Campanha #MeuAborto convida mulheres a falar sobre tema nas redes sociais
A exemplo de campanhas como a #MeuAmigoSecreto, movimento pede que mulheres compartilhem histórias sobre abortos clandestinos
atualizado
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Precisamos falar sobre aborto. Segundo uma pesquisa feita pela Universidade de Brasília (UnB) com apoio do Ibope e do Ministério da Saúde, uma mulher morre vítima de aborto clandestino a cada dois dias no Brasil. Oficialmente, essa é a quinta causa de morte materna no país e talvez uma das primeiras entre os motivos de brigas e discussões nas redes sociais.
Agora, seguindo outras campanhas como a #MeuAmigoSecreto e #PrimeiroAssédio, mulheres têm recorrido ao Facebook para falar sobre aborto com a hashtag “#MeuAborto. Os desabafos são publicados em uma comunidade e também podem ser enviados por e-mail no meuaborto@gmail.com.
Entre os relatos, as mulheres falam sobre abortos voluntários e naturais, quebram o estereótipo da mulher que aborta e pedem seu direito de escolha. Algumas contam até como mudaram de opinião sobre a interrupção da gravidez quando sentiram na pele a experiência de uma gestação indesejada.
“Os dias passavam tão rápido, parecia que duravam cinco horas. Eu parei de estudar, de treinar, de trabalhar, de comer… Passava o dia todo deitada, chorando, vomitando, me batendo, pensando em como eu poderia me matar sem sentir dor caso eu não conseguisse interromper a gestação”, escreveu uma das mulheres. “Procurei um arame rígido pra que eu mesma pudesse resolver o problema, pesquisei várias formas de como fazer. Me faltou coragem, não pelo que estava dentro de mim, mas por mim mesma, até que ponto eu ainda queria viver”.
Confira esse e outros relatos compartilhados na campanha: