Brasilienses se mobilizam por idosos, grupo de risco do Covid-19
Para ajudar quem está no grupo de risco do coronavírus, moradores do Distrito Federal apostam em boas ações
atualizado
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O avanço do novo coronavírus alterou a rotina das pessoas consideravelmente. No Distrito Federal, além de estabelecer critérios de isolamento e quarentena para pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19, o governo local publicou decretos, como o que suspende diversas atividades por 15 dias. O objetivo é frear o contágio para preservar pessoas que integram o grupo de risco. As mudanças causam incômodo, claro, mas têm inspirado uma série de ações solidárias.
No DF, murais públicos, elevadores e grupos de Facebook passaram a exibir avisos de jovens dispostos a fazer compras para pessoas mais velhas e suscetíveis ao vírus. A brasiliense Patrícia Brito está fora do grupo de risco e resolveu aderir à boa ação.
“A minha motivação foi ajudar o próximo diante da situação que o mundo enfrenta. Entendi que o pouco que posso fazer protegerá os moradores do condomínio onde moro. Temos boa parte na faixa etária avançada e que, obedecendo às determinações do Ministério da Saúde, procuram cumprir o isolamento social”, afirma. “Meus pais são idosos, moram em uma área rural. Se posso fazer por eles, por quê não pelos meus vizinhos?”, questiona.
Apesar da ação ter viralizado nas redes, os vizinhos não chegaram a contatá-la ainda. “Não recebi nenhum pedido, até porque coloquei o aviso ontem. Mas, ao postar em alguns grupos, me espantei com o número de pessoas que gostaram da ideia. Isso me deixou extremamente feliz, não porque curtiram, mas por entenderem que meu bilhete pode inspirar mais pessoas por todo DF.
Também moradora do DF, Fernanda Salvadé quis fazer sua parte. “Se você tem mais de 60 anos, posso ir ao mercado para você, sem problemas ou custo. Só me avisar antes para eu me programar”, diz um bilhete que ela espalhou nos elevadores e postou nas redes sociais. O objetivo, segunda a servidora pública, também ajudar os moradores idosos do condomínio a realizar atividades essenciais durante o período de isolamento.
Solidariedade no mundo todo
Atitudes como as das brasiliense tem se multiplicado por diferentes cidades e países do mundo. Nos Estados Unidos, Becky Hoeffler, funcionária da Duke University, foi tema de uma matéria do canal CBS 17 por também se oferecer para fazer compras para seus vizinhos mais velhos.
Na reportagem em vídeo, ela disse que a ideia surgiu quando ligou para o avô, que mora longe, e ele lhe disse que estava indo para o supermercado. “Ele tem 91 anos, precisava mesmo ir? Se eu morasse lá, iria no lugar dele”, afirmou ao canal americano.
Já que não conseguiu fazer isso para o avô, pensou nos vizinhos. Ela pendurou em casas ao lado da sua um cartaz dizendo que poderia ir às compras, sem cobrar nada, para quem precisasse evitar aglomerações por causa do coronavírus.
Em Berlim, capital alemã, um jovem de 15 anos usou seus conhecimentos de computação para colocar no ar a plataforma Coronaport, que visa conectar pessoas que precisam de ajuda com aquelas dispostas à ajudar. Lançada há dois dias, mais de 600 pessoas já se cadastraram oferecendo os mais diversos tipos de ajuda.
Coronavírus
A pandemia de coronavírus se alastra em escala exponencial pelo mundo. Especialistas reiteram que o isolamento é uma das estratégias mais eficientes para evitar o contágio e a disseminação do vírus, que pode ser assintomático para algumas pessoas.
De acordo com o último boletim da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado nessa segunda-feira (16/3), atualmente são 167.511 mil casos confirmados no planeta. Confira o gráfico interativo produzido pelo Metrópoles e entenda a evolução da doença.