuar explicar comportamentos”, avaliou.
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“O que a gente percebe em parceiros que traem é que são pessoas que se utilizam do fato de terem várias pessoas para se sentirem mais valorizadas e que possuem o poder de conquistar vários”, pontuou. “Avalio isso como um tipo de configuração de vida e expressão de viver que impacta na relação com o outro. É problemático e não há respeito”, defende.
Outro ponto que chamou atenção da especialista foi a afirmação de Brandt para dizer que o marido tinha buscado mudar e se tornar uma pessoa melhor.
Para Mori, esse aspecto evidencia que ele pode viver a vida de uma nova maneira. “Isso mostra que houve melhora da qualidade do relacionamento, que ele não precisa mais buscar no outro a falta que ele sentia no seu casamento. Mostra que ele já se sente melhor consigo mesmo e com a relação que ele construiu, por isso é necessário despatologizar esse tipo de conduta”, enfatiza.
“É sinal de amadurecimento e de comprometimento. Com a idade, a gente passa a se reconhecer no que a gente faz, seja nos erros ou nos acertos. Passa-se a entender a necessidade de ser comprometido nos acordos e perceber que isso demanda abrir mãos de certos comportamentos”, finaliza a expert.
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